A oferenda dentro da linha
de Umbanda para além do sentido religioso, ela liga-se ao conceito de magia, de
movimentação das energias.
Mestre Yapacani, coloca em
seu livro “Mistérios e práticas na Lei de Umbanda”, a seguinte explicação:
A oferenda na Corrente Astral de Umbanda
difere bastante, quer no sentido da oblata da igreja, quer no sentido das
oferendas ou das “comidas de santo” dos
“candomblés” ou Cultos Africanos. Por quê?...
Porque na Umbanda a oferenda existe, porém
dentro do seguinte conceito: Deus – o Pai-Eterno, Jesus – o Cristo Planetário,
as Potências Espirituais Superiores, isto é, os Orixás, os Arcanjos, ou mesmo
os Anjos, etc., só se comprazem com a “oferenda” ou com a oferta mental – do
sentimento, do coração, do pensamento, assim como o que se possa interpretar
como prece, oração, evocação etc...
Agora, abaixo de Deus, de Jesus, dessas
Potências Celestiais, existem os ESPÍRITOS em seus diferentes graus de evolução
de entendimento, etc. Aos espíritos, dentro de certos graus de entendimento,
isto é, aos espíritos que ainda sentem necessidade delas – das oferendas – e
ainda aos que se comprazem com certos tipos de ofertas, a eles assim são
encaminhadas, tudo de acordo com a movimentação de certas forças mágicas,
dentro da citada Corrente Astral de Umbanda. E ainda temos que considerar mais
esse terceiro aspecto: a maioria de nossas entidades, “Guias ou Protetores”,
podem solicitar uma oferenda sem ter necessidade direta dela e nem mesmo para
se comprazer dela. Podem e usam a oferenda, para certos movimentos de força
mágica relacionados com os “elementares” – ditos como “espíritos da natureza”...
Portanto, a oferenda na Umbanda existe, mas
para espíritos (nome pelo qual designam os seres desencarnados...) e nunca para
Deus, nem para Jesus, nem para os Orixás. Existem ou são feitas para os
espíritos que estão dentro da faixa dos Orixás... compreendido?
De acordo com o exposto por
Yapacani, vemos que as oferendas estão ligadas aos espíritos que de certa forma
necessitam desses sabores mundanos. Nesse sentido, podemos acrescentar que a
oferta de alimentos está, muitas vezes, atrelada a um com conceito social, pois o ato
de se alimentar atinge esferas culturais, religiosas etc.
No contexto das oferendas
dentro da Umbanda, com algumas exceções, vemos sempre a oferta de coisas
provindas da Terra, aí encontramos a primeira ligação mágica. Ofertamos aquilo
que provém da Natureza, assim ativamos o ciclo de recarregamento do Axé,
podendo ocorrer a troca de energia. Nesse sentido, utilizando-se do ciclo,
fazemos com que as oferendas seja, elementos ativadores das ondas energéticas.
Aqui, podemos ir um pouco
mais para dentro da questão das oferendas, e inferir que muitos preceitos
realizados necessariamente utilizam elementos naturais, pois os mesmos carregam
o Axé naturalmente, e com seu emprego em certos preceitos conseguimos ativar
determinadas energias.
Nesse entrecho, lembramos um
princípio hermético que tudo vibra e
nada está parado, assim tais elementos naturais, que inicialmente aos profanos
podem parecer sem vida, na realidade são organismos vivos e que recebem
energias e as emanam também. Logo, os materiais utilizados no preceitos, de
ordem de oferenda, recebem influências diversas que carregam seu Axé, entre
essas fontes de energia temos também os planetas que exercem influência sobre
tais aspectos, contribuindo com suas especificidades para a aplicação mágica ou
para a manipulação das energias.
Por fim, outro aspectos que
deve ser considerado dentro das oferendas é o objetivo das mesmas e a quem se
destina, pois esses dois elementos, dentro de uma ampla correspondência
energética, determinarão quais os materiais a serem utilizados e também a forma
ritualística.
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