quinta-feira, 2 de junho de 2016

OS PONTOS CANTADOS NA UMBANDA


Pensar e refletir sobre as letras dos pontos cantados na Umbanda, certamente, é um interessante e rico exercício mental, que muito pode revelar aos estudantes e adeptos dos mistérios dessa senhora da luz velada.

Desde a Antiguidade, nas diferentes religiões, sempre existiu a louvação em forma de cântico como maneira de ligação com a energia divina. Do ponto de vista da sociologia,  Durkeim (1996), em seu livro “ As formas elementares da vida religiosa”, ao tratar da relação entre música, religião e sociedade, expõe uma possível gênese da música e do canto como forma de se exteriorizar o excesso de energia gerado pelos rituais, onde os praticantes através de elementos sonoros atingiam um estado de harmonia, o qual se integrava na coletividade. Assim sendo, observa-se que as manifestações relgiosas de diversas naturezas utilizaram e ainda utilizam da música para expressar suas crenças, assim como para cumprir funções em rituais religiosos. Portanto, a relação entre música e religião é uma verdade presente em diversos contextos culturais e sociais.

Ao analisarmos as letras, uma primeira questão nos vem a mente: os pontos de Umbanda foram inventados ou são revelados pelo astral superior?  Nesse sentido, buscamos nossa resposta no livro “Mistérios e práticas na lei de Umbanda, de Mestre Yapacani, onde encontramos que os verdadeiros pontos cantados são dados pelas entidades, ou seja, são revelados pelo astral superior.

Outro fator que chama a atenção é a denominação do vocábulo ponto para fazer referências aos cânticos, segundo informações retiradas da internet, ponto é um termo genérico que faz alusão à costureira em tecido, pois cada ponto dado por ela (costura), ela vai, em sequência, “amarrando” um tecido no outro, da mesma forma que no ritual de Umbanda, pois os cantos são em sequência, obedecendo uma finalidade.

A utilização do canto e do som do tambor, para aquelas vertentes que utilizam, são ferramentas rituais de correspondência, sendo elementos de comunicação entre o mundo físico e o espiritual, pois cada canto e ritmo se relacionando com uma determinada vibração, possibilita com mais facilidade a ligação com as energias afins e/ou superiores.

Nesse ponto, cabe-nos revisitar os princípios herméticos para compreender um pouco mais do funcionamento dos cânticos nos rituais. Primeiramente, precisamos lembrar que os sons são frequências vibratórias, ou seja, vibrações,  e assim podemos fazer uma pequena analogia com o principio da vibração e também com o do mentalismo. O Todo é mental, cujo sofre influências do princípio do padrão vibratório. Assim, as manifestações vibratórias produzidas pelos cânticos resultam em vibrações no TODO, possibilitando que haja correspondência e harmonização. A música nos conecta com a essência divina, sendo ela um possante elemento alquímico e, dentro do campo das Artes é a que vai mais fundo na alma, possibilitando uma conexão com outras energias, de forma mais profunda.

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