sexta-feira, 30 de outubro de 2015

REFLEXÕES SOBRE O NÚMERO 7








“Sete dias da semana, sete notas musicais,
Sete cores do arco-íris nas regiões divinais,
E se pintar tanto sete, eu já não aguento mais.” ( Raul Seixas)





O número 7 está presente em tantos momentos de nossa vida, cerca-nos em tantas questões, que hoje resolvi realizar uma especulação simbólica, filosófica, esotérica, entre outros aspectos para compreender um pouco melhor.



Na realidade, refletir e meditar sobre o número 7, é o mesmo que estudarmos o mundo onde vivemos, uma vez que ele implica para sua compreensão o entendimento do microcosmo e do macrocosmo.



Mas como este não é um ensaio sobre Numerologia, vamos, apenas, apresentar o que mais nos interessa, e realizar alguma divagações abertas as críticas e novas perspectivas.



Curiosamente, em observação, percebemos que temos:

7 Dias da Semana: Segunda,  Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado e Domingo.
7 Anjos Superiores dos Planetas: Gabriel, Rafael, Hanel, Michael, Samael, Zadkiel, Zafkiel.
7 Espíritos dos Planetas: Phul, Ophiel, Haegt, Och, Phaleg, Relor, Aratrom.
7 Espíritos /interiores dos Planetas: Gabriel, Rafael, Anae!, Michael, Samael, Tachel, Cassiel.
7 Virtudes: Esperança, Temperança, Amor, Fé, Fortaleza, Justiça, Prudência.
7 Metais: Prata, Mercúrio, Cobre, Ouro, Ferro, Estanho, Chumbo.
7 Vícios: Avareza, Inveja, Luxúria, Vaidade, Violência, Gula, Egoísmo.
7 Cores: Verde, Amarela, Violeta, Laranja, Vermelha, Azul, indigo (anil).
7 Notas Musicais: Fá, Mi, Lá, Ré, Do, Sol, Si.



Assim poderemos continuar enumerando muitos outros setenários, porém bastam estes. Agora, voltando nosso olhar, especificamente, para dentro da Umbanda, veremos que o número sete é utilizado em diversos pontos, em oferendas e também está presente no nome de várias entidades que militam nessa corrente.



Basicamente, encontramos que o sete é uma combinação do três com o quatro. Eliphas Levi, expressa em seu livro “ Dogma e Ritual de Alta Magia, que o setenário é um número sagrado, pois está composto da tríade e o tetra. O número sete representa poder mágico em toda sua abundância; é a mente reforçada por todas as potências elementares; é a alma servida por natureza; é o SANCTA REGNA pela leitura dentro das Chaves de Salomão



Na Grécia antiga, entre os pitagóricos, o 3 era considerado o número perfeito por ter princípio, meio e fim. Por essa razão, o 3 era considerado o símbolo do divino. Para quem não sabe, o sete é uma combinação do três com o quatro. Aqui, o Três, representado por um triângulo, é o Espírito e o quatro, representado por um quadrado, é a Matéria.


          Sobre o número três diversos exemplos na Literatura especializada. Vejamos o significado do número quatro, ou seja, o quartenário.
O quatro sempre foi estimado como o número do mundo físico. O quatro está relacionado aos quatro pontos cardeais. Ainda podemos buscar outras exemplificações, tais como: 4 elementos, 4 estações do ano, 4 fases da Lua, etc.



Ainda dentro do prisma de que o número 7 é constituído de 4+3, podemos encontrar algumas reflexões importantes no estudo do sétimo arcano, conhecido como o Triunfo. Dentro da escola gnóstica, apoiando aqui nossas reflexões em Samael Aun Weor, mais especificamente em sua obra “O caminho iniciático nos arcanos do tarôt e da cabala”, encontraremos a descrição da lâmina contendo:



 “nas águas da vida, duas esfinges, a Branca e a Negra, que puxam o seu carro, simbolizando as forças masculinas e femininas.  Um guerreiro que representa o Íntimo está de pé no seu carro de guerra, na pedra cúbica (o sexo) e entre os 4 pilares que constituem a Ciência, a Arte, a Filosofia e a Religião, nas quais se desenvolve. Os 4 pilares também representam os 4 elementos, indicando que aquele os domina. Na sua mão direita está a espada flamejante e na sua mão esquerda, o báculo do poder. A couraça é a ciência divina que nos torna poderosos. O guerreiro deve aprender a utilizar o Báculo e a Espada, desse modo conseguirá a grande vitória. Na sua cabeça, um gorro de 3 pontas, representa as 3 forças primárias. Na parte superior aparece RA, o Cristo Cósmico (as asas). ” ( Samael Aun Weor).



Nesta perspectiva, o número 7 representa a vida na terra, constituindo-se na primeira manifestação do homem para o entendimento do mundo divino. Nesse momento, cabe-nos destacar que a segmentação numérica, onde teremos como seu numeral posterior o número 8, que de forma geral está ligado às coisas infinitas e divinas. Assim, o número 7 é a fronteira da passagem do conhecido para o desconhecido. Assim, avançando nas nossas reflexões, vemos no número em questão a ligação do espiritual com o material.



É possível detectar essa analogia também dentro do cristianismo, na oração do Pai Nosso, podendo encontrar nela 7 postulados principais, sendo eles:



1) Santificado seja o vosso nome;



2) Venha a nós o vosso reino;



3) Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu;



4) O pão nosso de cada dia nos daí hoje;



5) Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido;



6) Não nos deixeis cair em tentação;



7) Livrai-nos do mal.



Para além dos 7 postulados, podemos também inferir que o sete representado na oração advém da ideia de 4+3, pois temos três postulados dirigidos a Deus e quatro para o homem, representando o mundo material.





Nesse ponto, cabe-nos apontar a Escada de Jacob (Jacó), referenciada na bíblia em Gênesis 28,11-19, que emerge no presente contexto quando Jacob teve essa visão durante o sono, de uma escada, cujos pés repousavam sobre a terra, e cujo topo chegava aos céus. Anjos continuamente subiam e desciam através dela. O número de degraus mais aceito para a interpretação dessa passagem bíblica é de um total de 7. Dentro dos conceitos Rosacruz, numa perspectiva simbólica ampla, cada degrau da escada  estaria  ligado as montanhas dos setes episódios relacionado com o povo judeu,  sendo o sétimo a representação  de Jesus no Monte da Oliveiras. Assim, seria esse o momento de entrega total a espiritualidade.Aqui também destacamos que para a Maçonaria, a escada de Jacó simboliza a ligação do plano físico com o espiritual, corroborando com o pensamento expresso no parágrafo anterior, onde fora apontado que o 7 é  a fronteira da passagem do conhecido para o desconhecido. Ainda, conforme aponta João Anatalino, podemos acrescentar que no Hinduísmo já se creditava a existência da Escada de Brahma, na qual os iniciados nos mistérios daquela religião deviam subir. Ainda de acordo com João Anatalino, “os hindus acreditavam que o mundo era composto por sete estratos, cada um atingível por um escada, ou nível de sabedoria iniciática. O primeiro estrato era a terra, e a consciência humana, o mais ínfimo deles. O segundo era o mundo dos espíritos, ou da reencarnação. O terceiro era o céu. O quarto era um estado intermediário onde as almas ficavam, assim que desencarnassem. O quinto era o mundo da regeneração, onde as almas eram preparadas para reencarnar novamente. O sexto era o Palácio do Grande Rei, onde habitava Brahma, o Grande Princípio Criador dos céus e da terra. O sétimo era o mundo de Brahma, onde habitava Brahman, a Essência, o Incriado, a Verdade em Si Mesma, o En Shoph dos cabalistas, o próprio Deus em sua essência, o Pai da Luz”.



Na Umbanda, o número 7 está associado ao orixá Ogum, que tem como astro regente Marte e signo zodiacal áries e escorpião. Dentro da simbologia de algumas escolas ocultistas, encontraremos o planeta marte associado ao elemento fogo, onde por meio de analogias, e estudos mitológicos – os quais não aprofundaremos no presente ensaio- chegaremos a representação de Ogum. Interessante observarmos que Marte, na mitologia Grega, era o Deus da Guerra. Ainda cabe-nos salientar que o Ogum é o primeiro orixá a descer do Orun para o Aiye, mostrando aí também uma possível ligação dele com o número 7 e a ideia da ligação espiritual e material avocada por tal número. Por outra perspectiva, considerando a concepção de 4+3, encontraremos também o referido orixá na sua figura de guerreiro e dominador.

Ainda dentro da Umbanda, embora sejamos conhecedores das transformações sofridas pelo vocábulo que nomeia a religião, é importante notarmos que o mesmo tem sete letras, e que sua tradução é o conjunto das lei de Deus, que em suma mostra a ligação com a ideia inicial exposta no texto do 7 como resultado de 4+3, pois as leis de Deus regem o princípio espiritual e material.



            Segundo Alexandre Culmino, em seu livro Deus, Deuses, Divindades e Anjos”, “O filósofo grego Platão de egina (429 – 347 a.C.) no seu “Timeu”, ensinava que , “do número sete foi gerada a alma do mundo”. Santo Agostinho via nele o “símbolo da perfeição e da plenitude”. Santo Ambrósio dizia que era “o símbolo da virgindade”. Este simbolismo era assimilado pelos Pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o “sete era representado pele deusa Minerva (a virgem)” que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na antiguidade associava-se o sete: a VOZ, ao SOM, a CLIO, musa da história, ao deus egípcio OSIRIS, às deusas gregas: NÊMESIS e ARASTIA e ao deus romano MARTE”.



No livro “ O simbolismo dos números na maçonaria”, Boanerges Castro expõe que todas as células de nosso corpo  a cada SETE anos, se renovam inteiramente de modo tal que somos, na realidade, um individuo inteiramente novo em cada SETE anos de vida.



Assim, encerramos o presente texto com a convicção de que há muito ainda para se conhecer sobre o número aqui estudado, lembrando que os segredos são guardados a sete chaves.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Para reflexão: " O Todo é Mente; o Universo é mental"


Para refletir:

"O TODO é Mente; o Universo é Mental",

“Se o Universo é Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES DO UNIVERSO, nas divisões de Matéria, Força e Mente. Assim compreendereis que a Transmutação Mental é realmente a Magia de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas, e de que dão muito poucas instruções práticas” (O CAIBALION)

domingo, 20 de setembro de 2015

INTRODUÇÃO AO USO MÁGICO DAS VELAS


Na atualidade, qualquer estudante das ciências ocultas encontrará muitas receitas e fundamentos solicitando a utilização das velas. No entanto, cabe-nos frisar que seu advento não é exclusividade da modernidade, pois gravuras rupestres já apontavam para utilização algo semelhante na era Antes de Cristo. A crença na realidade dos poderes mágicos está e esteve presente em diversas civilizações e, consequentemente, nas culturas.

Crowley definia magia como  a Ciência e a Arte de causar mudanças de acordo com a vontade, postulando que qualquer mudança pode ter efeito através da aplicação do tipo e grau de força apropriados,  a maneira apropriada, através do meio apropriado ao objeto apropriado. Assim, a grosso modo, podemos inferir que a Magia é a ciência dos magos, a qual causa efeitos físicos visíveis a partir operações e processos invisíveis e ocultos. No entanto, para a realização do ato mágico, o mago necessita do uso concentrado e determinado do pensamento, da emoção e da vontade, tudo misturado num conjunto harmônico necessitando assim ao operador da magia de elementos e sinais físicos para auxiliá-lo no procedimento. Dessa forma, os ritos e os elementos utilizados na operação mágica são condensações radicais fluídicas primordiais ligadas as linhas de forças que a tudo comandam, regulando a movimentação energética para o fim proposto.

Nesse ponto, cabe-nos visitar os postulados do Hermetismo exposto em “O Caibalion”, e assim buscamos em nossa reflexão dois principios fundamentais do Hermetismo, dentre os sete principais, que são: o principio do mentalismo e o da vibração. Quanto ao primeiro, encontraremos que  "O TODO é MENTE; o Universo é Mental. Assim, encontraremos neste princípio uma grande verdade que tudo é mente, que há uma realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais. Na sequência, temos o terceiro princípio que é o da vibração, onde encontraremos que nada está parado, tudo se move,tudo vibra. Diante desse principio, encontraremos um postulado que demonstra a verdade das coisas, afirmando que tudo está em movimento, tudo vibra e nada está parado. E nessa incursão pelo Hermetismo cabe-nos ainda mencionar o princípio da correspondência, "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima", onde a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. Tal axioma proporciona-nos ao ser humano os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza, exprimindo a Lei Universal.

Após essa explanação sobre magia, chegamos enfim a utilização mágica das velas, onde inicialmente precisamos entender que ela é, antes e tudo, um elemento necessário a alguns tipos de movimentações energéticas e ritos mágicos, constituindo-se assim num aparato físico para o propósito mágico, sendo também um condensador fluídico. Na perspectiva do Hermetismo, inferimos, então, em sua utilização que ela tem um padrão vibratório, o qual o magista manipula com suas reais intenções, carregando e condensando o fluído invisível e a energia manifestando o outro principio hermético. Aqui, chegamos a conclusão que ao acendermos uma vela devemos declarar sua intenção ou propósito, direcionando e vibrando as energias sutis, movimentando as linhas de forças, pois ao contrário será apenas uma luz acesa, sem efeito nenhum.

Por outro viés de análise da utilização da velas, veremos que ela, por sua natureza, está ligado ao elemento ígneo, porém para além disso ela tem a representação dos 4 elementos assim como os  estados da matéria. Diante disso, evocamos uma das possíveis interpretações do pentagrama, demonstrando o domínio dos elementos. Assim, divagando nas ideias,  encontraremos que o pentagrama está associado ao número 5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem movimento e força. Nesse sentido, o número 5 é um símbolo sintético, constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que algumas escolas iniciáticas, tem  no número cinco a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. Simboliza, portanto, a totalidade do universo.

Por fim, quanto o número de velas utilizadas nos rituais, mestre Yapacani aponta que devemos utilizar em número par para coisas materiais e ímpar para fins espirituais. Ao nosso ver, suas considerações estão intimamente ligadas as concepções de numerologia dentro da cabala, as quais não explicitaremos aqui pois necessitaríamos estenderíamos o presente texto, no entanto dentro da escola pitagórica teremos que os números pares e ímpares se ligam pelas ideias de finito e infinito, constituindo um todo harmônico. Assim, para além da alquimia da vela na utilização da magia e também nos rituais com diversas finalidades ( adoração, celebração, súplica, etc) o sacerdote deve possuir sólidos conhecimentos da numerologia para compreender a necessidade de velas (luzes) a serem utilizadas visando vibrar o principio do objetivo ritualístico.


domingo, 23 de agosto de 2015

Mediunidade e Chakras: breve reflexão


Iniciamos nossas reflexões apontando que as assertivas e analogias aqui apresentadas não possuem a pretensão de serem verdades eternas e imutáveis, mas sim uma contribuição para o entendimento de algo maior e divino. Não nos esqueçamos, que enquanto umbandistas, somos universalistas, não no sentido de fazer uma grande mistura, mas no sentido de entender e compreender essa mistura, de forma consciente, visando vislumbrar a convergência das diferentes escolas e ensinamentos para a descoberta das verdades divinas.

Segundo Leadbeater, em seu livro “Os Chakras: os centros magnéticos vitais do ser humano”, “quando um homem começa a aguçar os sentidos, que então lhe permitem perceber algo mais do que os outros percebem, desdobra-se diante dele um mundo novo e fascinante. Os chakras são as primeiras coisas desse novo mundo que lhe chamam a atenção. As pessoas se lhe apresentam sob um novo aspecto, nelas descobrindo muita coisa que antes permanecia oculta à sua vista; e portanto, é capaz de compreender, apreciar e, nos casos necessários, auxiliar o próximo muito melhor do que lhe era possível antes”.

            Há mediunidade esteve presente ao longo do percurso da humanidade, ainda que sobre outras roupagens ou entendimentos. Segundo Edgard  Armond, em seu livro “ Mediunidade”, a  faculdade mediúnica, tanto a natural como a de prova, não é fenômeno de nossos dias, destes dias nos quais o Espiritismo encontrou seu clímax mas, sempre existiu, desde quando existe o homem.  Ainda de acordo com Armond,  foi muito por meio dela que os Espíritos diretores puderam interferir na evolução do mundo orientando-o, guiando-o, protegendo-o.

Encontraremos na literatura ocultista que na pura Raça Vermelha, os seres encarnados tinham os  7 sentidos naturais, de forma inerente aos seus corpos físicos. Isso quer dizer que  os sentidos de ordem astral eram intrínsecos ao psicossoma dos Seres Espirituais. Isso explica grandes indagações inquietantes de nossas mentes, do porque antigamente, em épocas remotas, ensinamentos ditos ocultos ou lei ocultas eram mais desveladas do que na atualidade. Entretanto, ainda em relação a essa época remota, esclarecemos que  entre o corpo físico e o corpo astral não havia nenhum delimitador vibratório ou dimensional, ou seja, os meios de comunicação com o plano astral eram naturais. Não eram necessárias pontes, ou seja, portas vibratórias que se abrem ou fecham. No entanto, com a evolução dos costumes e os períodos reencarnatórios, essa ligação direta foi-se deteriorando, sendo necessária a criação da tela atômica, a qual se constitui num limitador ou regulador da manifestação da vida astral no mundo físico denso. Assim, a mediunidade passa de um status natural para uma classificação de condição especial  ofertada  ao Ser Espiritual que encarna com o compromisso de ser o mediador entre as dimensões. Dessa forma, o corpo físico, o mental e o astral recebem um acréscimo em seus centros vitais, que os fazem vibrar e sentir as coisas diferentemente de outros Seres Espirituais não médiuns. Esse processo acontece pelo  comando central do corpo mental, que emite impulsos em formato de mensagens, veiculadas pelas Linhas de Força (condutores vibratórios) ao corpo astral e esse, por meio dos Núcleos Vibratórios principais, vibrava em consonância com os Núcleos Vibratórios de ordem etérica, que no corpo físico denso equivalem aos plexos nervosos (conjunto de nervos) ou glândulas endócrinas (que produzem ou armazenam hormônios, os quais são indispensáveis ao funcionamento de todo o organismo).

Nesse instante, começamos a descobrir então as ligações entre o corpo físico e o astral, onde nos cabe buscar uma possível definição para essas linhas de forças e os centros propulsores da energia. Assim, chegamos aos chakras, que por definição Hindu, seriam rodas de forças. Poderíamos também dizer que o chakra é a designação sânscrita abonada aos centros de força viventes nos corpos “espirituais”, sendo, além disso, titulados de lótus.

Segundo Michel Coquet explana em seu livro “ A anatomia vital do ser humano”, pode-se conceituar o chakra como o ponto onde os nadis se encontram como os raios no cubo de  uma roda de carruagem. Os centros são formados pelo encontro destas linhas de força (nadis), do mesmo modo que os plexos, no corpo físico, são formados pelo encontro de nervos. Existem centros maiores, aqueles que resultam do encontro de um número maior de nadis (vinte e uma vezes, segundo Coquet) e os centros menores em que a confluência dos nadis é menor. Entre estes últimos existem vinte e um formados pelo encontro de quatorze  nadis e outros bem menores constituídos pela intercepção de sete nadis.   São, os nadis, assim sendo, linhas de força que não devem ser confundidas com os nervos do corpo físico, embora estejam em relação a eles como os chakras com os plexos e órgãos do corpo físico. São condutores de energia.

Os chakras estão situados no duplo etérico e as forças que se difundem por meio dos chakras são essenciais à vida do duplo etérico. Por isso, todos os indivíduos possuem estes centros de força, embora o grau de seu desenvolvimento varie muito em cada indivíduo. Sem os chacras, o Espírito não poderia exercer o seu controle e sua atividade sobre o corpo físico, nem tomar conhecimento das sensações vividas pelo mesmo, pois eles transferem à região anatômica correspondente, cada decisão assumida pelo Espírito no seu mundo oculto. Nesse entrecho, de acordo com Leadbeater, cabe-nos destacar que nas conversações comuns e superficiais, o ser humano afeiçoa discorrer sobre sua alma como se o corpo, por mediação do qual ele fala, fosse o verdadeiro ser, e que a alma, uma propriedade ou feudo do corpo, algo semelhante a um globo cativo a flutuar sobre o corpo, a ele ligado de certo modo. Esta asseveração é inexata, ausente de embasamentos e errônea, pois a inversa é que é verdadeira. O indivíduo é uma alma que tem um corpo, ou em realidade vários corpos, outros corpos invisíveis à visão ordinária, com os quais se relaciona com os mundos emocional e mental.

Assim, no caminhar de nossas leituras, deparamos com as colocações de Nadya Prado, onde assertivamente postula: “ A mediunidade, como um sexto sentido, conecta-nos as dimensões sutis e essa interação entre o mundo físico e espiritual se faz através dos chacras. A autora ainda coloca que os chakras são pontos de conexão entre os diversos corpos do ser multidimensional. Eles captam, assimilam e emitem ondas de energia. Dessa forma, com as ligações multidimensionais do corpo efetivadas pelas linhas de força, as ondulações, emoções e energias são transmitidas do astral para o físico. Logo, podemos inferir que as emanações fluídicas dos planos sutis nos abiscoitam a percepção por meio desses centros energéticos, que se enlaçam aos feixes de nervos do corpo físico cognominados plexos e atuam sobre o sistema endócrino.

Assim, seguindo o raciocínio de Leadbeater, a abertura das portas para o mundo astral tem sua chave mestra no desenvolvimento dessa linhas e centros de forças. O autor coloca ainda que “conquanto a natureza tome esquisitas precauções para resguardar os chakras, não é seu propósito que permaneçam sempre rigidamente fechados. Há um processo normal de abri-los. Talvez fosse mais próprio dizer que a natureza não se propõe abrir os chakras mais do que o estão, senão que o homem deve aperfeiçoar-se de modo que lhes aumente até a plenitude a sua atividade. A consciência do homem comum não é ainda capaz de utilizar a matéria atômica do corpo físico nem a do astral, e portanto, em circunstâncias normais não pode estabelecer comunicação voluntária entre os dois planos. O único meio de consegui-lo é purificar ambos os veículos até que se lhes vitalize a matéria atômica, de modo que todas as comunicações entre um e outro sigam seu caminho obrigatório. Em tal caso, a tela etérica se mantém no maior grau de posição e atividade, e em conseqüência já não representa um obstáculo para a intercomunicação, e contudo impede o contato entre os subplanos inferiores, que daria passagem a todo o gênero de sinistras influências”

Podemos inferir, após algumas reflexões, que os chakras seriam os nossos sentidos astrais, assim como temos os físicos: tato, paladar, entre outros. Então, as rodas energéticas teriam essa função também, para além de outras que sustentam a existência do corpo físico e que não abordaremos no presente texto, pois extrapolaríamos os objetivos propostos. Nessa mesma linha pensamento, Leadbeater também se expressou dizendo que
“de certo modo e até certo ponto, os chakras astrais podem ser considerados como os sentidos do corpo astral. Mas convém definir este conceito para evitar erros, porque não se deve esquecer que, embora para melhor compreensão falemos da visão e audição astrais, estas expressões significam a faculdade de responder às vibrações transferíveis à consciência do ego, quando atua no corpo astral, da mesma forma pela qual transfere para sua consciência as percepções visuais e auditivas, recebidas pelos olhos e ouvidos do corpo físico. Mas na atuação astral não se necessita de órgãos especializados para conseguir tal resultado, pois em todo o corpo astral há matéria capaz de responder às vibrações procedentes do exterior”. Aqui ainda cumpre-nos elucidar que  a rigor não podemos ponderar os chakras astrais como órgãos sensórios, assim como temos  orelhas, olhos, pois não é por eles que o homem astral vê ou ouve, tal qual o homem físico, No entanto,  a percepção astral está sujeita ao despertar dos chakras astrais, porquanto cada um, ao despertar para a plena atividade, dá ao corpo astral a virtude de responder a uma nova ordem de vibrações.


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Buscando compreender os fundamentos das essências sagradas

Os perfumes ou voláteis odoríficos são essências que harmonizam as vibrações do ser humano.
         Antes de iniciarmos nossas curtas reflexões, faz-se importante esclarecer o situar o leitor que o perfume é algo muito antigo, tão antigo quanto a própria humanidade, acompanhando-a em sua evolução.
         De acordo com Rivas Netos, em seu livro “ A Proto-síntese Cósmica”, nada no Universo está parado e quando não se está parado se está em movimento, tendo oscilação, frequência, ou seja, "ondas". Nesse sentido, o autor coloca ainda que toda onda se alastra, e alastrando-se entra em sintonia com outras ondas. Dessa forma, chegamos ao fundamento da utilização das essências sagradas, valendo-se do princípio de sintonia e afinidades vibratórias. Se todo o Universo, o qual avocamos pelo nome de Macrocosmo, vibra, o homem também vibra, e deve vibrar em harmonia com o Macrocosmo, isto é, o Microcosmo, o homem, deve vibrar em sintonia vibratória com o Macrocosmo.
         Nesse ponto, cabe-nos buscar os ensinamentos herméticos, em Caibalion de Hermes, onde temos os princípios do hermetismo. Entretanto, aqui nos interessa a lei da vibração:

“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.”

Todas as coisas se movem e vibram numa sintonia. Todo movimento é vibratório no universo e tudo se manifesta por esse princípio. Nada está em repouso. Tal postulado elucida que as altercações entre as diferentes manifestações de Energia, Matéria, Espírito e Mente procedem das ordens variáveis de Vibração. Ainda acrescentamos, que a vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada.

         Assim, sabendo que somos seres vibratórios, obviamentes iremos concluir que distintos fatores implicam nessa sintonia. Entretanto, no mundo físico, dos encarnados, o mundo onde necessitamos das formas, os perfumes, tais como as essências queimadas, harmonizam e estabilizam as vibrações do indivíduo encarnado, predispondo-o a sintonia cada vez mais elevada, especialmente pela renovação do corpo mental, que principia a originar novo conjunto de pensamentos, isto é, mais puros e elevados, fazendo com que o Ser Espiritual se harmonize com os planos elevados afins no campo astral.

Por fim, cabe-nos esclarecer que tais perfumes atingem, certamente, quando inspirados, o rinencéfalo,  provocando a transformação de tensões e emoções.

         Você sabia que as diferenças de paladares muitas vezes está ligada ao olfato? Diante disso, podemos inferir que o fundamento da utilização da essências sagradas encontram explicações religiosas, assim como cientificas, pois é por meio do rinencéfalo que nosso cérebro tem a sua ação olfativa de decodificação.

         Pense naquele cheirinho bom de comida da vovó e quantas lembranças boa isso pode causar, mudando nosso humor. Assim, se processa a utilização das essências. No entanto, sobre esse tema há muito a ser explorado esotericamente.

sábado, 15 de agosto de 2015

Buscando compreender os fundamentos do uso do fumo nos rituais

A questão do uso do fumo nos rituais umbandistas e até mesmo em outros segmentos religiosos, sem dúvida, é um assunto que suscita diversas controvérsias no âmbito das religiões sobretudo na Umbanda, Nessa, o fato dos guias e entidades, que se manifestam por meio de seus médiuns,  utilizarem-se do fumo, abre margem para que alguns críticos da religião a classifiquem como “ baixo espiritismo”, e até mesmo chegarem ao absurdo de dizer que são espíritos inferiores, entre outras asneiras.A verdade é que opiniões como essas estão recheadas de preconceitos e falta de conhecimento de fundamentos dos ritos.
Em linhas gerais, podemos dizer que a utilização da fumaça do fumo serve para fins de manipulação com certa classe de elementais, para descargas ou desagregações fluídicas de larvas. Quando as entidades fumam, elas  estão manipulando, descarregando, procedendo a certas desagregações fluídicas no ambiente do terreiro ou mesmo sobre o consulente.
            Aprofundando um pouco mais nossos conhecimentos, perceberemos que o fumo é um vegetal, portanto um elemento da natureza, e além disso traz em si os elementos terra e água, em sua composição, acrescente-se a isso que quando acesos agregam ainda os elementos ar e fogo.
            Cabe-nos ainda dizer que desde os primórdios da humanidade, o ser humano já comungava com o Grande Espírito por meio do Cachimbo Sagrado, em todas as tribos e aldeias de todos os continentes.
No site saindo da matrix, usando como fonte o jornal Umbanda hoje, encontramos uma passagem interessante que vale citarmos nesse texto:

“Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados”.

De posse dessas informações, podemos afirmar, com toda certeza, que os nossos mentores espirituais ao fumarem e também o uso religioso da fumaça, e aqui mais especificamente em relação à utilização de charutos e cachimbos, contrariando a muitos profanos maldosos, servem para a manipulação energética, com finalidades bem definidas pelo astral.

Certamente, se rompermos os véus que nos limitam ver o que acontece no mundo astral nesses momentos, detectaríamos que na verdade os tais espíritos atrasados ou inferiores sofrem com essa fumaça, e que ela tem fins benéficos que vão para interpretações para além da nossa limitada compreensão.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Introdução ao sincretismo religioso

Inicialmente, faz-se imperioso definirmos o que é afinal sincretismo. Diante disso, buscamos nossa definição na Wikipédia, onde a mesma traz a seguinte informação:
“Sincretismo é a reunião de doutrinas diferentes, com a manutenção embora de traços perceptíveis das doutrinas originais. Possui, por vezes, um certo sentido pejorativo no sentido da artificialidade da reunião de doutrinas teoricamente incongruentes entre si.[1] Frequentemente, quando se fala em sincretismo, se pensa no sincretismo entre diferentes religiões, no chamado sincretismo religioso.”(WIKIPEDIA)
            Certamente, a questão do sincretismo tem provocado muita confusão entre alguns adeptos da religião e ainda mais nos profanos, que tentam buscar um significação nisso tudo.
            Assim, nesse contexto, precisamos entender que o  processo do sincretismo vem como facilitador da inclusão da cultura católica pela assimilação dos santos com as divindades do panteão africano e ameríndio. No entanto, nesse ponto, gostaríamos de frisar que embora haja algumas crpiticas ao sincretismo, podemos afirmar que se a verdadeira umbanda é um movimento de convergência, e se ainda considerarmos que todas as religiões possuem seus pontos de convergências, assim chegaríamos a conclusão que o sincretismo é parte essencial da convergência entre as religiões, embora o sincretismo com o catolicismo seja o mais popular, tambpem é possível buscarmos correlações com outros sistemas religiosos, que terão pontos em comum, confirmando o verdadeira conjunto das leis de Deus – Aumbhandhan.

            Basicamente, podemos ver abaixo os tipos mais comuns de associação:

Ogum - São Bartolomeu   
Ogum - Santo Antonio      
Ogum - São Jorge   R
Abaluaiê       - São Francisco      
Abaluaiê       - São Sebastião      
Omulu ou Omulum - São Lázaro
Omulu ou Omulum - São Bento 
Nana Buruquê        - Sant´Ana   
Oxum - Nossa Senhora das Candeias 
Oxum - Nossa Senhora da Conceição 
Iemanjá         -Virgem Maria        
Iemanjá         -Nossa Senhora da Conceição 
Iansã  - Santa Bárbara      
Oxalá - Nosso Senhor do Bonfim          
Oxalá - Jesus Cristo          
Oxossi-          São Sebastião       
Oxossi           - São Jorge  
Ibeji     - São Cosme e Damião     
Xangô            - São Jerônimo       


Nessa nossa incursão por tal temática, não podemos nos esquecer de que os escravos africanos por obrigação de seus patrões eram coagidos a cultuar a religião católica. Entretanto, nesse contexto, emergiam o uso das imagens católicas porém misturadas a elementos e fundamentos dos Orixás.

Por outro lado, encontraremos o sincretismo religioso em várias vertentes e o que definirá, muitas vezes sua correspondência serão as misturas utilizadas em tais rituais. Assim, encontraremos diferenças substanciais em Candomblé, Catimbó, Toré, Xambá, Babassuê, Toque de Mina, Canjerê, Quimbanda, etc.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O roteiro básico para se processar uma sessão de Umbanda

Em meu roteiro de estudos, hoje, resolvi dividir, de forma breve, um pouco do que compreendi sobre o roteiro para se processar um sessão de Umbanda corretamente.
Mestre Yapacany divide a sessão em três partes fundamentais: abertura, prosseguimento e encerramento.
A abertura é onde serenamos nossas mentes inquietas e começamos a afinar nossas energias para o trabalho de caridade que irá se iniciar. Assim, os médiuns entram no recinto em vibração cruzada distribuindo-se da seguinte forma: mulheres à esquerda e homens à direita. Essa disposição obedece a certos princípios que preferimos não revelar aqui, por enquanto.
Na sequência procede-se a defumação propiciatória. Em algumas linhagens, nesse momento realiza-se o ritual de ipade para dar rumo as larvas astrais desprendidas com a defumação.
Então, firma-se o ponto do guia chefe da tradição, passando por toda linhagem até chegarmos ao guia chefe da casa.
Cabe destacar, que após, a entrada dos médiuns, ainda em posição cruzada, o mestre realiza uma pequena palestra de cunho doutrinário, a qua deve ser breve, objetiva e numa linguagem de fácil entendimento para os consulentes.
Já a 2° parte dos trabalhos, denominada de prosseguimento, é o momento onde se processa os atendimentos aos consulentes.
Por fim, temos o encerramento, onde os médiuns já estão desincorporados, e que pode-se nesse momento realizar a corrente vibrada e proceder um rito de descarga, tendo também a limpeza dos médiuns e do ambiente.

Assim, encerra-se com uma prece de agradecimento a Oxalá e aos mentores da casa pela oportunidade de aprendizado e serventia e ajuda aos irmãos.

sábado, 8 de agosto de 2015

O que significa a palavra Saravá?

REFLEXÕES EM TORNO DO VOCÁBULO SARAVÁ

No livro a Proto Sìntese Cósmica, Rivas Neto, afirma que a Ciência Teúrgica constitui-se na arte de aplicação superior da Alta Magia. É nesse campo de atuação magística, que se aplicam os mantrans ou mantras, que são palavras especiais vocalizadas de forma especial, que estão relacionadas com a produção de certos fenômenos, sejam eles físicos, astrais ou espirituais. Nesse sentido, no presente trabalho, analisaremos o termo sagrado SARAVÁ, que perpetua até os nossos dias, sendo mantranizados, de acordo com o autor referido, desde a época da pura Raça Vermelha.
O termo SARAVÁ provém do Abanheenga, tendo como significado:

SA (15) — significando: FORÇA, SENHOR
RA (20) — significando: REINAR, MOVIMENTO
VA (06) — significando: NATUREZA, ENERGIA

Assim, o vocábulo místico sagrado sarava tem como um primeiro significado: força propulsora da natureza ou atributo externo operante das Potências Superiores ou Orixás. Segundo Rivas Neto, ao pronunciar-se esse termo, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois suporte vibratório aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Dessa forma, o saravá é um mantra fixador da Luz Astral em movimento, bem como, dependendo de como é pronunciado, pode ser dissipador da Luz Astral em repouso. Coagula e dissipa correntes segundo a necessidade, podendo fixar ou dissipar vibrações tanto na esfera mental, como na astral e na física.
Numa relação com a geometria sagrada, encontraremos que o referido mantra tem sua representatividade no pentagrama. Dentro dessa análise, ainda podemos realizar, para completar nossa análise, uma reflexão “numerológica”, pois, de acordo com os números atribuídos as sílabas do terma sarava, chegaremos ao número 5. Dessa forma, encontraremos que o pentagrama está associado ao número 5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem movimento e força. Para Rivas Neto, o número 5 é um símbolo sintético, constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que algumas escolas iniciáticas, tem  no número cinco a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. Simboliza, portanto, a totalidade do universo
Também encontramos a uma curiosa explicação do termo sarava, dada pelo médium escritor Roger Feraudy, em seu livro “ Umbanda –Essa desconhecida”-, onde ele afirma que na antiguidade, o termo Umbanda era pronunciado como “Aumpram”. Em tempos remotos, os primeiros sacerdotes do Aupram possuíam uma palavra sagrada de reconhecimento que era YAÔAVA, que seria uma maneira de guardar ou velar o mantra sagrado AUPRAM, que era profundamente secreto, pois só pronunciavam em certas épocas do ano, em cerimônias especiais. Portanto, Yaôava, era a saudação utilizada em substituição da palavra sagrada AUMPRAM. Diante disso, temos que YAÔ: simboliza o poder masculino atuante na Natureza e AVA simboliza o poder feminino na Natureza. Juntando-se YAÔ com AVA, teremos YAOAVA como manifestação de Deus na Natureza.
Originariamente, YAÔAVA era EVOÈ, que se pronuniciava EVUÉ. Esse vocábulo é composto de quatro letras sagradas, representativas do quaternário cósmico, assim pronunciadas: YUD_HÊI_VAV_HÊI. De tudo isso, devido as deturpações sofridas, chegamos ao sarava, que não é somente ou simplesmente um “salve irmão”, mas sim o cumprimento que significa o sentido altamente filosófico, metafísico e oculto dos fenômenos do Universo.
Pelo exposto acima, detectamos uma analogia com o que prega algumas escolas iniciáticas sobre o movimento do yin do yagn, mencionados acima. Por outro lado, o termo YAÔAVA, resguardadas as corruptelas linguísticas,  trazem intimas ligações com o significado obtido para o termo sarava a partir da Proto Síntese Cósmica, mostrando a atuação/movimento do poder “da e sobre” a Natureza.
Buscando uma possível analogia com a cabala, encontraremos uma íntima ligação do termo sarava com a sephirot  Geburah, qual carrega como significado, de modo geral, a força, a luta, a ação e o empenho. Em termos espirituais, Geburah se correlaciona com o aspecto cabalístico da força, tendo em si o aspecto de procedimento vital que se relaciona diretamente com a liberação da energia por meio da ação. Ainda na perspectiva de relação com a cabala, podemos encontrar nas palavras de Israel Regardie, em seu livro “ Um Jardim de Romãs”, a ideia da manifestação do equilíbrio. Segundo a referida obra, apesar de Geburah ser uma potência feminina, como são todas as sephiroth da coluna lateral esquerda da Árvore, praticamente todas as suas atribuições são masculinas e vigorosas (equilíbrio entre as forças masculinas e femininas). Há um aforismo alquímico que diz: “O Homem é paz, a Mulher é o poder”. Esta ideia é confirmada pelo sistema cabalístico. As três sephiroth masculinas da coluna lateral direita são denominadas de Pilar da Misericórdia; enquanto que as três sephiroth femininas da esquerda formam o Pilar da Severidade. A maioria das atribuições dadas a Chesed, a sephirah masculina, são femininas por sua qualidade. Não se trata de uma confusão de pensamento, senão da necessidade de um equilíbrio.
Quando Rivas Neto traz que ao se pronunciar SARAVÁ, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois SUPORTE VIBRATÓRIO aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Nessa linha de raciocínio, numa visão subliminar, encontraremos a sephirot GEBURAH situada no plano da criação, considerando aqui que a árvore da vida pode ser divida em 4 diferentes planos para seu estudo. Além disso, Geburah tem como emanação arquetípica a canalização da energia por meio de objetivos. Nesse ponto, buscando relações de arquétipos, num estudo mais aprofundado encontraremos correlações com o orixá Ogum. Assim, diante disso, se analisarmos profundamente, buscando as correlações com a cabala, chegaremos a afirmação de Rivas Neto que o termo litúrgico sarava se pronuncia segundo a modulação própria de uma das 7 variantes da Lei, ou seja, os 7 mantras sagrados, os quais denominam as 7 potências originais ou orixás, que em síntese são as linhas de força e as sutis energias movimentadas pelo presente mantra em estudo.


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Geometria sagrada: Reflexões sobre o triângulo

Hoje, resolvemos trazer um pouco da geometria sagrada aos nossos leitores, e escolhemos falar um pouco do triângulo.
Antes de iniciamos nossas reflexões, sugerimos aos nossos leitores a pensarem um pouco sobre como a geometria envolve sua vida, como ela está presente na quase totalidade da sua vida, e pode ter certeza que não é por acaso.
Agora, passaremos a focar a nossa forma escolhida para discorrer: o triângulo.
O triângulo, num primeiro instante, está ligado ao símbolo da criação, estando relacionando com o número 3, sendo a primeira forma geométrica manifesta, lembrando que a primeira é o ponto, a segunda a reta.
As formas geométricas estão, na sua interpretação, revestida de significado psicológicos e simbólicos.
Certamente, todas as formas geométricas possuem sua importância, entretanto o triângulo tem grande importância em várias escolas ocultistas e demais religiões, pois revela o princípio da criação e do equilíbrio, tendo também os aspectos da harmonia.
Dentro de algumas tradições, o triângulo apontado para cima representa o feminino, e quando voltado para baixo está ligado ao masculino. Daí podemos avançar um pouco, quando indica acima está ligado as coisas espirituais, quando voltado para baixo está indicando nas coisas materiais. Nesse sentido, se olharmos a figura do hexagrama, encontraremos dois triângulos, representando assim o equilíbrio das coisas.
Além disso, ele representa trindade divina presente todas as religiões, revelando nesse aspecto a questão do equilíbrio: pai, mãe e filho/ início, meio e fim/ criança, adulto e velho, entre outras representações.
Você sabia que os egípcios utilizavam o triângulo por meio das pirâmides, pois acreditavam que com isso teriam a canalização das forças divinas.
Assim, dentro de alguns rituais o triângulo, dependendo de sua utilização, é uma figura importantíssima na magia, tanto para aspectos materiais como para fins espíritos, porém essa aspectos abordaremos num próximo artigo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Conheça o Hino da Umbanda!

Pessoal,

A Umbanda tem fundamento sim senhor. Mas hoje, trago o hino da Umbanda para vocês conhecerem, porém não encontrei fontes dedignas que apontassem seu autor. Se alguém souber, deixa aí nos comentários!

Refletiu a luz divina
Com todo seu esplendor
vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor

Luz que refletiu na terra
Luz que refletiu no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar

Umbanda é paz e amor
Um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
e a grandeza nos conduz.

Avante filhos de fé,
Como a nossa lei não há...
Levando ao mundo inteiro
A Bandeira de Oxalá !

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que tem no caldeirão da bruxa?

Essa pergunta provoca as mais diferentes e inusitadas respostas, por motivos diversos. Mas afinal o que tem no caldeirão da bruxa? Essa pergunta não é difícil de responder quando passamos a conhecer um pouco de sua origem e finalidade dentro do culto.
                O Caldeirão está ligado, dentro da velha Arte, aos mistérios femininos, nesse sentido , num primeiro momento, ele é a representação simbólica da Deusa, mas especificamente do útero. Considerando o útero como o princípio fecundo. Mas por qual motivo o caldeirão? Em nosso mundo, na antiga Europa, vamos pensar a questão do caldeirão como o utensílio utilizado pelas mulheres para fazer as comidas e assim permitir a subsistência, sem contar que dentro do caldeirão, na perspectiva de utensílio de cozinha, temos a transformação  das coisas ou melhor dos alimentos. Assim, dentro da bruxaria, o caldeirão significa o útero da Deusa.
Por outro lado, temos  que ainda analisar que ele fica sustentado por um tripé , o qual representa as três facetas: a donzela, a mãe e a ancião, representando assim as três fases da vida.
Após essa breve introdução, começaremos entender que o caldeirão da bruxa é utilizado como um elemento simbólico, mas que também tem sua utilidade dentro do ritual de magia. Nesses rituais, as bruxas o utilizam para colocar ervas, perfumes e outros ingredientes buscando a transformação dos elementos, gerando energia para a efetivação  rito mágico. Assim, podemos esquecer a ideias maldosas e inusitadas que mentes profanas tentam incutir nesse lindo, rico e importante instrumento religioso.


domingo, 26 de julho de 2015

Dica do dia: 5 banhos de alma para melhorar sua energia

Obviamente, temos dias que chegamos em casa como se todas as nossas energias tivesses sido sugadas. Entretanto, simples banhos com ingredientes fáceis de se encontrar podem ajudar você a ficar mais leve.
Em nosso primeiros do lugar, indicamos o banho de sal grosso, muito indicado até pelas nossas Vovozinhas, sendo uma receita simples e de fácil utilização.
Segundo lugar no nosso ranking indicamos o banho com Arruda, planta muti fácil de se encontrar que ajudará você a limpar suas energias, deixando sua aura vibrar sabiamente.
Em nossa terceira dica, apontarem os o banho com alecrim, pois além de trazer proteção, consegue destruir as larvas astrais impregnadas em nosso campo astral.
Em quarto lugar, pedimos experimentar um banho com essência oi perfume de alfazema misturado com água limpa, e certamente você experimentará uma sensação de leveza e bem estar.
Por fim, indicamos  banho um banho sem ervas, mas que você utilizará sua imaginação. Após a higienização habitual, faça uma oração e peça para descarregar todas as energias negativas de seu campo astral, então imagine-se embaixo de uma cachoeira, deixando a água escorrer pelo seu corpo, deixando que tudo de ruim saia junto a água e escoe pelo ralo.
É isso aí pessoal, essa foi nossa dica rápida doa dia!
#dicadodia#

sábado, 25 de julho de 2015

FORMA E APRESENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS NA UMBANDA

Esse assunto talvez seja um dos mais polêmicos e debatidos por especialistas. Entretanto, para nossa breve reflexão, consideraremos que dentro desta religião existe uma tríade de apresentações concretizadas nas seguintes formas: criança, caboclo e preto velho.
            Assim, nesse triângulo teremos a representação de três conceitos importantes e fundamentais, sendo eles, de acordo com mestre Yapacani, em seu livro "Umbanda de todos nós":
a) a PUREZA, que nega o vício, o egoísmo e a ambição;
b) a SIMPLICIDADE, que é o oposto da vaidade, do luxo e da ostentação;
c) a HUMILDADE, que encerra os Princípios do amor, do sacrificial, e da paciência, ou seja, a negação do poder temporal...
            Dessa forma, seguindo a ordem de apresentação acima teremos, as crianças, os caboclos e os pais velhos.
            Importante nessa análise, é denotarmos que o conjunto dessas três virtudes podem, de forma sintética, representar muitos postulados e filosofias de algumas outras religiões. Por exemplo, se analisarmos os 10 mandamentos da igreja católica, veremos num estudo mais profundo e analítico que Pureza, Simplicidade e humildade, nas suas possíveis concepções semânticas sintetizar o exposto no     ensinamento dito católico aqui referenciado.
            No entanto, faz-se importante esclarecer que essas são formas de apresentação de tais espíritos, não significando necessariamente que os mesmos tenham essa aparência ou tenham sido escravos como muito se atribui aos preto-velhos. Lembremos que o astral está para além da forma, sendo esta inerente ao mundo material. E partindo da necessidade nossa de ter que concretizar as coisas, pois a mente racional sente dificuldade em trabalhar com o abstrato, portanto a necessidade de tais formas. Por outro lado, cuidadosamente, as formas nos levam a conhecimentos arcanos mais profundos que ficariam difíceis de serem esgotados nessa pequena reflexão.

            Por fim, esclarecemos que as formas de apresentação dos espíritos na Umbanda não são invenção de algumas pessoas, na verdade elas obedecem ordens e leis astrais que de certa forma estão intimamente ligadas ao conceito da tríade e da força sagrada número três. Segundo mestre Yapacani: “ tudo gira e se expressa nas Três Formas, ou seja, na Tríade, que por analogia é o reflexo da Trilogia Sagrada, o Ternário Humano, sintetizado na Unidade que é a manifestação de Deus”.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Limpar a energia do lar: dicas do dia

Às vezes sentimos a energia pesada em nossos lares, nessa hora alguns pequenos finais podem fazer a diferença:. Veja coisas que você pode fazer para limpar a energia da tua casa:
A) Varrer a casa do fundo para gente, e depois passar um pano com água e sal grosso,
B) Fazer uma defumação com erva doce, canela e cravo,
C) Borrifar água com essência de alfazema

#dicadodia#

sábado, 18 de julho de 2015

INICIAÇÃO A PEMBA

O artigo abaixo é um compilado de informações tendo citações diretas da obra “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás” de mestra Itaoman. Assim como das obras de mestre Yapacani.
            Segundo mestre Itaoman, em seu livro intitulado “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás”, a descoberta de que os objetos naturais podiam ser transformados em instrumentos capazes de agir sobre o mundo exterior para alterá-lo, como é o caso das armas, levou a mente do homem a outra ideia: a de que a natureza também poderia ser magicamente transformada. A magia de fazer instrumentos levou-o inevitavelmente à tentativa de fazer com que coisas existentes como ideias, viessem a ter existência material.        Mas, foi sobretudo em relação ao sobrenatural que o homem aplicou esta ordem de ideias, pois que, vivendo no meio de tanto perigo e brutalidade, ele sabia que a morte era uma realidade e, sobretudo, uma força que por vezes aniquilava os seus mais árduos esforços.
            Ainda segundo Itaoman, quando o indivíduo já havia domado os saberes basilares da natureza, da morte e da sobrevivência, já sabendo também gravar por desenhos e símbolos, aquilo que via e que lhe sucedia, ele passou a desenhar aquilo que ele desejava que lhe sucedesse, isto é, que as suas próprias armas fossem certeiras e mortíferas, que a caça fosse abundante e tímida, que seus inimigos fossem mais frágeis do que ele para que a morte, esta temida força sobre natural, não viesse a ceifar a ele próprio. Assim sendo, o homem passou a gravar não só a recordação dos fatos ocorridos, mas também, passou a gravar aquilo que desejava que lhe ocorresse, isto é, passou a expressar suas ideias e sua vontade.
            Mestre Itaoman,  coloca que foi assim que a Recordação, a Ideação e a Vontade, ou seja, a capacidade de acumular conhecimentos, a faculdade de prever os acontecimentos e a força de deliberação da vontade, formaram a base de todo o conhecimento da humanidade. Principiando por uma magia prática, autêntica, quase uma técnica de sobrevivência, o homem passou a expressar sua vontade por desenhos figurativos cada vez mais estilizados, simbólicos e, afinal, ideográficos. Dava-se, assim, o aparecimento das primeiras escritas mágicas que tinham a finalidade de muito mais do que informar, aplacar as forças sobre naturais para a mais fácil obtenção de coisas materiais. Começou, desta forma, a estreita relação entre o conhecimento, a magia do sobrenatural e a escrita, pois que, muito embora o Homem desejasse reger os acontecimentos ao sabor de sua vontade pela aplicação da Magia, baseava-se ele sobre o fruto de suas milenares observações, experiências e constatações sobre a natureza que o rodeava.
A Grafia Sagrada dos Orixás, é muito ampla e apresenta a necessidade de exposição pessoal e, por sua vez, poderia ser até desastroso pessoas sem "Ordens e Direitos" manipulá-la.
Apenas para referência, esta grafia são clichês (Yantras), os quais são utilizados pelas entidades e Médiuns Magistas (com a presença ou não de espíritos) para acionarem/projetarem no Plano Astral a movimentação de forças sutis com um determinado fim. Se for aplicado de forma incorreta, poderá produzir resultados diferentes daqueles esperados.
Na Umbanda, em seus diversos momentos de entendimentos, encontramos várias formas de apresentação desses Yantras, sendo os mais comuns, os de cunho exotérico (externo/aberto), aqueles onde são utilizados estrelas, ondas, flechas, cruzes, luas, etc, que têm os seus resultados em suas aplicações; e, encontramos, também, os de cunho esotérico (interno/fechado) onde são utilizados : direcionamentos, Raízes e chaves, através da grafia Adâmica e afins.
A pemba, de origem africana, é um instrumento ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas entidades e pelo médium, visando estabelecer contatos vibratórios com as esferas espirituais. A pemba praticamente é usada em quase todos os rituais de umbanda. Por carregar o axé, a pemba é saudada como um divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento místico de sua utilização está relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça. Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é sensível à água, mudando de tom quando está molhada, deixando ser levada pela correnteza dos rios.
A pemba, através do seu elemento ígneo, fogo, manipula as energias psíquicas do ser humano; pela água lava, limpando o espiritual da áurea; pelo ar transporta para o campo de origem; pela terra, através de seus filtros, retorna suas funções equilibrantes.
Pela pureza, a pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.
Confecciona-se a pemba com uma substância chamada "caulim" (argilapura de cor branca), importado da África.Com o tempo, o "caulim"foi substituído pela dificuldade de importação, pelo "calcário" e a "tabatinga".É misturado ao caulim, pós resultante da torra e trituração de algumas sementes como o Alibê, a Nóz-moscada, Dandá da Costa, Ataré, Aridan, Obi e Orogbô. Existem pembas de varias cores (adição de corante) mas a branca é a mais utilizada.
            Mestre Yapacani afirma, no livro “Umbanda de todos nós”, que assim como os homens têm a pena para firmar documentos, elaborar tratados, codificar leis e expressar cientificamente seu pensamento, os Orixás, Guias e Protetores usam da pemba (giz bruto), que é uma de suas maiores “ armas” na imantação de certas forças, da Magia da Lei, não pelo objeto em si, mas pelo valor de seus Sinais.
            Os pontos riscados são ordens escritas (podemos qualificá-los de “grafia celeste”) de UM a VÁRIOS setores com a identidade de quem pode e ESTÁ ORDENADO para isto. O ponto riscado é uma “ordem” escrita a uma série de entidades. Quando um médium risca um ponto irradiado por uma entidade, está mobilizando a falange que com ela trabalha, ou outra, direcionando a energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo do merecimento do consulente e da ética do médium.
            Pelo ponto riscado é que as Entidades se identificam por completo nos aparelhos de incorporação, PRINCIPALMENTE nos semi-inconscientes, pois seus subconscientes, nesses fundamentos, não influem, simplesmente porque não conhecem seus interiores. Para exemplificar: é o mesmo que um aparelho incorporar um espírito arraigado aos caracteres psíquicos, língua e costumes do país onde teve sua última encarnação – um chinês, por exemplo- que vem escrevendo esse idioma, que o aparelho desconhece por completo.
            Para entendermos a Lei de Pemba, inicialmente, devemos compreender ou verdadeiros sinais identificadores, conhecidos como Flecha, Chave e Raiz. De modo resumido, podemos inferir que: a Flecha identifica a vibração (forma da entidade); Chave identifica a linha; Raiz que identifica sua origem e relação, explicitando o grau hierárquico da entidade. Neste ponto, cabe-nos esclarecer que de acordo com Yapacani, os mistérios da Raiz são ensinados somente aos iniciados de 2º grau.
            Comecemos, entendendo os caracteres identificadores da junção das três bandas ordenadas pela Lei – de Espíritos de Crianças, Caboclos e Pretos-velhos. Flecha ou vibração forma (identifica a forma como a entidade se apresenta): A Flecha, que é baseada na linha, que por sua vez é formada de pontos, representa o equilíbrio e a dualidade sendo, portanto, a vibração original ou reflexo da escrita divina. Sempre orientada para o alto, para o céu, em louvor e respeito às divindades que a ensinaram aos homens.
            Temos, assim, três caracteres que identificam três agrupamentos, ou seja:

    
CRIANÇAS             CABOCLOS          PRETOS-VELHOS


           


Eis os Sinais Cruzados das Três Bandas:

            Até aí, porém, damos apenas a Banda afim. Mas as Entidades podem dar um “ponto riscado” no qual caracterizam Três Fundamentos que se completam, formando um TODO.
A)   Pode riscar um Sinal ( qualquer um desses acima), que se chama Flecha, quando quer identificar simplesmente sua Banda ou Agrupamento afim.
B)    Completa o primeira com outro, que se diz CHAVE, quando quer fimar com precisão a sua identidade para determinados casos, porque costumam usar os SINAIS de Flecha e Raiz separados para a composição de certos conjuntos.





            Pela junção dos Dois Sinais (Flecha e Chave), saberemos logo, de uma só vez, a sua Banda ( se é criança, caboclo ou preto velho) e sua Linha ( qualquer uma das sete) e isso porque os espíritos de crianças estão debaixo de uma só vibração, a de Yori; os pretos-velhos, de Yorimá, mas os caboclos se distribuem em cinco vibrações diferentes, quais sejam: de Orixalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi e Xangô. Exemplifiquemos, assim, a junção dos Dois em Um:


            Feitos os dois primeiros, o Orixá-intermediário, Guia ou protetor, se julgar necessário, completa com um terceiro sinal – tríplice que se chama Raiz.   O sinal da Raiz é o que controla e situa as afinidades entre os espíritos que se apresentam.
            O sinal da Raiz tem três características em seu traçado, em cada uma das sete linhas que identificam ainda a Entidade como chefe de falange, subfalange ou simples integrante.
            Para uma identificação total, traça, conforme o objetivo, outros sinais, e forma um conjunto, surgindo então o ponto em sua totalidade. Assim, reiteramos a informação que os fundamentos, na Lei de Pemba, de Raiz em diante, são ensinados apenas aos Iniciados de 2º grau até o marco dos positivos.
            Os sinais riscados não são somente “cartões de visitas” de Entidades Astrais e, nem tão pouco, os desenhos simbólicos de pensamentos abstratos. Eles são partes integrantes de uma Lei: a Lei de Pemba que assenta suas bases na Geometria Esotérica e que se exprime através de caracteres da Grafia Sagrada dos Orixás, movimentando as Forças Vitais da Natureza, em trabalho de Descarga e Fixações destas mesmas forças sobre elementos materiais que tenham as propriedades fixadoras ou desagregadoras necessárias às conveniências momentâneas. Os sinais riscados são ainda a base gráfica da Magia Simbólica dos Orixás, que se enquadra na Magia Talismânica, conhecida desde as mais remotas eras e em todas as civilizações.
            Estes sinais riscados comportam três aspectos principais: O Ternário, o Quaternário e o Setenário.
            Em seu aspecto Ternário, são identificantes. Dizem respeito à forma de apresentação das entidades manifestantes.
            Em seu aspecto Quaternário são Manipuladores. Dizem respeito à movimentação das forças vitais dos quatro elementos mágicos básicos: a Terra, a Água, o Fogo e o Ar.
            Em seu aspecto Setenário são Evocatórios. Dizem respeito às AFINIDADES DAS VIBRAÇÕES ORIGINAIS das entidades manifestantes com seus respectivos Orixás, bem como, quais são suas Ordens e Direitos de Trabalhos   Em suma, os aspectos ternário e setenário, estão intimamente ligados entre si.