Hoje, refletiremos um
pouco sobre um sítio sagrado específico, muito conhecido por nós, que é o mar.
Inicialmente, podemos
apontar que a reflexão e o encantamento com tal local permeia o conhecimento
humano dentro dss suas diversificadas áreas, da Arte a Religião, tendo também
importante significação histórica para diversas civilizações.
Um primeiro aspecto a ser considerado, do ponto de vista
religioso, é questão do mar está ligado ao principio feminino dentro das mais
variadas religiões. Nesse entrecho, podemos apontar nossa análise a partir do
ponto de vista conceitual, onde encontraremos em diversas tradições místicas assinalando
o mesmo para as divindades ligadas ao arquétipo
da mãe, a divina mãe, sendo
o princípio que atua na natureza, o Eterno Feminino, ou seja, a grande mãe.
Nesse entrecho, cabe ainda nos destacar que seu planeta regente é a Lua, e que
sabemos que Lua e Mar possuem uma ligação muito forte, bastando apenas fazermos
uma pesquisa na influência das marés. Às vezes, penso que a divindade deixa se
mostrar nas pequenas coisas, mas infelizmente continuamos a ter mentes profanas,
agnósticas e muitas vezes com olhar ateu que preferem não aceitar tais
revelações divinas, buscando uma explicação cientifica, que de tanto aprofundar
nessa pesquisa chega-se o momento em que trava, e aí começa o grande mistério
da ligação entre religião e ciência.
Do ponto de vista
cientifico, podemos inferir que no mar poderemos achar uma ampla, rica e diversificada
flora e fauna, além de uma grande família mineralógica, que empresta ao mesmo
sua composição salina, similar ao plasma sanguíneo humano. Pode-se, simplesmente por esse aspecto, concebermos sua utilidade na manutenção da vitalidade do
indivíduo.
Também,
ainda dentro de uma visão cientifica, mas aproximando o presente raciocínio com
o pensamento místico, sabemos que o mesmo é quem regula vida no planeta Terra,
ocupando uma significativa camada do globo terrestre, sendo responsável também
na formação do oxigênio produzido pelo fitoplancton, contribuindo para formação
das nuvens, que depois são transformadas em água doce para nosso consumo. Enfim,
poderíamos apontar diversos fatores para embasar nossa afirmação de que o mar é
um importante regulador da manutenção da vida na Terra.Assim, podemos avançar
dizendo que o mar é vida, o que vai nos aproximar de pensamentos religiosos e
místicos da ligação sua com a figura materna.
Por um
olhar do Hermetismo, ao analisarmos o mar, encontraremos uma ligação muita
estreita com o “Principio de Ritmo”, segundo o texto original: "Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em
suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a
medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; oritmo é a
compensação." (O CAIBALION).
Este
Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e
para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante, uma maré -alta
e uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme o Princípio de
Polaridade de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e uma reação, uma
marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do
Universo, nos sóis, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e
na matéria. (Caibalion)
Por meio de seus
movimentos, com a maré, o mar representa em si os vários ciclos e ritmo do
cosmo, possuindo na sua propriedade hídrica a fluência e a vitalização. Enfim,
tudo é oscilação no seu exercitar-se, no seu ininterrupto ir e vim,
representando a própria pulsação da vida em nossos corpos, numa analogia do
funcionamento do coração.
Por outro lado, podemos analisar o mar pela perspectiva
histórica e humana, onde encontraremos sua representatividade como o caminho
para novas descobertas, assim ele também adquire a simbologia dos caminhos das
nossas vidas, nas alternâncias de rotas e destinos tomados racionalmente ou irracionalmente
pelo ser humano. Embora
seja um substantivo masculino, em diversas tradições como apontado
anteriormente, ele sempre estará associado ao feminino. Nesse instante,
cabe-nos levar nossa reflexão para sua essência que é o elemento água, com sua
característica feminina, que numa visão esotérica está ligado a essência
feminina, a emoção, aos sentimentos, ao inconsciente. Nessa perspectiva,
podemos ainda buscar sua representatividade na vida iniciática, onde o iniciado
precisa conhecer os quatros elementos e vivenciar suas ordálias e experiências.
Geralmente, vemos sistemas iniciáticos iniciando seus trabalhos por aquilo que
é mais denso que é a Terra, seguindo para o Ar, depois para a Água e finalizando
com Fogo, mostrando a definitiva libertação do iniciado da vida profana. É fato
que esta sequência iniciátioca muitas vezes não se apresentam de forma clara
dentro dos sistemas das diversas escolas de mistérios, tomando muitas vezes
outras formas e representações, mas que num estudo analítico e convergente,
veremos que todos eles seguem essa ordem, basta exercitarmos nossa capacidade
de analogia. Aqui, retomando o raciocínio do
presente parágrafo, teremos novamente o mar, representado pelo elemento água,
onde a água representará as emoções, a fluência e inconstâncias da vida, num
movimento impreciso, porém certeiro, levando o candidato a iniciação a
compreender os aspectos citados no seu caminho, entendo o ritmo da vida e os
ciclos. Destacamos ainda que nessa jornada, sempre o mar é o referencial para
tal vivência e reflexão, embora muitas vezes utilizados por diversas simbologias,
as que todos convergem para a grande fonte água, o mar.
Logo, podemos apontar
nossas reflexões para uma ideia sintetizada no principio da divina mãe, além de
suas funções de regulador da vida, de revitalização e transformação.
Acrescentamos ainda que poucos são os homens que conseguem compreender
profundamente sua linguagem e seus mistérios.
Parabéns Thiago, muito abrangente e profundo seu texto.
ResponderExcluir