sexta-feira, 22 de abril de 2016

GEOMETRIA SAGRADA: UM BREVE ESBOÇO DE SUA COMPOSIÇÃO


Segundo Robert Lawlor, em seu livro intitulado “ Geometria Sagrada”, atualmente, estamos vivenciando, no campo das ciências, uma tendência universal para a abdicação da pressuposição de que a natureza fundamental da matéria pode ser estudada a partir do ponto de vista da substância (partículas, quantum), em favor do conceito segundo o qual a natureza fundamental do mundo material só pode ser conhecida através do estudo da organização subjacente de suas formas ou ondas. Ainda de acordo com o autor, tanto  os nossos órgãos de percepção, como o mundo dos fenômenos que percebemos parecem compreender-se melhor como sistemas de esquemas puros, ou como estruturas geométricas de forma e proporção. Daí que, quando muitas das culturas antigas optaram por examinar a realidade através das metáforas da geometria e da música.

Em nossa realidade, podemos inferir que a geometria é um principio orientador, estando presente em toda a natureza. Assim, partindo desse pressuposto, podemos compreender o pensamento de alguns cientistas e filósofos, que o mundo tem uma representação material de formas. Já numa concepção mística, a geometria mostra a soberania do divino, revelando a harmonia, manifesta em padrão físico metafísico que se torna o causador do padrão físico.

Protágoras afirmava que  "O homem é a medida de todas as coisas, dos seres vivos que existem e das não-entidades que não existem.“

Para Nigel Pennick:

“Os princípios norteadores da geometria sagrada transcendem as considerações religiosas sectárias. Como uma tecnologia que tem o objetivo de reintegrar a humanidade no todo cósmico, ela funcionará, como a eletricidade, para todas as pessoas que observarem os critérios, não importa quais sejam os seus princípios ou propósitos. A aplicação universal dos princípios idênticos da geometria sagrada em lugares separados no tempo, no espaço e por crenças às diferentes atesta a sua natureza transcendental. Assim, a geometria sagrada foi aplicada nos templos pagãos do Sol, nos relicários de Ísis, nos tabernáculos de Jeová, nos santuários de Marduk, nos santuários erigidos em honra dos santos cristãos, nas mesquitas islâmicas e nos mausoléus reais e sagrados.Em todos os casos, uma cadeia de princípios imutáveis conecta essas estruturas sagradas.A geometria é geralmente incluída na disciplina da matemática;todavia, a matemática numérica, na verdade, derivou da geometria, que possui uma ordem muito mais fundamental do que a mera manipulação de números, que é criação do homem”



Desde tempos remotos, se reconhece na natureza das formas um meio para traduzir a harmonia e a unidade, assim torna-se a geometria sagrada o estudo das ligações entre as proporções e formas contidas no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender a Unidade que permeia toda a vida, levando-nos a compreensão da convergência que permite nos concluir que a Verdade-Real origina-se de uma única fonte, onde todos estamos conectados.

sábado, 16 de abril de 2016

Magia: uma ciência sagrada

Ao longo da história da humanidade, detectam-se diversos registros indicativos de práticas mágicas, as quais compõem a chamada ciência sagrada dos magos. Mas afinal o que é magia? Para responder tal indagação, vamos até os escritos de Eliphas Levi, o qual nos diz que: Magia é a aplicação da vontade às forças hiperfísicas (ou metafísicas) da natureza. Além dessa definição mais técnica, cotidianamente, somos bombardeados com outras definições e entendimentos, e, certamente, uma das mais conhecidas definições seja a de Aleister Crowley, postulando que Magia é a Ciência e a Arte de provocar mudanças em conformidade com a vontade.
No entanto, ao nosso ver, a colocação de Crowley descreve muito bem o efeito, o objetivo de tal prática, porém para que possamos aprofundar nosso entendimento em torno de tal ciência sagrada, necessitamos de compreender os os fundamentos implicados no processo, compreender essa sagrada ciência.
Na verdade, a magia é uma ciência sagrada, onde forças mágicas e vivas atuam em consonância com as forças físicas.
Neste ponto, cabe-nos separar o joio do trigo, pois quando falamos em magia, devemos ter o cuidado de não englobá-la junto com aquilo que chamamos de feitiçaria. Na verdade, quando praticamos uma feitiçaria apenas operamos os elementos, porém não compreendemos como se encaixam tais elementos na realização do propósito Mágico. Assim, já podemos compreender que a magia se constitui em algo mais complexo, onde a sagrada ciência busca explicitar a forma e o fundamento das operações mágicas, conjugadas com as qualidades herméticas. Logo, trata-se de uma ação consciente e de muita responsabilidade.
Outro ponto importante para a nossa reflexão, é entender que ela não se divide em branca ou negra, afinal ela não tem cor. Magia é uma só, o que difere são as intenções de seu operador, que pode ser boas ou más, e aí talvez se ligue ao conceito popular de que branco é coisa boa e preta é coisa mal, mas que fique claro que a sagrada ciência é uma só, tal divisão existe na consciência do ser humano.
Se há alguma divisão na magia essa está ligada ao seu sistema, que pode ser dogmático ou pragmático, de onde teremos as diversas variantes da velha ciência e arte.