segunda-feira, 6 de junho de 2016

REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O RITUAL RELIGIOSO


Dentro das diversas religiões, sempre vamos nos deparar com o denominado Ritual. Entretanto, você já parou para pensar sobre o que seja um ritual? Quais os elementos que o compõem? Qual sua finalidade na prática religiosa? Partindo dessas indagações, hoje, resolvi realizar algumas reflexões e buscar informações sobre aquilo que chamamos de ritual.

Segundo a Wikipédia, encontraremos como definição para ritual:

“Um ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade”

De acordo com Joachim Andrade, em seu artigo intitulado “Importância dos rituais nas tradições religiosas”, podemos compreender, dentro de uma concepção ampla e genérica, que o ritual é como um sistema cultural e religioso de comunicação simbólica, construído e organizado em consonância com determinadas sequências ordenadas e padronizadas de silêncio, palavras e atos comumente expressos por múltiplos meios que possuem conteúdos variados. Neste ponto, devemos acrescentar que o ritual possui como base pontos de referências que dão sentido a sua existência e execução, sendo compartilhado com outros seres que possuem anseios comuns, ou podendo ser realizado individualmente.

Importante, neste ponto esclarecer, que entre os vocábulos ritual e rito, temos um pequena diferença conceitual, sendo o rito definido como as normas, regras e ações, e o ritual a execução desse conjunto exposto pelo rito. Podemos dizer ainda que o rito são os princípios básicos para execução do ritual.

Ao nosso ver, os rituais são como uma linguagem simbólica que se constituem numa forma particular de expressão, comunicação e comunhão com o divino, dentro da perspectiva religiosa.

Do ponto de vista religioso, através da execução e vivência do ritual que o ser humano se conecta com energias superiores para determinados objetivos, assim como trazem o mundo divino, em certo nível, para o mundo físico.

Para Mirian Rabelo, em seu artigo “Religião, Ritual e Cura”, publicado pela FIOCRUZ, ao se voltar para um estudo do ritual, vários antropólogos têm enfatizado seu papel transformativo: manipulando símbolos em um contexto extracotidiano, carregado de emoção, o ritual induz seus participantes a perceberem de forma nova o universo circundante e sua posição particular nele. Assim, por meio do ritual, o religioso consegue colocar a sua mente consciente em um trabalho coordenado com o seu subconsciente, ou seja, consciência e subconsciência trabalham conjuntamente. Sendo assim, se cria uma egrégora, uma ambiente sagrado, levando-nos a uma conexão com o macrocosmo mais profunda e consciente. Assume assim, o desígnio de uma necessidade humana, onde a condução ritualística possibilita uma vivência que transcende o nosso racionalismo, levando-nos a plenitude do ser humano e nos colocando em relação com as forças astrais e integrando-nos ao macrocosmo.


2 comentários:

  1. Entendo também que é necessário o ritual, como também o rito, os quais nos retiram, por um momento, dos pensamentos comuns e do automatismo da vida, de fato ajudando o contato com dimensões pouco conhecidas, pelo menos para nós....

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