O
artigo abaixo é um compilado de informações tendo citações diretas da obra “
Pemba: a grafia sagrada dos orixás” de mestra Itaoman. Assim como das obras de
mestre Yapacani.
Segundo mestre Itaoman, em seu livro intitulado “ Pemba:
a grafia sagrada dos orixás”, a descoberta de que os objetos naturais podiam
ser transformados em instrumentos capazes de agir sobre o mundo exterior para
alterá-lo, como é o caso das armas, levou a mente do homem a outra ideia: a de
que a natureza também poderia ser magicamente transformada. A magia de fazer
instrumentos levou-o inevitavelmente à tentativa de fazer com que coisas
existentes como ideias, viessem a ter existência material. Mas, foi sobretudo em relação ao
sobrenatural que o homem aplicou esta ordem de ideias, pois que, vivendo no
meio de tanto perigo e brutalidade, ele sabia que a morte era uma realidade e,
sobretudo, uma força que por vezes aniquilava os seus mais árduos esforços.
Ainda segundo Itaoman, quando o indivíduo já havia domado
os saberes basilares da natureza, da morte e da sobrevivência, já sabendo
também gravar por desenhos e símbolos, aquilo que via e que lhe sucedia, ele
passou a desenhar aquilo que ele desejava que lhe sucedesse, isto é, que as
suas próprias armas fossem certeiras e mortíferas, que a caça fosse abundante e
tímida, que seus inimigos fossem mais frágeis do que ele para que a morte, esta
temida força sobre natural, não viesse a ceifar a ele próprio. Assim sendo, o
homem passou a gravar não só a recordação dos fatos ocorridos, mas também,
passou a gravar aquilo que desejava que lhe ocorresse, isto é, passou a
expressar suas ideias e sua vontade.
Mestre Itaoman, coloca
que foi assim que a Recordação, a Ideação e a Vontade, ou seja, a capacidade de
acumular conhecimentos, a faculdade de prever os acontecimentos e a força de
deliberação da vontade, formaram a base de todo o conhecimento da humanidade. Principiando
por uma magia prática, autêntica, quase uma técnica de sobrevivência, o homem
passou a expressar sua vontade por desenhos figurativos cada vez mais
estilizados, simbólicos e, afinal, ideográficos. Dava-se, assim, o aparecimento
das primeiras escritas mágicas que tinham a finalidade de muito mais do que
informar, aplacar as forças sobre naturais para a mais fácil obtenção de coisas
materiais. Começou, desta forma, a estreita relação entre o conhecimento, a
magia do sobrenatural e a escrita, pois que, muito embora o Homem desejasse
reger os acontecimentos ao sabor de sua vontade pela aplicação da Magia,
baseava-se ele sobre o fruto de suas milenares observações, experiências e
constatações sobre a natureza que o rodeava.
A Grafia Sagrada dos Orixás, é muito ampla e
apresenta a necessidade de exposição pessoal e, por sua vez, poderia ser até
desastroso pessoas sem "Ordens e Direitos" manipulá-la.
Apenas para referência, esta grafia são
clichês (Yantras), os quais são utilizados pelas entidades e Médiuns Magistas
(com a presença ou não de espíritos) para acionarem/projetarem no Plano Astral
a movimentação de forças sutis com um determinado fim. Se for aplicado de forma
incorreta, poderá produzir resultados diferentes daqueles esperados.
Na Umbanda, em seus diversos momentos de
entendimentos, encontramos várias formas de apresentação desses Yantras, sendo
os mais comuns, os de cunho exotérico (externo/aberto), aqueles onde são
utilizados estrelas, ondas, flechas, cruzes, luas, etc, que têm os seus
resultados em suas aplicações; e, encontramos, também, os de cunho esotérico
(interno/fechado) onde são utilizados : direcionamentos, Raízes e chaves,
através da grafia Adâmica e afins.
A pemba, de origem africana, é um instrumento
ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos
pelas entidades e pelo médium, visando estabelecer contatos vibratórios com as
esferas espirituais. A pemba praticamente é usada em quase todos os rituais de
umbanda. Por carregar o axé, a pemba é saudada como um divino instrumento,
dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento
místico de sua utilização está relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação
entre o universo da forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro
elementos naturais e suas manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a
isso, significa Lei e Justiça. Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é
sensível à água, mudando de tom quando está molhada, deixando ser levada pela
correnteza dos rios.
A pemba, através do seu elemento ígneo, fogo,
manipula as energias psíquicas do ser humano; pela água lava, limpando o
espiritual da áurea; pelo ar transporta para o campo de origem; pela terra,
através de seus filtros, retorna suas funções equilibrantes.
Pela pureza, a pemba é um dos poucos
elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de
cabeça, banhos de descarrego, etc.
Confecciona-se a pemba com uma substância
chamada "caulim" (argilapura de cor branca), importado da África.Com
o tempo, o "caulim"foi substituído pela dificuldade de importação,
pelo "calcário" e a "tabatinga".É misturado ao caulim, pós
resultante da torra e trituração de algumas sementes como o Alibê, a
Nóz-moscada, Dandá da Costa, Ataré, Aridan, Obi e Orogbô. Existem pembas de
varias cores (adição de corante) mas a branca é a mais utilizada.
Mestre Yapacani afirma, no livro
“Umbanda de todos nós”, que assim como os homens têm a pena para firmar
documentos, elaborar tratados, codificar leis e expressar cientificamente seu
pensamento, os Orixás, Guias e Protetores usam da pemba (giz bruto), que é uma
de suas maiores “ armas” na imantação de certas forças, da Magia da Lei, não
pelo objeto em si, mas pelo valor de seus Sinais.
Os pontos riscados são ordens escritas
(podemos qualificá-los de “grafia celeste”) de UM a VÁRIOS setores com a
identidade de quem pode e ESTÁ ORDENADO para isto. O ponto riscado é uma
“ordem” escrita a uma série de entidades. Quando um médium risca um ponto
irradiado por uma entidade, está mobilizando a falange que com ela trabalha, ou
outra, direcionando a energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo
do merecimento do consulente e da ética do médium.
Pelo ponto riscado é que as
Entidades se identificam por completo nos aparelhos de incorporação,
PRINCIPALMENTE nos semi-inconscientes, pois seus subconscientes, nesses
fundamentos, não influem, simplesmente porque não conhecem seus interiores. Para
exemplificar: é o mesmo que um aparelho incorporar um espírito arraigado aos
caracteres psíquicos, língua e costumes do país onde teve sua última encarnação
– um chinês, por exemplo- que vem escrevendo esse idioma, que o aparelho
desconhece por completo.
Para entendermos a Lei de Pemba,
inicialmente, devemos compreender ou verdadeiros sinais identificadores,
conhecidos como Flecha, Chave e Raiz. De modo resumido, podemos inferir que: a
Flecha identifica a vibração (forma da entidade); Chave identifica a linha;
Raiz que identifica sua origem e relação, explicitando o grau hierárquico da
entidade. Neste ponto, cabe-nos esclarecer que de acordo com Yapacani, os
mistérios da Raiz são ensinados somente aos iniciados de 2º grau.
Comecemos, entendendo os caracteres
identificadores da junção das três bandas ordenadas pela Lei – de Espíritos de
Crianças, Caboclos e Pretos-velhos. Flecha ou vibração forma (identifica a
forma como a entidade se apresenta): A Flecha, que é baseada na linha, que por
sua vez é formada de pontos, representa o equilíbrio e a dualidade sendo,
portanto, a vibração original ou reflexo da escrita divina. Sempre orientada
para o alto, para o céu, em louvor e respeito às divindades que a ensinaram aos
homens.
Temos, assim, três caracteres que
identificam três agrupamentos, ou seja:



CRIANÇAS CABOCLOS PRETOS-VELHOS
Eis os Sinais Cruzados das Três Bandas:

Até aí, porém, damos apenas a Banda
afim. Mas as Entidades podem dar um “ponto riscado” no qual caracterizam Três
Fundamentos que se completam, formando um TODO.
A)
Pode
riscar um Sinal ( qualquer um desses acima), que se chama Flecha, quando quer
identificar simplesmente sua Banda ou Agrupamento afim.
B)
Completa o primeira com outro, que se diz
CHAVE, quando quer fimar com precisão a sua identidade para determinados casos,
porque costumam usar os SINAIS de Flecha e Raiz separados para a composição de
certos conjuntos.

Pela junção dos Dois Sinais (Flecha
e Chave), saberemos logo, de uma só vez, a sua Banda ( se é criança, caboclo ou
preto velho) e sua Linha ( qualquer uma das sete) e isso porque os espíritos de
crianças estão debaixo de uma só vibração, a de Yori; os pretos-velhos, de
Yorimá, mas os caboclos se distribuem em cinco vibrações diferentes, quais sejam:
de Orixalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi e Xangô. Exemplifiquemos, assim, a junção dos
Dois em Um:

Feitos os dois primeiros, o
Orixá-intermediário, Guia ou protetor, se julgar necessário, completa com um
terceiro sinal – tríplice que se chama Raiz.
O sinal da Raiz é o que controla e situa as afinidades entre os espíritos que
se apresentam.
O sinal da Raiz tem três
características em seu traçado, em cada uma das sete linhas que identificam
ainda a Entidade como chefe de falange, subfalange ou simples integrante.
Para uma identificação total, traça,
conforme o objetivo, outros sinais, e forma um conjunto, surgindo então o ponto
em sua totalidade. Assim, reiteramos a informação que os fundamentos, na Lei de
Pemba, de Raiz em diante, são ensinados apenas aos Iniciados de 2º grau até o
marco dos positivos.
Os sinais riscados não são somente
“cartões de visitas” de Entidades Astrais e, nem tão pouco, os desenhos
simbólicos de pensamentos abstratos. Eles são partes integrantes de uma Lei: a
Lei de Pemba que assenta suas bases na Geometria Esotérica e que se exprime
através de caracteres da Grafia Sagrada dos Orixás, movimentando as Forças
Vitais da Natureza, em trabalho de Descarga e Fixações destas mesmas forças
sobre elementos materiais que tenham as propriedades fixadoras ou
desagregadoras necessárias às conveniências momentâneas. Os sinais riscados são
ainda a base gráfica da Magia Simbólica dos Orixás, que se enquadra na Magia
Talismânica, conhecida desde as mais remotas eras e em todas as civilizações.
Estes sinais riscados comportam três
aspectos principais: O Ternário, o Quaternário e o Setenário.
Em seu aspecto Ternário, são
identificantes. Dizem respeito à forma de apresentação das entidades
manifestantes.
Em seu aspecto Quaternário são
Manipuladores. Dizem respeito à movimentação das forças vitais dos quatro
elementos mágicos básicos: a Terra, a Água, o Fogo e o Ar.
Em seu aspecto Setenário são
Evocatórios. Dizem respeito às AFINIDADES DAS VIBRAÇÕES ORIGINAIS das entidades
manifestantes com seus respectivos Orixás, bem como, quais são suas Ordens e
Direitos de Trabalhos Em suma, os
aspectos ternário e setenário, estão intimamente ligados entre si.
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