sábado, 8 de agosto de 2015

O que significa a palavra Saravá?

REFLEXÕES EM TORNO DO VOCÁBULO SARAVÁ

No livro a Proto Sìntese Cósmica, Rivas Neto, afirma que a Ciência Teúrgica constitui-se na arte de aplicação superior da Alta Magia. É nesse campo de atuação magística, que se aplicam os mantrans ou mantras, que são palavras especiais vocalizadas de forma especial, que estão relacionadas com a produção de certos fenômenos, sejam eles físicos, astrais ou espirituais. Nesse sentido, no presente trabalho, analisaremos o termo sagrado SARAVÁ, que perpetua até os nossos dias, sendo mantranizados, de acordo com o autor referido, desde a época da pura Raça Vermelha.
O termo SARAVÁ provém do Abanheenga, tendo como significado:

SA (15) — significando: FORÇA, SENHOR
RA (20) — significando: REINAR, MOVIMENTO
VA (06) — significando: NATUREZA, ENERGIA

Assim, o vocábulo místico sagrado sarava tem como um primeiro significado: força propulsora da natureza ou atributo externo operante das Potências Superiores ou Orixás. Segundo Rivas Neto, ao pronunciar-se esse termo, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois suporte vibratório aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Dessa forma, o saravá é um mantra fixador da Luz Astral em movimento, bem como, dependendo de como é pronunciado, pode ser dissipador da Luz Astral em repouso. Coagula e dissipa correntes segundo a necessidade, podendo fixar ou dissipar vibrações tanto na esfera mental, como na astral e na física.
Numa relação com a geometria sagrada, encontraremos que o referido mantra tem sua representatividade no pentagrama. Dentro dessa análise, ainda podemos realizar, para completar nossa análise, uma reflexão “numerológica”, pois, de acordo com os números atribuídos as sílabas do terma sarava, chegaremos ao número 5. Dessa forma, encontraremos que o pentagrama está associado ao número 5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem movimento e força. Para Rivas Neto, o número 5 é um símbolo sintético, constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que algumas escolas iniciáticas, tem  no número cinco a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. Simboliza, portanto, a totalidade do universo
Também encontramos a uma curiosa explicação do termo sarava, dada pelo médium escritor Roger Feraudy, em seu livro “ Umbanda –Essa desconhecida”-, onde ele afirma que na antiguidade, o termo Umbanda era pronunciado como “Aumpram”. Em tempos remotos, os primeiros sacerdotes do Aupram possuíam uma palavra sagrada de reconhecimento que era YAÔAVA, que seria uma maneira de guardar ou velar o mantra sagrado AUPRAM, que era profundamente secreto, pois só pronunciavam em certas épocas do ano, em cerimônias especiais. Portanto, Yaôava, era a saudação utilizada em substituição da palavra sagrada AUMPRAM. Diante disso, temos que YAÔ: simboliza o poder masculino atuante na Natureza e AVA simboliza o poder feminino na Natureza. Juntando-se YAÔ com AVA, teremos YAOAVA como manifestação de Deus na Natureza.
Originariamente, YAÔAVA era EVOÈ, que se pronuniciava EVUÉ. Esse vocábulo é composto de quatro letras sagradas, representativas do quaternário cósmico, assim pronunciadas: YUD_HÊI_VAV_HÊI. De tudo isso, devido as deturpações sofridas, chegamos ao sarava, que não é somente ou simplesmente um “salve irmão”, mas sim o cumprimento que significa o sentido altamente filosófico, metafísico e oculto dos fenômenos do Universo.
Pelo exposto acima, detectamos uma analogia com o que prega algumas escolas iniciáticas sobre o movimento do yin do yagn, mencionados acima. Por outro lado, o termo YAÔAVA, resguardadas as corruptelas linguísticas,  trazem intimas ligações com o significado obtido para o termo sarava a partir da Proto Síntese Cósmica, mostrando a atuação/movimento do poder “da e sobre” a Natureza.
Buscando uma possível analogia com a cabala, encontraremos uma íntima ligação do termo sarava com a sephirot  Geburah, qual carrega como significado, de modo geral, a força, a luta, a ação e o empenho. Em termos espirituais, Geburah se correlaciona com o aspecto cabalístico da força, tendo em si o aspecto de procedimento vital que se relaciona diretamente com a liberação da energia por meio da ação. Ainda na perspectiva de relação com a cabala, podemos encontrar nas palavras de Israel Regardie, em seu livro “ Um Jardim de Romãs”, a ideia da manifestação do equilíbrio. Segundo a referida obra, apesar de Geburah ser uma potência feminina, como são todas as sephiroth da coluna lateral esquerda da Árvore, praticamente todas as suas atribuições são masculinas e vigorosas (equilíbrio entre as forças masculinas e femininas). Há um aforismo alquímico que diz: “O Homem é paz, a Mulher é o poder”. Esta ideia é confirmada pelo sistema cabalístico. As três sephiroth masculinas da coluna lateral direita são denominadas de Pilar da Misericórdia; enquanto que as três sephiroth femininas da esquerda formam o Pilar da Severidade. A maioria das atribuições dadas a Chesed, a sephirah masculina, são femininas por sua qualidade. Não se trata de uma confusão de pensamento, senão da necessidade de um equilíbrio.
Quando Rivas Neto traz que ao se pronunciar SARAVÁ, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois SUPORTE VIBRATÓRIO aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Nessa linha de raciocínio, numa visão subliminar, encontraremos a sephirot GEBURAH situada no plano da criação, considerando aqui que a árvore da vida pode ser divida em 4 diferentes planos para seu estudo. Além disso, Geburah tem como emanação arquetípica a canalização da energia por meio de objetivos. Nesse ponto, buscando relações de arquétipos, num estudo mais aprofundado encontraremos correlações com o orixá Ogum. Assim, diante disso, se analisarmos profundamente, buscando as correlações com a cabala, chegaremos a afirmação de Rivas Neto que o termo litúrgico sarava se pronuncia segundo a modulação própria de uma das 7 variantes da Lei, ou seja, os 7 mantras sagrados, os quais denominam as 7 potências originais ou orixás, que em síntese são as linhas de força e as sutis energias movimentadas pelo presente mantra em estudo.


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