segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Reflexão sobre a relação pentagrama e iniciação


A famosa estrela de cinco pontas, presente em diversas culturas e religiões, embora com várias interpretações arcanas, no fundo todas emergem para a uma mesma concepção e ensinamento ao ser  humano. Ao nos aprofundarmos na interpretação do  presente símbolo, encontraremos, na verdade, o verdadeiro caminho da iniciação.

Ao longo de sua história, a humanidade buscou compreender as energias e forças ocultas que circundavam suas vidas, assim entre seus medos e anseios frente ao desconhecido, foram-se criando símbolos nas diversas culturas para sintetizar o conhecimento desses mistérios. Nessa vereda simbólica, o pentagrama emerge como um dos principais símbolos, sendo, atualmente, um dos mais difundidos, possuindo diferentes interpretações e utilizações, mas que numa análise profunda podemos identificar uma escala de coerência na compreensão nas diversas culturas.

Assim, podemos começar nossa reflexão pela geometria sagrada:

“Os princípios norteadores da geometria sagrada transcendem as considerações religiosas sectárias. Como uma tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade no todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas as pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam os seus princípios ou propósitos. A aplicação universal dos princípios idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo, no espaço e por crenças às diferentes atesta a sua natureza transcendental.”(Nigel Pennick)

Nessa perspectiva, o pentagrama tem sua geometria explorada a partir da concepção de equilíbrio e perfeição. Dessa forma, encontraremos que o pentagrama está associado ao número 5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem movimento e força.  O número 5 é um símbolo sintético, constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que algumas escolas iniciáticas, tem  no número cinco a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. Simboliza, portanto, a totalidade do universo.

Após tais explanações, podemos começar a pensar na relação iniciação versus pentagrama, a qual guarda íntima relação. Primeiramente, devemos compreender que o caminho iniciático tem para além de outros objetivos, levar o ser humano ao equilíbrio e integração com as forças universais, promovendo a perfeição da sua existência, do ponto de vista da relação macro e microcosmo.

Na sua caminhada iniciática, o adepto deve conhecer e aprender a manipular os quatros elementos. Numa correlação com o pentagrama, podemos também identificar que cada uma de suas pontas representam um elemento, tendo a quinta ponta, geralmente a superior, representando o éter universal. Logo, o objetivo do iniciado seria atingir o éter, conectar-se com o mesmo.

O iniciado, em sua trajetória, embora tenha um mestre, descobrirá que o caminho da iniciação é solitário, sendo seu mestre apenas o facilitador nesse processo, portanto a iniciação está sujeita a verdadeira vontade do candidato. Para tanto, o mesmo deverá despertar para a realidade dos quatro elementos que a tudo compõe a nossa vida, onde irá compreender em cada elemento suas lições e influências que, certamente, contribuirão para busca de seu equilíbrio e conexão com a energia superior cósmica, a grande fraternidade branca.




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