REFLEXÕES EM TORNO DO VOCÁBULO SARAVÁ
No livro a Proto Sìntese Cósmica, Rivas Neto, afirma que a Ciência
Teúrgica constitui-se na arte de aplicação superior da Alta Magia. É nesse
campo de atuação magística, que se aplicam os mantrans ou mantras, que são
palavras especiais vocalizadas de forma especial, que estão relacionadas com a
produção de certos fenômenos, sejam eles físicos, astrais ou espirituais. Nesse
sentido, no presente trabalho, analisaremos o termo sagrado SARAVÁ, que perpetua
até os nossos dias, sendo mantranizados, de acordo com o autor referido, desde
a época da pura Raça Vermelha.
O termo SARAVÁ provém do Abanheenga, tendo como significado:
SA (15) —
significando: FORÇA, SENHOR
RA (20) —
significando: REINAR, MOVIMENTO
VA (06) —
significando: NATUREZA, ENERGIA
Assim,
o vocábulo místico sagrado sarava tem como um primeiro significado:
força propulsora da natureza ou atributo externo operante das Potências
Superiores ou Orixás. Segundo Rivas Neto, ao pronunciar-se esse termo, está-se
ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à
movimentação desejada na evocatória, sendo pois suporte vibratório aos seus
objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera
física. Dessa forma, o saravá é um mantra fixador da Luz Astral em
movimento, bem como, dependendo de como é pronunciado, pode ser dissipador da
Luz Astral em repouso. Coagula e dissipa correntes segundo a necessidade,
podendo fixar ou dissipar vibrações tanto na esfera mental, como na astral e na
física.
Numa relação com a geometria sagrada, encontraremos que o referido
mantra tem sua representatividade no pentagrama. Dentro dessa análise, ainda
podemos realizar, para completar nossa análise, uma reflexão “numerológica”, pois,
de acordo com os números atribuídos as sílabas do terma sarava, chegaremos ao
número 5. Dessa forma, encontraremos que o pentagrama está associado ao número
5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem
movimento e força. Para Rivas Neto, o número 5 é um símbolo sintético,
constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do
homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo
com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre
os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que
algumas escolas iniciáticas, tem no
número cinco
a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético
e espiritual. É ele que permite equilibrar
e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes
manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco
representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência
masculina. Simboliza, portanto, a totalidade
do universo
Também encontramos a uma curiosa explicação do termo sarava, dada
pelo médium escritor Roger Feraudy, em seu livro “ Umbanda –Essa
desconhecida”-, onde ele afirma que na antiguidade, o termo Umbanda era
pronunciado como “Aumpram”. Em tempos remotos, os primeiros sacerdotes do
Aupram possuíam uma palavra sagrada de reconhecimento que era YAÔAVA, que seria
uma maneira de guardar ou velar o mantra sagrado AUPRAM, que era profundamente
secreto, pois só pronunciavam em certas épocas do ano, em cerimônias especiais.
Portanto, Yaôava, era a saudação utilizada em substituição da palavra sagrada
AUMPRAM. Diante disso, temos que YAÔ: simboliza o poder masculino atuante na
Natureza e AVA simboliza o poder feminino na Natureza. Juntando-se YAÔ com AVA,
teremos YAOAVA como manifestação de Deus na Natureza.
Originariamente,
YAÔAVA era EVOÈ, que se pronuniciava EVUÉ. Esse vocábulo é composto de quatro
letras sagradas, representativas do quaternário cósmico, assim pronunciadas:
YUD_HÊI_VAV_HÊI. De tudo isso, devido as deturpações sofridas, chegamos ao
sarava, que não é somente ou simplesmente um “salve irmão”, mas sim o
cumprimento que significa o sentido altamente filosófico, metafísico e oculto
dos fenômenos do Universo.
Pelo
exposto acima, detectamos uma analogia com o que prega algumas escolas
iniciáticas sobre o movimento do yin do yagn, mencionados acima. Por outro
lado, o termo YAÔAVA, resguardadas as corruptelas linguísticas, trazem intimas ligações com o significado
obtido para o termo sarava a partir da Proto Síntese Cósmica, mostrando a
atuação/movimento do poder “da e sobre” a Natureza.
Buscando uma possível analogia com a cabala,
encontraremos uma íntima ligação do termo sarava com a sephirot Geburah, qual carrega como significado, de
modo geral, a força, a luta, a ação e o empenho. Em termos espirituais, Geburah
se correlaciona com o aspecto cabalístico da força, tendo em si o aspecto de
procedimento vital que se relaciona diretamente com a liberação da energia por
meio da ação. Ainda na perspectiva de relação com a cabala, podemos encontrar
nas palavras de Israel Regardie, em seu livro “ Um Jardim de Romãs”, a ideia da
manifestação do equilíbrio. Segundo a referida obra, apesar de Geburah ser uma
potência feminina, como são todas as sephiroth da coluna lateral esquerda da
Árvore, praticamente todas as suas atribuições são masculinas e vigorosas
(equilíbrio entre as forças masculinas e femininas). Há um aforismo alquímico
que diz: “O Homem é paz, a Mulher é o poder”. Esta ideia é confirmada pelo
sistema cabalístico. As três sephiroth masculinas da coluna lateral direita são
denominadas de Pilar da Misericórdia; enquanto que as três sephiroth femininas
da esquerda formam o Pilar da Severidade. A maioria das atribuições dadas a
Chesed, a sephirah masculina, são femininas por sua qualidade. Não se trata de
uma confusão de pensamento, senão da necessidade de um equilíbrio.
Quando
Rivas Neto traz que ao se pronunciar SARAVÁ, está-se ativando e veiculando
pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na
evocatória, sendo pois SUPORTE VIBRATÓRIO aos seus objetivos, que surgem em sua
esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Nessa linha de raciocínio,
numa visão subliminar, encontraremos a sephirot GEBURAH situada no plano da
criação, considerando aqui que a árvore da vida pode ser divida em 4 diferentes
planos para seu estudo. Além disso, Geburah tem como emanação arquetípica a
canalização da energia por meio de objetivos. Nesse ponto, buscando relações de
arquétipos, num estudo mais aprofundado encontraremos correlações com o orixá
Ogum. Assim, diante disso, se analisarmos profundamente, buscando as
correlações com a cabala, chegaremos a afirmação de Rivas Neto que o termo
litúrgico sarava se pronuncia segundo a modulação própria de uma das 7
variantes da Lei, ou seja, os 7 mantras sagrados, os quais denominam as 7
potências originais ou orixás, que em síntese são as linhas de força e as sutis
energias movimentadas pelo presente mantra em estudo.
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