Dentro
das diversas religiões, sempre vamos nos deparar com o denominado Ritual.
Entretanto, você já parou para pensar sobre o que seja um ritual? Quais os
elementos que o compõem? Qual sua finalidade na prática religiosa? Partindo
dessas indagações, hoje, resolvi realizar algumas reflexões e buscar
informações sobre aquilo que chamamos de ritual.
Segundo
a Wikipédia, encontraremos como definição para ritual:
“Um ritual
é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um
valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma
religião ou pelas tradições da comunidade”
De
acordo com Joachim Andrade, em seu artigo intitulado “Importância dos rituais
nas tradições religiosas”, podemos compreender, dentro de uma concepção ampla e
genérica, que o ritual é como um sistema cultural e religioso de comunicação
simbólica, construído e organizado em consonância com determinadas sequências
ordenadas e padronizadas de silêncio, palavras e atos comumente expressos por
múltiplos meios que possuem conteúdos variados. Neste ponto, devemos
acrescentar que o ritual possui como base pontos de referências que dão sentido a sua
existência e execução, sendo compartilhado com outros seres que possuem anseios
comuns, ou podendo ser realizado individualmente.
Importante, neste ponto
esclarecer, que entre os vocábulos ritual e rito, temos um pequena diferença
conceitual, sendo o rito definido como as normas, regras e ações, e o ritual a
execução desse conjunto exposto pelo rito. Podemos dizer ainda que o rito são
os princípios básicos para execução do ritual.
Ao nosso ver, os rituais são como
uma linguagem simbólica que se constituem numa forma particular de expressão,
comunicação e comunhão com o divino, dentro da perspectiva religiosa.
Do ponto de vista religioso,
através da execução e vivência do ritual que o ser humano se conecta com
energias superiores para determinados objetivos, assim como trazem o mundo
divino, em certo nível, para o mundo físico.
Para Mirian Rabelo, em seu artigo “Religião,
Ritual e Cura”, publicado pela FIOCRUZ, ao se voltar para um estudo do ritual,
vários antropólogos têm enfatizado seu papel transformativo: manipulando
símbolos em um contexto extracotidiano, carregado de emoção, o ritual induz
seus participantes a perceberem de forma nova o universo circundante e sua
posição particular nele. Assim, por meio do ritual, o religioso consegue
colocar a sua mente consciente em um trabalho coordenado com o seu
subconsciente, ou seja, consciência e subconsciência trabalham conjuntamente.
Sendo assim, se cria uma egrégora, uma ambiente sagrado, levando-nos a uma
conexão com o macrocosmo mais profunda e consciente. Assume
assim, o desígnio de uma necessidade humana, onde a condução ritualística
possibilita uma vivência que transcende o nosso racionalismo, levando-nos a
plenitude do ser humano e nos colocando em relação com as forças astrais e
integrando-nos ao macrocosmo.
Excelente texto, parabéns.
ResponderExcluirEntendo também que é necessário o ritual, como também o rito, os quais nos retiram, por um momento, dos pensamentos comuns e do automatismo da vida, de fato ajudando o contato com dimensões pouco conhecidas, pelo menos para nós....
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