sexta-feira, 31 de julho de 2015

Geometria sagrada: Reflexões sobre o triângulo

Hoje, resolvemos trazer um pouco da geometria sagrada aos nossos leitores, e escolhemos falar um pouco do triângulo.
Antes de iniciamos nossas reflexões, sugerimos aos nossos leitores a pensarem um pouco sobre como a geometria envolve sua vida, como ela está presente na quase totalidade da sua vida, e pode ter certeza que não é por acaso.
Agora, passaremos a focar a nossa forma escolhida para discorrer: o triângulo.
O triângulo, num primeiro instante, está ligado ao símbolo da criação, estando relacionando com o número 3, sendo a primeira forma geométrica manifesta, lembrando que a primeira é o ponto, a segunda a reta.
As formas geométricas estão, na sua interpretação, revestida de significado psicológicos e simbólicos.
Certamente, todas as formas geométricas possuem sua importância, entretanto o triângulo tem grande importância em várias escolas ocultistas e demais religiões, pois revela o princípio da criação e do equilíbrio, tendo também os aspectos da harmonia.
Dentro de algumas tradições, o triângulo apontado para cima representa o feminino, e quando voltado para baixo está ligado ao masculino. Daí podemos avançar um pouco, quando indica acima está ligado as coisas espirituais, quando voltado para baixo está indicando nas coisas materiais. Nesse sentido, se olharmos a figura do hexagrama, encontraremos dois triângulos, representando assim o equilíbrio das coisas.
Além disso, ele representa trindade divina presente todas as religiões, revelando nesse aspecto a questão do equilíbrio: pai, mãe e filho/ início, meio e fim/ criança, adulto e velho, entre outras representações.
Você sabia que os egípcios utilizavam o triângulo por meio das pirâmides, pois acreditavam que com isso teriam a canalização das forças divinas.
Assim, dentro de alguns rituais o triângulo, dependendo de sua utilização, é uma figura importantíssima na magia, tanto para aspectos materiais como para fins espíritos, porém essa aspectos abordaremos num próximo artigo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Conheça o Hino da Umbanda!

Pessoal,

A Umbanda tem fundamento sim senhor. Mas hoje, trago o hino da Umbanda para vocês conhecerem, porém não encontrei fontes dedignas que apontassem seu autor. Se alguém souber, deixa aí nos comentários!

Refletiu a luz divina
Com todo seu esplendor
vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor

Luz que refletiu na terra
Luz que refletiu no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar

Umbanda é paz e amor
Um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
e a grandeza nos conduz.

Avante filhos de fé,
Como a nossa lei não há...
Levando ao mundo inteiro
A Bandeira de Oxalá !

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que tem no caldeirão da bruxa?

Essa pergunta provoca as mais diferentes e inusitadas respostas, por motivos diversos. Mas afinal o que tem no caldeirão da bruxa? Essa pergunta não é difícil de responder quando passamos a conhecer um pouco de sua origem e finalidade dentro do culto.
                O Caldeirão está ligado, dentro da velha Arte, aos mistérios femininos, nesse sentido , num primeiro momento, ele é a representação simbólica da Deusa, mas especificamente do útero. Considerando o útero como o princípio fecundo. Mas por qual motivo o caldeirão? Em nosso mundo, na antiga Europa, vamos pensar a questão do caldeirão como o utensílio utilizado pelas mulheres para fazer as comidas e assim permitir a subsistência, sem contar que dentro do caldeirão, na perspectiva de utensílio de cozinha, temos a transformação  das coisas ou melhor dos alimentos. Assim, dentro da bruxaria, o caldeirão significa o útero da Deusa.
Por outro lado, temos  que ainda analisar que ele fica sustentado por um tripé , o qual representa as três facetas: a donzela, a mãe e a ancião, representando assim as três fases da vida.
Após essa breve introdução, começaremos entender que o caldeirão da bruxa é utilizado como um elemento simbólico, mas que também tem sua utilidade dentro do ritual de magia. Nesses rituais, as bruxas o utilizam para colocar ervas, perfumes e outros ingredientes buscando a transformação dos elementos, gerando energia para a efetivação  rito mágico. Assim, podemos esquecer a ideias maldosas e inusitadas que mentes profanas tentam incutir nesse lindo, rico e importante instrumento religioso.


domingo, 26 de julho de 2015

Dica do dia: 5 banhos de alma para melhorar sua energia

Obviamente, temos dias que chegamos em casa como se todas as nossas energias tivesses sido sugadas. Entretanto, simples banhos com ingredientes fáceis de se encontrar podem ajudar você a ficar mais leve.
Em nosso primeiros do lugar, indicamos o banho de sal grosso, muito indicado até pelas nossas Vovozinhas, sendo uma receita simples e de fácil utilização.
Segundo lugar no nosso ranking indicamos o banho com Arruda, planta muti fácil de se encontrar que ajudará você a limpar suas energias, deixando sua aura vibrar sabiamente.
Em nossa terceira dica, apontarem os o banho com alecrim, pois além de trazer proteção, consegue destruir as larvas astrais impregnadas em nosso campo astral.
Em quarto lugar, pedimos experimentar um banho com essência oi perfume de alfazema misturado com água limpa, e certamente você experimentará uma sensação de leveza e bem estar.
Por fim, indicamos  banho um banho sem ervas, mas que você utilizará sua imaginação. Após a higienização habitual, faça uma oração e peça para descarregar todas as energias negativas de seu campo astral, então imagine-se embaixo de uma cachoeira, deixando a água escorrer pelo seu corpo, deixando que tudo de ruim saia junto a água e escoe pelo ralo.
É isso aí pessoal, essa foi nossa dica rápida doa dia!
#dicadodia#

sábado, 25 de julho de 2015

FORMA E APRESENTAÇÃO DOS ESPÍRITOS NA UMBANDA

Esse assunto talvez seja um dos mais polêmicos e debatidos por especialistas. Entretanto, para nossa breve reflexão, consideraremos que dentro desta religião existe uma tríade de apresentações concretizadas nas seguintes formas: criança, caboclo e preto velho.
            Assim, nesse triângulo teremos a representação de três conceitos importantes e fundamentais, sendo eles, de acordo com mestre Yapacani, em seu livro "Umbanda de todos nós":
a) a PUREZA, que nega o vício, o egoísmo e a ambição;
b) a SIMPLICIDADE, que é o oposto da vaidade, do luxo e da ostentação;
c) a HUMILDADE, que encerra os Princípios do amor, do sacrificial, e da paciência, ou seja, a negação do poder temporal...
            Dessa forma, seguindo a ordem de apresentação acima teremos, as crianças, os caboclos e os pais velhos.
            Importante nessa análise, é denotarmos que o conjunto dessas três virtudes podem, de forma sintética, representar muitos postulados e filosofias de algumas outras religiões. Por exemplo, se analisarmos os 10 mandamentos da igreja católica, veremos num estudo mais profundo e analítico que Pureza, Simplicidade e humildade, nas suas possíveis concepções semânticas sintetizar o exposto no     ensinamento dito católico aqui referenciado.
            No entanto, faz-se importante esclarecer que essas são formas de apresentação de tais espíritos, não significando necessariamente que os mesmos tenham essa aparência ou tenham sido escravos como muito se atribui aos preto-velhos. Lembremos que o astral está para além da forma, sendo esta inerente ao mundo material. E partindo da necessidade nossa de ter que concretizar as coisas, pois a mente racional sente dificuldade em trabalhar com o abstrato, portanto a necessidade de tais formas. Por outro lado, cuidadosamente, as formas nos levam a conhecimentos arcanos mais profundos que ficariam difíceis de serem esgotados nessa pequena reflexão.

            Por fim, esclarecemos que as formas de apresentação dos espíritos na Umbanda não são invenção de algumas pessoas, na verdade elas obedecem ordens e leis astrais que de certa forma estão intimamente ligadas ao conceito da tríade e da força sagrada número três. Segundo mestre Yapacani: “ tudo gira e se expressa nas Três Formas, ou seja, na Tríade, que por analogia é o reflexo da Trilogia Sagrada, o Ternário Humano, sintetizado na Unidade que é a manifestação de Deus”.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Limpar a energia do lar: dicas do dia

Às vezes sentimos a energia pesada em nossos lares, nessa hora alguns pequenos finais podem fazer a diferença:. Veja coisas que você pode fazer para limpar a energia da tua casa:
A) Varrer a casa do fundo para gente, e depois passar um pano com água e sal grosso,
B) Fazer uma defumação com erva doce, canela e cravo,
C) Borrifar água com essência de alfazema

#dicadodia#

sábado, 18 de julho de 2015

INICIAÇÃO A PEMBA

O artigo abaixo é um compilado de informações tendo citações diretas da obra “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás” de mestra Itaoman. Assim como das obras de mestre Yapacani.
            Segundo mestre Itaoman, em seu livro intitulado “ Pemba: a grafia sagrada dos orixás”, a descoberta de que os objetos naturais podiam ser transformados em instrumentos capazes de agir sobre o mundo exterior para alterá-lo, como é o caso das armas, levou a mente do homem a outra ideia: a de que a natureza também poderia ser magicamente transformada. A magia de fazer instrumentos levou-o inevitavelmente à tentativa de fazer com que coisas existentes como ideias, viessem a ter existência material.        Mas, foi sobretudo em relação ao sobrenatural que o homem aplicou esta ordem de ideias, pois que, vivendo no meio de tanto perigo e brutalidade, ele sabia que a morte era uma realidade e, sobretudo, uma força que por vezes aniquilava os seus mais árduos esforços.
            Ainda segundo Itaoman, quando o indivíduo já havia domado os saberes basilares da natureza, da morte e da sobrevivência, já sabendo também gravar por desenhos e símbolos, aquilo que via e que lhe sucedia, ele passou a desenhar aquilo que ele desejava que lhe sucedesse, isto é, que as suas próprias armas fossem certeiras e mortíferas, que a caça fosse abundante e tímida, que seus inimigos fossem mais frágeis do que ele para que a morte, esta temida força sobre natural, não viesse a ceifar a ele próprio. Assim sendo, o homem passou a gravar não só a recordação dos fatos ocorridos, mas também, passou a gravar aquilo que desejava que lhe ocorresse, isto é, passou a expressar suas ideias e sua vontade.
            Mestre Itaoman,  coloca que foi assim que a Recordação, a Ideação e a Vontade, ou seja, a capacidade de acumular conhecimentos, a faculdade de prever os acontecimentos e a força de deliberação da vontade, formaram a base de todo o conhecimento da humanidade. Principiando por uma magia prática, autêntica, quase uma técnica de sobrevivência, o homem passou a expressar sua vontade por desenhos figurativos cada vez mais estilizados, simbólicos e, afinal, ideográficos. Dava-se, assim, o aparecimento das primeiras escritas mágicas que tinham a finalidade de muito mais do que informar, aplacar as forças sobre naturais para a mais fácil obtenção de coisas materiais. Começou, desta forma, a estreita relação entre o conhecimento, a magia do sobrenatural e a escrita, pois que, muito embora o Homem desejasse reger os acontecimentos ao sabor de sua vontade pela aplicação da Magia, baseava-se ele sobre o fruto de suas milenares observações, experiências e constatações sobre a natureza que o rodeava.
A Grafia Sagrada dos Orixás, é muito ampla e apresenta a necessidade de exposição pessoal e, por sua vez, poderia ser até desastroso pessoas sem "Ordens e Direitos" manipulá-la.
Apenas para referência, esta grafia são clichês (Yantras), os quais são utilizados pelas entidades e Médiuns Magistas (com a presença ou não de espíritos) para acionarem/projetarem no Plano Astral a movimentação de forças sutis com um determinado fim. Se for aplicado de forma incorreta, poderá produzir resultados diferentes daqueles esperados.
Na Umbanda, em seus diversos momentos de entendimentos, encontramos várias formas de apresentação desses Yantras, sendo os mais comuns, os de cunho exotérico (externo/aberto), aqueles onde são utilizados estrelas, ondas, flechas, cruzes, luas, etc, que têm os seus resultados em suas aplicações; e, encontramos, também, os de cunho esotérico (interno/fechado) onde são utilizados : direcionamentos, Raízes e chaves, através da grafia Adâmica e afins.
A pemba, de origem africana, é um instrumento ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas entidades e pelo médium, visando estabelecer contatos vibratórios com as esferas espirituais. A pemba praticamente é usada em quase todos os rituais de umbanda. Por carregar o axé, a pemba é saudada como um divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento místico de sua utilização está relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça. Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é sensível à água, mudando de tom quando está molhada, deixando ser levada pela correnteza dos rios.
A pemba, através do seu elemento ígneo, fogo, manipula as energias psíquicas do ser humano; pela água lava, limpando o espiritual da áurea; pelo ar transporta para o campo de origem; pela terra, através de seus filtros, retorna suas funções equilibrantes.
Pela pureza, a pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.
Confecciona-se a pemba com uma substância chamada "caulim" (argilapura de cor branca), importado da África.Com o tempo, o "caulim"foi substituído pela dificuldade de importação, pelo "calcário" e a "tabatinga".É misturado ao caulim, pós resultante da torra e trituração de algumas sementes como o Alibê, a Nóz-moscada, Dandá da Costa, Ataré, Aridan, Obi e Orogbô. Existem pembas de varias cores (adição de corante) mas a branca é a mais utilizada.
            Mestre Yapacani afirma, no livro “Umbanda de todos nós”, que assim como os homens têm a pena para firmar documentos, elaborar tratados, codificar leis e expressar cientificamente seu pensamento, os Orixás, Guias e Protetores usam da pemba (giz bruto), que é uma de suas maiores “ armas” na imantação de certas forças, da Magia da Lei, não pelo objeto em si, mas pelo valor de seus Sinais.
            Os pontos riscados são ordens escritas (podemos qualificá-los de “grafia celeste”) de UM a VÁRIOS setores com a identidade de quem pode e ESTÁ ORDENADO para isto. O ponto riscado é uma “ordem” escrita a uma série de entidades. Quando um médium risca um ponto irradiado por uma entidade, está mobilizando a falange que com ela trabalha, ou outra, direcionando a energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo do merecimento do consulente e da ética do médium.
            Pelo ponto riscado é que as Entidades se identificam por completo nos aparelhos de incorporação, PRINCIPALMENTE nos semi-inconscientes, pois seus subconscientes, nesses fundamentos, não influem, simplesmente porque não conhecem seus interiores. Para exemplificar: é o mesmo que um aparelho incorporar um espírito arraigado aos caracteres psíquicos, língua e costumes do país onde teve sua última encarnação – um chinês, por exemplo- que vem escrevendo esse idioma, que o aparelho desconhece por completo.
            Para entendermos a Lei de Pemba, inicialmente, devemos compreender ou verdadeiros sinais identificadores, conhecidos como Flecha, Chave e Raiz. De modo resumido, podemos inferir que: a Flecha identifica a vibração (forma da entidade); Chave identifica a linha; Raiz que identifica sua origem e relação, explicitando o grau hierárquico da entidade. Neste ponto, cabe-nos esclarecer que de acordo com Yapacani, os mistérios da Raiz são ensinados somente aos iniciados de 2º grau.
            Comecemos, entendendo os caracteres identificadores da junção das três bandas ordenadas pela Lei – de Espíritos de Crianças, Caboclos e Pretos-velhos. Flecha ou vibração forma (identifica a forma como a entidade se apresenta): A Flecha, que é baseada na linha, que por sua vez é formada de pontos, representa o equilíbrio e a dualidade sendo, portanto, a vibração original ou reflexo da escrita divina. Sempre orientada para o alto, para o céu, em louvor e respeito às divindades que a ensinaram aos homens.
            Temos, assim, três caracteres que identificam três agrupamentos, ou seja:

    
CRIANÇAS             CABOCLOS          PRETOS-VELHOS


           


Eis os Sinais Cruzados das Três Bandas:

            Até aí, porém, damos apenas a Banda afim. Mas as Entidades podem dar um “ponto riscado” no qual caracterizam Três Fundamentos que se completam, formando um TODO.
A)   Pode riscar um Sinal ( qualquer um desses acima), que se chama Flecha, quando quer identificar simplesmente sua Banda ou Agrupamento afim.
B)    Completa o primeira com outro, que se diz CHAVE, quando quer fimar com precisão a sua identidade para determinados casos, porque costumam usar os SINAIS de Flecha e Raiz separados para a composição de certos conjuntos.





            Pela junção dos Dois Sinais (Flecha e Chave), saberemos logo, de uma só vez, a sua Banda ( se é criança, caboclo ou preto velho) e sua Linha ( qualquer uma das sete) e isso porque os espíritos de crianças estão debaixo de uma só vibração, a de Yori; os pretos-velhos, de Yorimá, mas os caboclos se distribuem em cinco vibrações diferentes, quais sejam: de Orixalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi e Xangô. Exemplifiquemos, assim, a junção dos Dois em Um:


            Feitos os dois primeiros, o Orixá-intermediário, Guia ou protetor, se julgar necessário, completa com um terceiro sinal – tríplice que se chama Raiz.   O sinal da Raiz é o que controla e situa as afinidades entre os espíritos que se apresentam.
            O sinal da Raiz tem três características em seu traçado, em cada uma das sete linhas que identificam ainda a Entidade como chefe de falange, subfalange ou simples integrante.
            Para uma identificação total, traça, conforme o objetivo, outros sinais, e forma um conjunto, surgindo então o ponto em sua totalidade. Assim, reiteramos a informação que os fundamentos, na Lei de Pemba, de Raiz em diante, são ensinados apenas aos Iniciados de 2º grau até o marco dos positivos.
            Os sinais riscados não são somente “cartões de visitas” de Entidades Astrais e, nem tão pouco, os desenhos simbólicos de pensamentos abstratos. Eles são partes integrantes de uma Lei: a Lei de Pemba que assenta suas bases na Geometria Esotérica e que se exprime através de caracteres da Grafia Sagrada dos Orixás, movimentando as Forças Vitais da Natureza, em trabalho de Descarga e Fixações destas mesmas forças sobre elementos materiais que tenham as propriedades fixadoras ou desagregadoras necessárias às conveniências momentâneas. Os sinais riscados são ainda a base gráfica da Magia Simbólica dos Orixás, que se enquadra na Magia Talismânica, conhecida desde as mais remotas eras e em todas as civilizações.
            Estes sinais riscados comportam três aspectos principais: O Ternário, o Quaternário e o Setenário.
            Em seu aspecto Ternário, são identificantes. Dizem respeito à forma de apresentação das entidades manifestantes.
            Em seu aspecto Quaternário são Manipuladores. Dizem respeito à movimentação das forças vitais dos quatro elementos mágicos básicos: a Terra, a Água, o Fogo e o Ar.
            Em seu aspecto Setenário são Evocatórios. Dizem respeito às AFINIDADES DAS VIBRAÇÕES ORIGINAIS das entidades manifestantes com seus respectivos Orixás, bem como, quais são suas Ordens e Direitos de Trabalhos   Em suma, os aspectos ternário e setenário, estão intimamente ligados entre si.



            

Breve introdução ao pensamento filosófico e religioso do povo Tupy

“Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.”
Oswald de Andrade      
                A Cultura brasileira está recheada de mitos e alusões aos povos indígenas, os quais, certamente, contribuíram também com as concepções religiosas.
                Diante disso, buscamos com esse pequeno texto explorar, de modo superficial, sua teogonia.
                O povo Tupy-guarani, em seu essência eram monoteísta, tendo em Tupan (tupã) o seu Deus soberano. De acordo com o mestre Yapacani, em seu livro “ Mistérios e práticas na lei de Umbanda”, “TUPAN ou TUPÃ – de tu, que significa ruído, estrondo, barulho e pan, que significa ou exprime o som, o estrondo, o ruído feito por alguém que bate, que trabalha, que malha etc. TUPAN era, portanto, o Supremo Manipulador, isto é, Aquele que manipula a natureza ou os elementos. “
                Entretanto, dentro de sua concepção religiosa havia espaço para a manifestação de uma tríade emanada por Tupan, sendo ela: GUARACY, YACY e RUDÁ.
                Numa definição genérica, podemos apontar, baseado nos escritos de Yapacany, que Guaracy era o sol, o qual possuía a significação do princípio vital que animava todas as coisas da natureza. Já Yaci era Lua, a progenitora, em outro termo, a mãe natureza.  Por fim, Rudá ou Perudá era o princípio do Amor. Assim, Guaracy simbolizava o eterno masculino e Yaci o feminino, sendo ruda o princípio que ligava os dois conceitos apresentados, manifestando a criação da natureza, ou simplesmente, possibilitando a existência da natureza.
                Explorando outros aspectos da religiosidade indígena, deparamo-nos com três termos: Yupitan, Yurupary e Suman.
                Yupitan, dentro da tradição, referia-se a uma criança que foi enviada por Tupan. Diz o mito, que Yupitan desapareceu na luz solar. Depois disso, ainda dentro de sua tradução surgiu Yurupari, podendo ser interpretado como o messias, uma das encarnações do cristo planetário. Por fim, surge Suman, um velho de barba branca que surgiu do oriente e que dizia ser um enviado de Tupan, o qual ensinou coisas sobre a lei divina, e depois se despediu de todos e desapareceu.
                Assim, temos também dentro da concepção religiosa indígena o triângulo místico da forma:

Yupitan- criança- pureza e alegria
Yurupari- simplicidade e fortaleza
Suman- Humildade e sabedoria

                Do exposto acima, evidenciamos a necessidade de nos conscientizarmos que todas as civilizações tiveram ou têm a sua cosmogonia, por meio da qual interpretam a realidade e se relacionam com ela. Além disso, se nos aprofundarmos em seus conceitos caminharemos para um ponto de convergência entre todas, onde será possível, em verdade, vivenciarmos o conjunto da lei de Deus.




quinta-feira, 9 de julho de 2015

Reflexões sobre o Sr. Guardião

Iniciamos nossas reflexões, relembrando o exposto por pai Matta e Silva, em sua obra “Lições de Umbanda e Quimbanda na palavra de um preto-velho”, onde ele afirma que: “A Quimbanda é uma questão fina, difícil de explicar para os entendimentos comuns. Porque, fácil é dizer muitas coisas e atribuí-las aos Exus e com isso criar um conceito enganador que ilude e faz com que os fracos de espírito, ignorantes e mesmo os ingênuos as sigam” Com a atual evolução do pensamento humano, é assim anunciada a hora da desmistificação e superação de tabus e crendices, que outrora assustavam aos desavisados ou profanos à cerca da entidade conhecida, de forma popular, como Exu. Não é mais cabível, pelo menos aos entendidos da velha Arte, que aceitemos a crendice popular transformar esses seres, verdadeiros guardiões, em coisa horripilante, maldosa e até mesmo diabólica, afinal os exus de lei não são nada disso. Aliás, são os nossos protetores, sendo a entidade astral mais próxima dos encarnados. Os Exus são, em verdade, resguardadas as devidas proporções dos conhecimentos arcanos, os agentes da disciplina kármica, sendo necessários para o equilíbrio das coisas, atuando sob leis na busca da evolução tanto sua como dos encarnados. Segundo Rivas Netos, no seu livro intitulado “ A Proto-síntese Cósmica”, os EXUS são como uma espécie de polícia de choque do astral, que fiscaliza e frena o submundo astral. Continuando com as palavras do autor, os Exus não são, como muitos querem, espíritos irresponsáveis, maus, diabólicos ou trevosos. Na verdade, os exus combatem os espíritos e forças maldosas e trevosas, controlando e frenando. Isso posto, faz-se imprescindível apontar que Exu é uma entidade que atua acima dos nossos meros e ínfimos conceitos de bem e mal, tão enraizados em concepções terrenas que fogem as verdades arcanas e astrais, do ponto de vista conceitual. No entanto, a simples modo, podemos afirmar que eles estão ligados ao conceito de Justiça, que são ações e intervenções em contextos/situações que visam o equilíbrio, por meio do reajuste das circunstâncias, visando o cumprimento das Leis Cósmicas. Portanto, nesse sentido, conclui-se que Exu é, em verdade, o disciplinador e regulador para que o caos não se instale sem finalidade. Yapacany no livro “ Umbanda de todos nós”, coloca que eles são Espíritos, na fase de Elementares, que, no último ciclo (3.º) de libertação, podem ter várias encarnações, mas continuam necessitando precipitar, cada vez mais, o próprio karma, na ânsia de criar as ações e os efeitos que facultam a experimentação e consequentes conhecimentos, imprescindíveis, ao “verdadeiro despertar consciente do Ego”... Os Exus são tão necessários à Umbanda, como os serviçais aos patrões. Tudo na vida tem seus, veículos apropriados. As mazelas, doenças, aflições, demandas, interesses materiais, os casos de ódio, de inveja, e mil outras coisas, que estão relacionadas mais com a mente instintiva, no mundo das sensações, são, em maioria, inerentes às vibrações “terra-a-terra”. Tem que haver um paralelo afim, entre os desejos e as vibrações, para que os elementos propiciatórios produzam as condições no plano em que estão situadas. Os Exus não são, como muitos pensam, seres irresponsáveis quanto ao sentido que damos ao bem e ao mal. Para eles, esse conceito faz parte de variações necessárias ao equilíbrio da Lei Karmânica. Essa figura tão controversa, na verdade representa o princípio e a transformação, expressa pela ordem e regulação dos processos de constituição das coisas, sendo múltiplo nas suas expressões, porém transformando singularmente na unidade basal da existência humana. Exu , assim, está intimamente ligado ao ego do ser humano e ao seu subconsciente, reservando-se aqui o direito de não aprofundamento em definições acadêmicas sobre tais aspectos em face da Psicanálise e da Psicologia. No entanto, cabe-nos analisar as reflexões Heinz Hartmann que supõe que no homem, entretanto, a sobrevivência e a conservação estariam ao cargo das funções do ego, desenvolvidas pela aprendizagem e pela maturação. Compete ao ego, portanto, a tarefa de regular as relações do organismo com seu ambiente. E é, de forma grosseira e sem maiores aprofundamentos teóricos neste ponto que afirmamos que atuam os nossos respeitáveis guardiões no âmbito astral. Ao aprofundarmo-nos nas correlações sobre o Exu, encontraremos sua intima ligação com o número 8. Por um viés do estudo da numerologia, dentro de algumas escolas ocultistas, identificaremos que 8 representa um enigma, sendo um numero que transcede a matéria, ou pelo menos uma interpretação neste sentido, representando uma conexão com plano físico e espiritual, não sendo portanto lógicos e racionais. Nesse momento, convidamos o leitor a retomar aspectos expostos neste texto tais como a ligação de Exu com o subconsciente e também a sua atuação acima do bem e do mal que fogem as nossas concepções terrenas e limitadas sobre essa dicotomia. Outro ponto interessante para nossa análise diz respeito ao seu cetro simbólico, que na verdade representa sua atuação com a energia vital emanada do chakra genésico, representando sua atuação no fluxo da energia da Kundalini. Por fim, nessa nossa breve e superficial reflexão sobre a figura de exu, cabe-nos analisar a figura do tridente tão atribuída a exu, e que por vezes acaba evocando idéias errôneas por pessoas não instruídas nos sublimes assuntos da espiritualidade. Na verdade, o tridente apresenta diversa significações e representações., podendo ser associado aos quatro elementos; ou então partindo da interpretação de exu perpassando pelo exposto na psicanálise, buscando por seu arquétipo, podemos inferir que as três pontas do tridente representam a tríade das forças:id (inconsciente), ego (pré consciente) e super ego (consciente). Além disso, há interpretações que indicam que as três pontas do tridente simbolizam as três pulsões humanas, a saber: a sexualidade, a espiritualidade e auto conservação (alimentação). Diante disso, podemos chegar mais perto do entendimento dos arcanos emanados por esse ser espiritual tão importante para nós, afinal sem Exu não se faz nada!