sábado, 18 de julho de 2015

INICIAÇÃO A PEMBA

O artigo abaixo é um compilado de informações tendo citações diretas da obra “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás” de mestra Itaoman. Assim como das obras de mestre Yapacani.
            Segundo mestre Itaoman, em seu livro intitulado “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás”, a descoberta de que os objetos naturais podiam ser transformados em instrumentos capazes de agir sobre o mundo exterior para alterá-lo, como é o caso das armas, levou a mente do homem a outra ideia: a de que a natureza também poderia ser magicamente transformada. A magia de fazer instrumentos levou-o inevitavelmente à tentativa de fazer com que coisas existentes como ideias, viessem a ter existência material.        Mas, foi sobretudo em relação ao sobrenatural que o homem aplicou esta ordem de ideias, pois que, vivendo no meio de tanto perigo e brutalidade, ele sabia que a morte era uma realidade e, sobretudo, uma força que por vezes aniquilava os seus mais árduos esforços.
            Ainda segundo Itaoman, quando o indivíduo já havia domado os saberes basilares da natureza, da morte e da sobrevivência, já sabendo também gravar por desenhos e símbolos, aquilo que via e que lhe sucedia, ele passou a desenhar aquilo que ele desejava que lhe sucedesse, isto é, que as suas próprias armas fossem certeiras e mortíferas, que a caça fosse abundante e tímida, que seus inimigos fossem mais frágeis do que ele para que a morte, esta temida força sobre natural, não viesse a ceifar a ele próprio. Assim sendo, o homem passou a gravar não só a recordação dos fatos ocorridos, mas também, passou a gravar aquilo que desejava que lhe ocorresse, isto é, passou a expressar suas ideias e sua vontade.
            Mestre Itaoman,  coloca que foi assim que a Recordação, a Ideação e a Vontade, ou seja, a capacidade de acumular conhecimentos, a faculdade de prever os acontecimentos e a força de deliberação da vontade, formaram a base de todo o conhecimento da humanidade. Principiando por uma magia prática, autêntica, quase uma técnica de sobrevivência, o homem passou a expressar sua vontade por desenhos figurativos cada vez mais estilizados, simbólicos e, afinal, ideográficos. Dava-se, assim, o aparecimento das primeiras escritas mágicas que tinham a finalidade de muito mais do que informar, aplacar as forças sobre naturais para a mais fácil obtenção de coisas materiais. Começou, desta forma, a estreita relação entre o conhecimento, a magia do sobrenatural e a escrita, pois que, muito embora o Homem desejasse reger os acontecimentos ao sabor de sua vontade pela aplicação da Magia, baseava-se ele sobre o fruto de suas milenares observações, experiências e constatações sobre a natureza que o rodeava.
A Grafia Sagrada dos Orixás, é muito ampla e apresenta a necessidade de exposição pessoal e, por sua vez, poderia ser até desastroso pessoas sem "Ordens e Direitos" manipulá-la.
Apenas para referência, esta grafia são clichês (Yantras), os quais são utilizados pelas entidades e Médiuns Magistas (com a presença ou não de espíritos) para acionarem/projetarem no Plano Astral a movimentação de forças sutis com um determinado fim. Se for aplicado de forma incorreta, poderá produzir resultados diferentes daqueles esperados.
Na Umbanda, em seus diversos momentos de entendimentos, encontramos várias formas de apresentação desses Yantras, sendo os mais comuns, os de cunho exotérico (externo/aberto), aqueles onde são utilizados estrelas, ondas, flechas, cruzes, luas, etc, que têm os seus resultados em suas aplicações; e, encontramos, também, os de cunho esotérico (interno/fechado) onde são utilizados : direcionamentos, Raízes e chaves, através da grafia Adâmica e afins.
A pemba, de origem africana, é um instrumento ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas entidades e pelo médium, visando estabelecer contatos vibratórios com as esferas espirituais. A pemba praticamente é usada em quase todos os rituais de umbanda. Por carregar o axé, a pemba é saudada como um divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento místico de sua utilização está relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça. Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é sensível à água, mudando de tom quando está molhada, deixando ser levada pela correnteza dos rios.
A pemba, através do seu elemento ígneo, fogo, manipula as energias psíquicas do ser humano; pela água lava, limpando o espiritual da áurea; pelo ar transporta para o campo de origem; pela terra, através de seus filtros, retorna suas funções equilibrantes.
Pela pureza, a pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.
Confecciona-se a pemba com uma substância chamada "caulim" (argilapura de cor branca), importado da África.Com o tempo, o "caulim"foi substituído pela dificuldade de importação, pelo "calcário" e a "tabatinga".É misturado ao caulim, pós resultante da torra e trituração de algumas sementes como o Alibê, a Nóz-moscada, Dandá da Costa, Ataré, Aridan, Obi e Orogbô. Existem pembas de varias cores (adição de corante) mas a branca é a mais utilizada.
            Mestre Yapacani afirma, no livro “Umbanda de todos nós”, que assim como os homens têm a pena para firmar documentos, elaborar tratados, codificar leis e expressar cientificamente seu pensamento, os Orixás, Guias e Protetores usam da pemba (giz bruto), que é uma de suas maiores “ armas” na imantação de certas forças, da Magia da Lei, não pelo objeto em si, mas pelo valor de seus Sinais.
            Os pontos riscados são ordens escritas (podemos qualificá-los de “grafia celeste”) de UM a VÁRIOS setores com a identidade de quem pode e ESTÁ ORDENADO para isto. O ponto riscado é uma “ordem” escrita a uma série de entidades. Quando um médium risca um ponto irradiado por uma entidade, está mobilizando a falange que com ela trabalha, ou outra, direcionando a energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo do merecimento do consulente e da ética do médium.
            Pelo ponto riscado é que as Entidades se identificam por completo nos aparelhos de incorporação, PRINCIPALMENTE nos semi-inconscientes, pois seus subconscientes, nesses fundamentos, não influem, simplesmente porque não conhecem seus interiores. Para exemplificar: é o mesmo que um aparelho incorporar um espírito arraigado aos caracteres psíquicos, língua e costumes do país onde teve sua última encarnação – um chinês, por exemplo- que vem escrevendo esse idioma, que o aparelho desconhece por completo.
            Para entendermos a Lei de Pemba, inicialmente, devemos compreender ou verdadeiros sinais identificadores, conhecidos como Flecha, Chave e Raiz. De modo resumido, podemos inferir que: a Flecha identifica a vibração (forma da entidade); Chave identifica a linha; Raiz que identifica sua origem e relação, explicitando o grau hierárquico da entidade. Neste ponto, cabe-nos esclarecer que de acordo com Yapacani, os mistérios da Raiz são ensinados somente aos iniciados de 2º grau.
            Comecemos, entendendo os caracteres identificadores da junção das três bandas ordenadas pela Lei – de Espíritos de Crianças, Caboclos e Pretos-velhos. Flecha ou vibração forma (identifica a forma como a entidade se apresenta): A Flecha, que é baseada na linha, que por sua vez é formada de pontos, representa o equilíbrio e a dualidade sendo, portanto, a vibração original ou reflexo da escrita divina. Sempre orientada para o alto, para o céu, em louvor e respeito às divindades que a ensinaram aos homens.
            Temos, assim, três caracteres que identificam três agrupamentos, ou seja:

    
CRIANÇAS             CABOCLOS          PRETOS-VELHOS


           


Eis os Sinais Cruzados das Três Bandas:

            Até aí, porém, damos apenas a Banda afim. Mas as Entidades podem dar um “ponto riscado” no qual caracterizam Três Fundamentos que se completam, formando um TODO.
A)   Pode riscar um Sinal ( qualquer um desses acima), que se chama Flecha, quando quer identificar simplesmente sua Banda ou Agrupamento afim.
B)    Completa o primeira com outro, que se diz CHAVE, quando quer fimar com precisão a sua identidade para determinados casos, porque costumam usar os SINAIS de Flecha e Raiz separados para a composição de certos conjuntos.





            Pela junção dos Dois Sinais (Flecha e Chave), saberemos logo, de uma só vez, a sua Banda ( se é criança, caboclo ou preto velho) e sua Linha ( qualquer uma das sete) e isso porque os espíritos de crianças estão debaixo de uma só vibração, a de Yori; os pretos-velhos, de Yorimá, mas os caboclos se distribuem em cinco vibrações diferentes, quais sejam: de Orixalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi e Xangô. Exemplifiquemos, assim, a junção dos Dois em Um:


            Feitos os dois primeiros, o Orixá-intermediário, Guia ou protetor, se julgar necessário, completa com um terceiro sinal – tríplice que se chama Raiz.   O sinal da Raiz é o que controla e situa as afinidades entre os espíritos que se apresentam.
            O sinal da Raiz tem três características em seu traçado, em cada uma das sete linhas que identificam ainda a Entidade como chefe de falange, subfalange ou simples integrante.
            Para uma identificação total, traça, conforme o objetivo, outros sinais, e forma um conjunto, surgindo então o ponto em sua totalidade. Assim, reiteramos a informação que os fundamentos, na Lei de Pemba, de Raiz em diante, são ensinados apenas aos Iniciados de 2º grau até o marco dos positivos.
            Os sinais riscados não são somente “cartões de visitas” de Entidades Astrais e, nem tão pouco, os desenhos simbólicos de pensamentos abstratos. Eles são partes integrantes de uma Lei: a Lei de Pemba que assenta suas bases na Geometria Esotérica e que se exprime através de caracteres da Grafia Sagrada dos Orixás, movimentando as Forças Vitais da Natureza, em trabalho de Descarga e Fixações destas mesmas forças sobre elementos materiais que tenham as propriedades fixadoras ou desagregadoras necessárias às conveniências momentâneas. Os sinais riscados são ainda a base gráfica da Magia Simbólica dos Orixás, que se enquadra na Magia Talismânica, conhecida desde as mais remotas eras e em todas as civilizações.
            Estes sinais riscados comportam três aspectos principais: O Ternário, o Quaternário e o Setenário.
            Em seu aspecto Ternário, são identificantes. Dizem respeito à forma de apresentação das entidades manifestantes.
            Em seu aspecto Quaternário são Manipuladores. Dizem respeito à movimentação das forças vitais dos quatro elementos mágicos básicos: a Terra, a Água, o Fogo e o Ar.
            Em seu aspecto Setenário são Evocatórios. Dizem respeito às AFINIDADES DAS VIBRAÇÕES ORIGINAIS das entidades manifestantes com seus respectivos Orixás, bem como, quais são suas Ordens e Direitos de Trabalhos   Em suma, os aspectos ternário e setenário, estão intimamente ligados entre si.



            

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