terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Conhecendo o Hinduísmo

De acordo com a definição da Wikipédia, oriundo do continente indiano, o Hinduísmo é uma tradição religiosa, comumente denominado de  Sanātana Dharma (सनातन धर्म) pelos seus praticantes, frase em sânscrito que significa "a eterna (perpétua) darma (lei).
Conforme apontam estudos históricos, o Hinduísmo seria uma das religiões mais antigas, senão a mais antiga. No entanto, somos conhecedores de que ela é mais antiga do que o budismo, o cristianismo e o islam, mas no entanto continua ser uma tarefa difícil a definição exata de sua idade. Cabe-nos destacar que alguns estudiosos apontar que o zoroastrismo teria sua origem também embasada nas mesmas escrituras que possibilitaram o nascimento do Hinduísmo.
Quanto as suas crenças, os hindus são politeístas, ou sejam, possuem como característica a crença vários deuses, sendo os mais conhecidos:  Ganesha (deus da sabedoria e sorte); Brahma (representa a força criadora do Universo);  Matsya (aquele que salvou a espécie humana da destruição); Sarasvati (deusa das artes e da música); Shiva (deus supremo, criador da Ioga), Vishnu (responsável pela manutenção do Universo). 
As suas sagradas escrituras constituem-se a partir de um conjunto de textos, compreendidos por seus adeptos como de origem de inspiração divina, sendo denominados de sagradas escrituras.
Nesse ponto, cabe-nos destacar que ao longo das história, o Hinduísmo sofreu diversas influências culturais e filosóficas, e provavelmente a organização que conhecemos hoje poderia ser bem diferente em alguns aspectos quando comparado a sua base originária.
Por outro lado, também faz-se importante destacar que embora seja politeístas, suas práticas também envolvem concepções monoteístas, pois muitas correntes filosóficas hindus postulam a crença em um princípio superior e onipresente da realidade, denominado como Brahma, entretanto há outras faces do divino que originam outras divindades.
Entre os princípios fundamentais dessa corrente, podemos destacar a crença no carma (o regulador da moral de causa e efeito), no atman (a natureza da alma), no dharma (deveres da pessoa perante a sociedade) e no samsara (reencarnação).

 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A vida universal: reflexões sobre a composição da divindade

O que seria Deus? Essa simples pergunta provoca diversas reações, definições, sentimentos etc...Qual seria a lógica do universo e como tudo isso estaria interligado para um síntese maior?
Particularmente, acredito que vivemos imerso num movimento de convergência e síntese, onde tudo está interligado e condicionado a uma única síntese, poderosa, cujo entendimento conduziriam-nos a compreensão da grande inteligência, ou seja, de Deus.
Nessa perspectiva de definição do que seria Deus, será que poderia considerar loucura entendermos que somos parte da divindade? Que os planetas, as florestas, os animais, entre outras coisas seriam partes dessa divindade maior?
Essa inteligência superior, denominado como o Grande Arquiteto de Universo, por entender que esse ser seria uma convergência de coisas, ideias e sentimentos, que misturados num equilíbrio perfeito comporiam sua essência universal, manifestando a vida universal.
Nosso corpo físico é composto por diversas células, órgãos, bactérias, entre outros componentes biológicos que forma um sistema denominado corpo humano, assim como a nossa coletiva de forma a chamada sociedade com todas as suas características, assim como a diversidade biológica   que numa dimensão maior compõe a biodiversidade. E assim por diante vão formando os planetas, os sistemas etc. Importante notar que cada parte dessea conjuntos na sua individualidade é que contribuem para o funcionamento do Tudo e para a existência dessa síntese. Portanto, entender a vida universal e a grande inteligência arquiteta de tudo demanda de nós a compreensão das partículas que compõe tudo isso, assim como entendimento sistêmico de tudo isso, para no mínimo tentarmos esboçar a grandeza dá divindade.

domingo, 25 de dezembro de 2016

O que é orar?

Às vezes, muitas pessoas ficam se questionando se as forças superiores, destinatários das intenções, estão  ouvindo suas preces, orações e súplicas. Dúvidas quanta a eficácia da oração e a forma correta de se orar emergem das profundezas de nosso subconsciente, atrapalhando a sutileza e magia desse momento tão necessário em nossas vidas.
Em primeiro lugar, devemos entender que a oração é um momento de conexão com o astral, onde devemos tentar minimizar a instintiva força selvagem de nossos pensamentos, direcionando nossa mente para um estado de quietude e equilíbrio com o propósito da oração.
Assim, podemos inferir que a verdadeira oração é um movimento de conexão com o sagrado, que num primeiro momento deve levar o praticante a evocar a energia superior, aproximar-se dela e conectar-se, para enfim se entregar a um estado de contemplação e diálogo sagrado.
Logo, orar é algo que exige entrega e muita dedicação,  visando realmente deixar a alma dialogar e interagir com as forças evocadas, numa via de mão dupla.

domingo, 27 de novembro de 2016

Reflexões sobre o Yin-Yang

Pensar no princípio da duplicidade contida no Yin-Yang é contemplar a vida em sua dualidade que caminha para a compreensão da unidade.

Os referidos conceitos de Yin e Yang estão atrelados ao taoísmo, expressando  a dualidade de tudo que existe no universo. Embora sejam forças opostas, elas são complementares, estando presente em tudo, sendo uma das chaves para a compreensão do mundo das formas, ou seja, do mundo material.

Entre as diversas possibilidades de interpretação do Yin-Yang, teremos como a maior de sua representatividade a dualidade, a lei dos contrastes que são inerentes a nossa própria existência, o bem e o mal que estarão presentes na caminhada do iniciado tanto em sua vida iniciática como na profana. Além disso, a presente alegoria, em sua totalidade, nos leva também de forma paradoxal, encontrar a ideia de um delicado equilíbrio onde estão sustentadas as energias positivas e as negativas, as mesmas que conduzem a uma coesão das forças que regem o Universo. 
Uma reflexão profunda sobre tais conceitos revelará o quanto possuímos uma compreensão limitada e reduzida do universo e da vida.
Evocamos, nesse ponto de nossa reflexão, o Caibalion, livro básico do hermetismo, onde encontraremos o principio da polaridade, que de certa forma está ligado ao simbolismo do piso mosaico. De acordo com o respectivo principio, "tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados." O Princípio de Polaridade contém a verdade que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois aspectos, dois pólos opostos, com muitos graus de diferença entre os dois extremos. Significa que uma determinada coisa pode ser boa e ruim ao mesmo tempo, simplificadamente. Os ensinamentos herméticos dizem que as coisas que se parecem diametralmente opostas trata-se apenas questão de graus.Assim, entendemos que o dualismo dos opostos nos governa em tudo, e experiência disso é prescrito para nós, até que, tendo aprendido a lição e superado, estamos prontos para o avanço a uma condição onde nós superamos o sentido dessa existência e os opostos deixam de ser vistos como opostos, mas são realizados como uma unidade ou síntese. Para encontrar aquela unidade ou síntese é conhecer a paz que passa, ou seja, a compreensão que ultrapassa a nossa experiência presente, porque nela as trevas e a luz são iguais, e os nossos atuais conceitos de bem e mal, alegria e dor, são transcendidas e encontrou sublimada em uma condição que combina os dois.

domingo, 7 de agosto de 2016

Os mistérios do pão e vinho


O consumo da essência divida é um aspecto muito importante na tradição dos mistérios, representando o mistério  das transformações. Popularmente, tal rito é conhecido como a famosa transubstanciação, que se origina da união de duas palavras latinas: trans (além) e substantia (substância), que tem por significação a transformação da substância em algo além do estado físico, entrando em aspectos metafísicos/astrais.

Segundo Ravi Grimassi (2000), em seu livro “ Mistérios Wiccanos”, na Tradição Misteriosa, o vinho e o pão representam o sangue e o corpo das deidades. Nas primeiras associações matrifocias da era do  caçador-coletor, o vinho simbolizava o sangue mestrual da Deusa e o pão representava o corpo do deus. Os aspectos esotéricos do pão e do vinho empregam os mistérios da Fermentação, e em sua essência estão associados à semente como símbolo masculino, que se torna uma semente portadora.

Tais elementos representam também a representação dos estados da matéria física para a subsistência humana.Obviamente, que o pão e o vinho são elementos físicos, denominados alimentos, mas que na simbologia litúrgica nos faz lembrar que assim como o corpo físico necessitada de alimentação, no corpo espiritual ou nossa vida espiritual também necessita de ser nutrida para se fortificar e evoluir.

 Por outro lado, podemos inferir que o pão nos demonstra o simbolismo do grão de trigo, que morre para renascer, depois ter passado pela prova da terra. O pão está relacionado com o conhecimento dos pequenos mistérios. Já o vinho, representa o conhecimento dos grandes mistérios, pois revive o mito da transformação pela perspectiva da vida, onde a uva passa pela fermentação. Em outra possível analogia, encontraremos o pão simbolizando o físico, e o vinho sendo o símbolo da alma. Assim, ao se consumir tais alimentos, estamos ingerindo a essência divina e seus mistérios, fomentando o equilíbrio físico e espiritual.

domingo, 31 de julho de 2016

O CHAKRA CARDÍACO- ANAHATA




Inicialmente, no estudo dos chakras, faz-se necessário buscarmos o que é  um chakra. De forma básica, podemos apontar que os chakras são pontos de interseção de forças sutis entre os  vários planos dimensionais, sendo centros de energias que fazem a ligação entre o astral e o físico, em nossos corpos.

Em nossa análise, iremos focar no denominado chakra cardíaco ou Anahata, buscando aumentar nosso entendimento sobre tal área de força.

O referido centro vital, em nosso corpo físico, embora saibamos que os chakras estão situados no astral, tem sua correspondência de localização no centro do tórax entre os mamilos, tendo como cor associada o verde, sendo regido pelo elemento ar.

Segundo Julio Lótus, o nome Anahata, atribuído ao chakra cardíaco, vem do sânscrito e significa "Invicto", "Inviolado".  Ainda de acordo com o autor, tal centro de força  tem a incumbência da energização do sistema cárdio-respiratório, sendo o canal responsável pela movimentação dos sentimentos. É o meio de ligação energética entre os sentimentos inferiores e os superiores.

Assim, podemos inferir que Anahata é o centro do equilíbrio, da justiça e da expressão do verdadeiro amor. Nesse ponto, cabe-nos destacar que em muitas culturas o coração se cristalizou como o símbolo das emoções e do amor, tendo sua explicação diretamente atrelada a função do seu chakra correspondente. 

Temos dentro dos canais de força, sete chakras principais, sendo o cardíaco o número quatro, estando no meio, sendo assim a representação do equilíbrio, sendo o encontro das forças duais, assim como dos princípios masculino e feminino.

Por outro lado, percebe-se que tal chakra é o regulador das emoções e da fluência das energias vitais, estando assim necessitado de estar sempre em equilíbrio. Já em relação ao corpo físico, detecta-se que ele possui forte influência em nosso corpo, considerando sua ligação com o coração e o timo, sendo portanto o distribuidor e regulador do equilíbrio saudável, da manutenção da saúde.

terça-feira, 7 de junho de 2016

ANOTAÇÕES SOBRE A TRONQUEIRA DO SR. EXU


Dentro da casinha de Ao se adentrar um templo de Umbanda, certamente, muitos se depararão com as firmezas existentes na porta, as famosas “casinhas” ou “tronqueiras” de Exu.

Tais firmezas tem como finalidade o assentamento das forças de nossos guardiões, sendo um recurso utilizado para a proteção do local. Na verdade, ela é como um portal, o qual foi ativado, que impede as forças negativas e hostis de atrapalhar ou atacar o templo.

Nesse instante, cabe-nos destacar que os guardiões qualquer que seja o designação cultural utilizada, já eram apreciados na antiga Mesopotâmia muita antes dos celtas ou italianos virem tomar ciência de sua existência. Na verdade,
os guardiões constituem um conceito comum à maioria das tradições mágicas, ainda que possam existir divergentes e diferentes concepções sobre a mesma entidade.

 Dentro da bruxaria, por exemplo, temos os guardiões das torres, os quais zelam por um ponto cardeal e servem de proteção contra as energias nefastas. Assim, em analogia, resguardadas as devidas interpretações culturais e esotéricas, podemos dizer de forma geral que possuem a mesma função de Exu.

Podemos aqui fazer algumas analogias, sem a pretensão de serem verdades absolutas, mas que podem nos abrir perspectivas de entendimento do referido assunto. Inicialmente, podemos entender um templo de Umbanda como um corpo humano, onde temos a cabeça do axé, a qual está próxima do conga, depois temos os braços -(sendo um representativo da energia masculina e o outro da feminina- e por outro lado, os pés do Axé, ao nosso ver, representado pela tronqueira. Nessa perspectiva, vemos uma possível ligação, uma vez que o pé é o que dá sustentação ao corpo, assim é o fundamento de Exu que objetiva dar sustentação ao templo. Também é possível fazer essa analogia pela perspectiva do pentagrama, lembrando que o mesmo representa a movimentação energética.

Exu, temos a representação dos 4 elementos, os quais são itens necessários para a ativação do portal de forças do Sr. Exu. Cabe ainda destacar  que com isso, ativamos as forças sutis, as quais se utilizam os guardiões no seu trabalho. Tais elementos propiciam, em seu aspecto mais interno, manutenção do equilíbrio mágico-vibratório, mantendo inclusive a própria vida física, pois movimenta as forças vitais.

Por meio dos itens utilizados na edificação do portal, podemos inferir que por meio da movimentação da magia astroetérica,  englobando as forças sutis da natureza, sob o comando e vibração dos Orixás, emergem o equilíbrio necessário realizado por Exu para o ritual.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O RITUAL RELIGIOSO


Dentro das diversas religiões, sempre vamos nos deparar com o denominado Ritual. Entretanto, você já parou para pensar sobre o que seja um ritual? Quais os elementos que o compõem? Qual sua finalidade na prática religiosa? Partindo dessas indagações, hoje, resolvi realizar algumas reflexões e buscar informações sobre aquilo que chamamos de ritual.

Segundo a Wikipédia, encontraremos como definição para ritual:

“Um ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade”

De acordo com Joachim Andrade, em seu artigo intitulado “Importância dos rituais nas tradições religiosas”, podemos compreender, dentro de uma concepção ampla e genérica, que o ritual é como um sistema cultural e religioso de comunicação simbólica, construído e organizado em consonância com determinadas sequências ordenadas e padronizadas de silêncio, palavras e atos comumente expressos por múltiplos meios que possuem conteúdos variados. Neste ponto, devemos acrescentar que o ritual possui como base pontos de referências que dão sentido a sua existência e execução, sendo compartilhado com outros seres que possuem anseios comuns, ou podendo ser realizado individualmente.

Importante, neste ponto esclarecer, que entre os vocábulos ritual e rito, temos um pequena diferença conceitual, sendo o rito definido como as normas, regras e ações, e o ritual a execução desse conjunto exposto pelo rito. Podemos dizer ainda que o rito são os princípios básicos para execução do ritual.

Ao nosso ver, os rituais são como uma linguagem simbólica que se constituem numa forma particular de expressão, comunicação e comunhão com o divino, dentro da perspectiva religiosa.

Do ponto de vista religioso, através da execução e vivência do ritual que o ser humano se conecta com energias superiores para determinados objetivos, assim como trazem o mundo divino, em certo nível, para o mundo físico.

Para Mirian Rabelo, em seu artigo “Religião, Ritual e Cura”, publicado pela FIOCRUZ, ao se voltar para um estudo do ritual, vários antropólogos têm enfatizado seu papel transformativo: manipulando símbolos em um contexto extracotidiano, carregado de emoção, o ritual induz seus participantes a perceberem de forma nova o universo circundante e sua posição particular nele. Assim, por meio do ritual, o religioso consegue colocar a sua mente consciente em um trabalho coordenado com o seu subconsciente, ou seja, consciência e subconsciência trabalham conjuntamente. Sendo assim, se cria uma egrégora, uma ambiente sagrado, levando-nos a uma conexão com o macrocosmo mais profunda e consciente. Assume assim, o desígnio de uma necessidade humana, onde a condução ritualística possibilita uma vivência que transcende o nosso racionalismo, levando-nos a plenitude do ser humano e nos colocando em relação com as forças astrais e integrando-nos ao macrocosmo.


quinta-feira, 2 de junho de 2016

OS PONTOS CANTADOS NA UMBANDA


Pensar e refletir sobre as letras dos pontos cantados na Umbanda, certamente, é um interessante e rico exercício mental, que muito pode revelar aos estudantes e adeptos dos mistérios dessa senhora da luz velada.

Desde a Antiguidade, nas diferentes religiões, sempre existiu a louvação em forma de cântico como maneira de ligação com a energia divina. Do ponto de vista da sociologia,  Durkeim (1996), em seu livro “ As formas elementares da vida religiosa”, ao tratar da relação entre música, religião e sociedade, expõe uma possível gênese da música e do canto como forma de se exteriorizar o excesso de energia gerado pelos rituais, onde os praticantes através de elementos sonoros atingiam um estado de harmonia, o qual se integrava na coletividade. Assim sendo, observa-se que as manifestações relgiosas de diversas naturezas utilizaram e ainda utilizam da música para expressar suas crenças, assim como para cumprir funções em rituais religiosos. Portanto, a relação entre música e religião é uma verdade presente em diversos contextos culturais e sociais.

Ao analisarmos as letras, uma primeira questão nos vem a mente: os pontos de Umbanda foram inventados ou são revelados pelo astral superior?  Nesse sentido, buscamos nossa resposta no livro “Mistérios e práticas na lei de Umbanda, de Mestre Yapacani, onde encontramos que os verdadeiros pontos cantados são dados pelas entidades, ou seja, são revelados pelo astral superior.

Outro fator que chama a atenção é a denominação do vocábulo ponto para fazer referências aos cânticos, segundo informações retiradas da internet, ponto é um termo genérico que faz alusão à costureira em tecido, pois cada ponto dado por ela (costura), ela vai, em sequência, “amarrando” um tecido no outro, da mesma forma que no ritual de Umbanda, pois os cantos são em sequência, obedecendo uma finalidade.

A utilização do canto e do som do tambor, para aquelas vertentes que utilizam, são ferramentas rituais de correspondência, sendo elementos de comunicação entre o mundo físico e o espiritual, pois cada canto e ritmo se relacionando com uma determinada vibração, possibilita com mais facilidade a ligação com as energias afins e/ou superiores.

Nesse ponto, cabe-nos revisitar os princípios herméticos para compreender um pouco mais do funcionamento dos cânticos nos rituais. Primeiramente, precisamos lembrar que os sons são frequências vibratórias, ou seja, vibrações,  e assim podemos fazer uma pequena analogia com o principio da vibração e também com o do mentalismo. O Todo é mental, cujo sofre influências do princípio do padrão vibratório. Assim, as manifestações vibratórias produzidas pelos cânticos resultam em vibrações no TODO, possibilitando que haja correspondência e harmonização. A música nos conecta com a essência divina, sendo ela um possante elemento alquímico e, dentro do campo das Artes é a que vai mais fundo na alma, possibilitando uma conexão com outras energias, de forma mais profunda.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

GEOMETRIA SAGRADA: UM BREVE ESBOÇO DE SUA COMPOSIÇÃO


Segundo Robert Lawlor, em seu livro intitulado “ Geometria Sagrada”, atualmente, estamos vivenciando, no campo das ciências, uma tendência universal para a abdicação da pressuposição de que a natureza fundamental da matéria pode ser estudada a partir do ponto de vista da substância (partículas, quantum), em favor do conceito segundo o qual a natureza fundamental do mundo material só pode ser conhecida através do estudo da organização subjacente de suas formas ou ondas. Ainda de acordo com o autor, tanto  os nossos órgãos de percepção, como o mundo dos fenômenos que percebemos parecem compreender-se melhor como sistemas de esquemas puros, ou como estruturas geométricas de forma e proporção. Daí que, quando muitas das culturas antigas optaram por examinar a realidade através das metáforas da geometria e da música.

Em nossa realidade, podemos inferir que a geometria é um principio orientador, estando presente em toda a natureza. Assim, partindo desse pressuposto, podemos compreender o pensamento de alguns cientistas e filósofos, que o mundo tem uma representação material de formas. Já numa concepção mística, a geometria mostra a soberania do divino, revelando a harmonia, manifesta em padrão físico metafísico que se torna o causador do padrão físico.

Protágoras afirmava que  "O homem é a medida de todas as coisas, dos seres vivos que existem e das não-entidades que não existem.“

Para Nigel Pennick:

“Os princípios norteadores da geometria sagrada transcendem as considerações religiosas sectárias. Como uma tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade no todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas as pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam os seus princípios ou propósitos. A aplicação universal dos princípios idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo, no espaço e por crenças às diferentes atesta a sua natureza transcendental. Assim, a geometria sagrada foi aplicada nos templos pagãos do Sol, nos relicários de Ísis, nos tabernáculos de Jeová, nos santuários de Marduk, nos santuários erigidos em honra dos santos cristãos, nas mesquitas islâmicas e nos mausoléus reais e sagrados.Em todos os casos, uma cadeia de princípios imutáveis conecta essas estruturas sagradas.A geometria é geralmente incluída na disciplina da matemática;todavia, a matemática numérica, na verdade, derivou da geometria, que possui uma ordem muito mais fundamental do que a mera manipulação de números, que é criação do homem”



Desde tempos remotos, se reconhece na natureza das formas um meio para traduzir a harmonia e a unidade, assim torna-se a geometria sagrada o estudo das ligações entre as proporções e formas contidas no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender a Unidade que permeia toda a vida, levando-nos a compreensão da convergência que permite nos concluir que a Verdade-Real origina-se de uma única fonte, onde todos estamos conectados.

sábado, 16 de abril de 2016

Magia: uma ciência sagrada

Ao longo da história da humanidade, detectam-se diversos registros indicativos de práticas mágicas, as quais compõem a chamada ciência sagrada dos magos. Mas afinal o que é magia? Para responder tal indagação, vamos até os escritos de Eliphas Levi, o qual nos diz que: Magia é a aplicação da vontade às forças hiperfísicas (ou metafísicas) da natureza. Além dessa definição mais técnica, cotidianamente, somos bombardeados com outras definições e entendimentos, e, certamente, uma das mais conhecidas definições seja a de Aleister Crowley, postulando que Magia é a Ciência e a Arte de provocar mudanças em conformidade com a vontade.
No entanto, ao nosso ver, a colocação de Crowley descreve muito bem o efeito, o objetivo de tal prática, porém para que possamos aprofundar nosso entendimento em torno de tal ciência sagrada, necessitamos de compreender os os fundamentos implicados no processo, compreender essa sagrada ciência.
Na verdade, a magia é uma ciência sagrada, onde forças mágicas e vivas atuam em consonância com as forças físicas.
Neste ponto, cabe-nos separar o joio do trigo, pois quando falamos em magia, devemos ter o cuidado de não englobá-la junto com aquilo que chamamos de feitiçaria. Na verdade, quando praticamos uma feitiçaria apenas operamos os elementos, porém não compreendemos como se encaixam tais elementos na realização do propósito Mágico. Assim, já podemos compreender que a magia se constitui em algo mais complexo, onde a sagrada ciência busca explicitar a forma e o fundamento das operações mágicas, conjugadas com as qualidades herméticas. Logo, trata-se de uma ação consciente e de muita responsabilidade.
Outro ponto importante para a nossa reflexão, é entender que ela não se divide em branca ou negra, afinal ela não tem cor. Magia é uma só, o que difere são as intenções de seu operador, que pode ser boas ou más, e aí talvez se ligue ao conceito popular de que branco é coisa boa e preta é coisa mal, mas que fique claro que a sagrada ciência é uma só, tal divisão existe na consciência do ser humano.
Se há alguma divisão na magia essa está ligada ao seu sistema, que pode ser dogmático ou pragmático, de onde teremos as diversas variantes da velha ciência e arte.

domingo, 13 de março de 2016

O HOMEM E O MICROCOSMO


Em nossa vida cotidiana, ficamos imersos numa visão materialista da vida, buscando sempre o que é racional, chegando num entendimento comum e multilado do ser humano, consciente apenas da realidade fragmentada e danificada que nos circunda, esquecendo-se da nossa essência espiritual. Como colocado no Caibalion, “ Sob as aparências de Universo, Tempo, de Espaço e de Mobilidade está sempre encoberta a Realidade Substancial- a Verdade Fundamental”.

O macrocosmo é o Universo do ponto de vista coletivo e objetivo, Já o microcosmo é o universo individual. Assim, no ser humano, temos o universal e o particular, sendo que o particular deriva do universal, ou seja, o microcosmo é um produto originário do macrocosmo. Dentro dessa perspectiva, passamos a entender que o homem é um ser multidimensional, onde o seu microcosmo se relaciona com o macrocosmo, ou seja, o microcosmo é onde o macrocosmo se manifesta, e vice-versa, lembrando aqui do princípio da polaridade que atribui o equilíbrio e a força para a existência.       O alicerce para a experiência da vida é a dualidade. Tudo que existe é dual e necessita do seu oposto para se complementar, se manifestar e manter-se.

Muitos símbolos, ao longo da história, nos dão conta dessa verdade, porém alguns foram deturpados em suas possíveis interpretações. Entretanto, para nós, nessa singela reflexão, apontamos como figuras representativas da relação homem e universo: o Baphomet, o pentagrama, o grande símbolo de Salomão, a ROSACRUZ, entre outros.

Cabe-nos destacar que pensar o ser humano na sua relação com o macrocosmo, vai para além do pensamento analítico da influência dos astros sobre o corpo humano. Na verdade, tal concepção entende o ser como parte da natureza, um organismo único. Logo, há uma relação substancial entre o micro e o macro que se oculta na objetividade e racionalidade, e que no entanto mostra-se essencial para a evolução. Assim, infere-se que para entender o todo, devemos antes entender a parte, o individuo.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Iniciação à magia das oferendas na Umbanda


A oferenda dentro da linha de Umbanda para além do sentido religioso, ela liga-se ao conceito de magia, de movimentação das energias.

Mestre Yapacani, coloca em seu livro “Mistérios e práticas na Lei de Umbanda”, a seguinte explicação:



A oferenda na Corrente Astral de Umbanda difere bastante, quer no sentido da oblata da igreja, quer no sentido das oferendas ou das “comidas de santo” dos

“candomblés” ou Cultos Africanos. Por quê?...

Porque na Umbanda a oferenda existe, porém dentro do seguinte conceito: Deus – o Pai-Eterno, Jesus – o Cristo Planetário, as Potências Espirituais Superiores, isto é, os Orixás, os Arcanjos, ou mesmo os Anjos, etc., só se comprazem com a “oferenda” ou com a oferta mental – do sentimento, do coração, do pensamento, assim como o que se possa interpretar como prece, oração, evocação etc...

Agora, abaixo de Deus, de Jesus, dessas Potências Celestiais, existem os ESPÍRITOS em seus diferentes graus de evolução de entendimento, etc. Aos espíritos, dentro de certos graus de entendimento, isto é, aos espíritos que ainda sentem necessidade delas – das oferendas – e ainda aos que se comprazem com certos tipos de ofertas, a eles assim são encaminhadas, tudo de acordo com a movimentação de certas forças mágicas, dentro da citada Corrente Astral de Umbanda. E ainda temos que considerar mais esse terceiro aspecto: a maioria de nossas entidades, “Guias ou Protetores”, podem solicitar uma oferenda sem ter necessidade direta dela e nem mesmo para se comprazer dela. Podem e usam a oferenda, para certos movimentos de força mágica relacionados com os “elementares” – ditos como “espíritos da natureza”...

Portanto, a oferenda na Umbanda existe, mas para espíritos (nome pelo qual designam os seres desencarnados...) e nunca para Deus, nem para Jesus, nem para os Orixás. Existem ou são feitas para os espíritos que estão dentro da faixa dos Orixás... compreendido?







De acordo com o exposto por Yapacani, vemos que as oferendas estão ligadas aos espíritos que de certa forma necessitam desses sabores mundanos. Nesse sentido, podemos acrescentar que a oferta de alimentos está, muitas vezes,  atrelada a um com conceito social, pois o ato de se alimentar atinge esferas culturais, religiosas etc.

No contexto das oferendas dentro da Umbanda, com algumas exceções, vemos sempre a oferta de coisas provindas da Terra, aí encontramos a primeira ligação mágica. Ofertamos aquilo que provém da Natureza, assim ativamos o ciclo de recarregamento do Axé, podendo ocorrer a troca de energia. Nesse sentido, utilizando-se do ciclo, fazemos com que as oferendas seja, elementos ativadores das ondas energéticas.

Aqui, podemos ir um pouco mais para dentro da questão das oferendas, e inferir que muitos preceitos realizados necessariamente utilizam elementos naturais, pois os mesmos carregam o Axé naturalmente, e com seu emprego em certos preceitos conseguimos ativar determinadas energias.

Nesse entrecho, lembramos um princípio hermético que  tudo vibra e nada está parado, assim tais elementos naturais, que inicialmente aos profanos podem parecer sem vida, na realidade são organismos vivos e que recebem energias e as emanam também. Logo, os materiais utilizados no preceitos, de ordem de oferenda, recebem influências diversas que carregam seu Axé, entre essas fontes de energia temos também os planetas que exercem influência sobre tais aspectos, contribuindo com suas especificidades para a aplicação mágica ou para a manipulação das energias.

Por fim, outro aspectos que deve ser considerado dentro das oferendas é o objetivo das mesmas e a quem se destina, pois esses dois elementos, dentro de uma ampla correspondência energética, determinarão quais os materiais a serem utilizados e também a forma ritualística.




sábado, 13 de fevereiro de 2016

Arcano 17: A estrela


Se encararmos o Tarot como o livro da vida, assim como também numa relação com à arvore da vida da Kabala, poderemos inferir que o presente arcano representa o momento da observação, do descanso e renovação das esperanças, portanto é um arcano com fortes ligações com a esperança e a renovação.

O arcano 17 é representado pela estrela, tendo em sua alegoria uma figura feminina desnuda despejando o conteúdo de 2 jarros na margem de um rio e acima dela encontramos a estrela flamejante.

Inicialmente, podemos iniciar nossa reflexão pela figura feminina nua, que de certa forma representa a esperança, algo que está para além da concretude, sendo aqui colocado de modo abstrato, aliás quando estamos despojados das coisas materiais, estamos em nosso estado de pureza, despojado de valores mundanos e objetos corruptores de nossas consciência, assim a nudez representada simboliza a expressão essencial do ser.

Ainda dentro da descrição da lâmina, vemos uma mulher com 2  jarros despejando um liquido na água e outro na terra. Nesse ponto, vemos a fluidez das coisas, lembrando-nos que nada está parado. Por outro lado, vemos a questão da fecundidade, evocando aqui os conceitos de Yang e Yin, pois considerando que terra e água são elementos ligados a Yin,  tendo muitas vezes sua ação de dentro para fora.

Alguns estudiosos apontam que os jarros seriam um de ouro e o outro de prata. Nesse sentido, teriamos  a combinação alquímica perfeita.

Segundo Samael Aun Weor, em seu livro “ O caminho iniciático nos arcanos do tarôt e cabala”, temos se seguinte colocação:



O hieróglifo do arcano nº. 17 é a Estrela Radiante e a Juventude Eterna. Neste arcano aparece uma mulher desnuda que esparge sobre a terra a seiva de vida universal que sai dos dois jarrões, um de ouro e outro de prata.  Se estudarmos cuidadosamente o conteúdo esotérico deste arcano descobrimos a alquimia perfeita. Precisamos de trabalhar com o ouro e com a prata, com o Sol e com a Lua para encarnar a Estrela-de-Oito-Pontas, o Luzeiro da Manhã. Realmente a Estrela-de-Oito-Pontas é Vénus. Aquele que alcança a Iniciação Venusta tem a dita de encarnar o Dragão de Sabedoria (o Cristo Interno). É preciso trabalhar com o fogo e com a água para se receber a Iniciação Venusta. A Estrela crucificada na cruz é o Cristo dos Abraxas, o Filho do Homem, o Verbo encarnado. No Apocalipse de São João encontramos, relacionado com Vénus, o Luzeiro da Manhã: «…e àquele que vencer dar-lhe-ei a Estrela da Manhã» (apocalipse 2: 26-28). «…Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos dar testemunho destas coisas nas Igrejas. Eu sou a raiz e a geração de David e a resplandecente Estrela da Manhã»

SAMAEL AUN WEO





Na parte superior da carta, temos a estrela de 8 pontas, a Estrela-de-Oito-Pontas deste Arcano representa Vênus, a Estrela da Manhã. Neste arcano encontramos representado o trabalho com o Ouro e com a Prata; com o Sol e com a Lua. A estrela de oito pontas também pode ser interpretada como o símbolo de plenitude e regeneração, está ligado aos diversos sistemas de oito pontas que podem ser encontrados no roda pagã anual, nos  trigramas do I Ching, entre outras escolas ou filosofias.Assim, nessa perspectiva, retomamos a ideia inicial evocada no presente texto da mulher desnuda e da questão do despojamento das coisas mundanas, para buscar um ela de ligação com  a estrela de oito pontas, pois ela terá uma íntima ligação com a ideia do equilíbrio, da combinação das coisas para atingir a evolução. Portanto, no arcano 17, estamos num momento meditativo para optar por melhores caminhos.

Na visão da kabala, o presente arcano se situaria no 27º caminho da arvore da vida, ligando o centro do poder criador em Nezah ao centro do pensamento concreto em Hod. Assim, chegaríamos a conclusão que o referido arcano, em sua alegoria, esclarece a necessidade da transmutação e combinações para que se possa evoluir.