Pensar e refletir sobre as letras dos pontos cantados na Umbanda,
certamente, é um interessante e rico exercício mental, que muito pode revelar
aos estudantes e adeptos dos mistérios dessa senhora da luz velada.
Desde a Antiguidade, nas diferentes religiões, sempre existiu a
louvação em forma de cântico como maneira de ligação com a energia divina. Do
ponto de vista da sociologia, Durkeim
(1996), em seu livro “ As formas elementares da vida religiosa”, ao tratar da
relação entre música, religião e sociedade, expõe uma possível gênese da música
e do canto como forma de se exteriorizar o excesso de energia gerado pelos
rituais, onde os praticantes através de elementos sonoros atingiam um estado de
harmonia, o qual se integrava na coletividade. Assim sendo, observa-se que as
manifestações relgiosas de diversas naturezas utilizaram e ainda utilizam da
música para expressar suas crenças, assim como para cumprir funções em rituais
religiosos. Portanto, a relação entre música e religião é uma verdade presente
em diversos contextos culturais e sociais.
Ao analisarmos as letras, uma primeira questão nos vem a mente: os
pontos de Umbanda foram inventados ou são revelados pelo astral superior? Nesse sentido, buscamos nossa resposta no
livro “Mistérios e práticas na lei de Umbanda, de Mestre Yapacani, onde
encontramos que os verdadeiros pontos cantados são dados pelas entidades, ou
seja, são revelados pelo astral superior.
Outro
fator que chama a atenção é a denominação do vocábulo ponto para fazer
referências aos cânticos, segundo informações retiradas da internet, ponto é um
termo genérico que faz alusão à costureira em tecido, pois cada ponto dado por
ela (costura), ela vai, em sequência, “amarrando” um tecido no outro, da mesma
forma que no ritual de Umbanda, pois os cantos são em sequência, obedecendo uma
finalidade.
A
utilização do canto e do som do tambor, para aquelas vertentes que utilizam,
são ferramentas rituais de correspondência, sendo elementos de comunicação
entre o mundo físico e o espiritual, pois cada canto e ritmo se relacionando
com uma determinada vibração, possibilita com mais facilidade a ligação com as
energias afins e/ou superiores.
Nesse
ponto, cabe-nos revisitar os princípios herméticos para compreender um pouco
mais do funcionamento dos cânticos nos rituais. Primeiramente, precisamos
lembrar que os sons são frequências vibratórias, ou seja, vibrações, e assim podemos fazer uma pequena analogia com
o principio da vibração e também com o do mentalismo. O Todo é mental, cujo
sofre influências do princípio do padrão vibratório. Assim, as manifestações
vibratórias produzidas pelos cânticos resultam em vibrações no TODO,
possibilitando que haja correspondência e harmonização. A música nos conecta
com a essência divina, sendo ela um possante elemento alquímico e, dentro do
campo das Artes é a que vai mais fundo na alma, possibilitando uma conexão com
outras energias, de forma mais profunda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário