domingo, 14 de fevereiro de 2016

Iniciação à magia das oferendas na Umbanda


A oferenda dentro da linha de Umbanda para além do sentido religioso, ela liga-se ao conceito de magia, de movimentação das energias.

Mestre Yapacani, coloca em seu livro “Mistérios e práticas na Lei de Umbanda”, a seguinte explicação:



A oferenda na Corrente Astral de Umbanda difere bastante, quer no sentido da oblata da igreja, quer no sentido das oferendas ou das “comidas de santo” dos

“candomblés” ou Cultos Africanos. Por quê?...

Porque na Umbanda a oferenda existe, porém dentro do seguinte conceito: Deus – o Pai-Eterno, Jesus – o Cristo Planetário, as Potências Espirituais Superiores, isto é, os Orixás, os Arcanjos, ou mesmo os Anjos, etc., só se comprazem com a “oferenda” ou com a oferta mental – do sentimento, do coração, do pensamento, assim como o que se possa interpretar como prece, oração, evocação etc...

Agora, abaixo de Deus, de Jesus, dessas Potências Celestiais, existem os ESPÍRITOS em seus diferentes graus de evolução de entendimento, etc. Aos espíritos, dentro de certos graus de entendimento, isto é, aos espíritos que ainda sentem necessidade delas – das oferendas – e ainda aos que se comprazem com certos tipos de ofertas, a eles assim são encaminhadas, tudo de acordo com a movimentação de certas forças mágicas, dentro da citada Corrente Astral de Umbanda. E ainda temos que considerar mais esse terceiro aspecto: a maioria de nossas entidades, “Guias ou Protetores”, podem solicitar uma oferenda sem ter necessidade direta dela e nem mesmo para se comprazer dela. Podem e usam a oferenda, para certos movimentos de força mágica relacionados com os “elementares” – ditos como “espíritos da natureza”...

Portanto, a oferenda na Umbanda existe, mas para espíritos (nome pelo qual designam os seres desencarnados...) e nunca para Deus, nem para Jesus, nem para os Orixás. Existem ou são feitas para os espíritos que estão dentro da faixa dos Orixás... compreendido?







De acordo com o exposto por Yapacani, vemos que as oferendas estão ligadas aos espíritos que de certa forma necessitam desses sabores mundanos. Nesse sentido, podemos acrescentar que a oferta de alimentos está, muitas vezes,  atrelada a um com conceito social, pois o ato de se alimentar atinge esferas culturais, religiosas etc.

No contexto das oferendas dentro da Umbanda, com algumas exceções, vemos sempre a oferta de coisas provindas da Terra, aí encontramos a primeira ligação mágica. Ofertamos aquilo que provém da Natureza, assim ativamos o ciclo de recarregamento do Axé, podendo ocorrer a troca de energia. Nesse sentido, utilizando-se do ciclo, fazemos com que as oferendas seja, elementos ativadores das ondas energéticas.

Aqui, podemos ir um pouco mais para dentro da questão das oferendas, e inferir que muitos preceitos realizados necessariamente utilizam elementos naturais, pois os mesmos carregam o Axé naturalmente, e com seu emprego em certos preceitos conseguimos ativar determinadas energias.

Nesse entrecho, lembramos um princípio hermético que  tudo vibra e nada está parado, assim tais elementos naturais, que inicialmente aos profanos podem parecer sem vida, na realidade são organismos vivos e que recebem energias e as emanam também. Logo, os materiais utilizados no preceitos, de ordem de oferenda, recebem influências diversas que carregam seu Axé, entre essas fontes de energia temos também os planetas que exercem influência sobre tais aspectos, contribuindo com suas especificidades para a aplicação mágica ou para a manipulação das energias.

Por fim, outro aspectos que deve ser considerado dentro das oferendas é o objetivo das mesmas e a quem se destina, pois esses dois elementos, dentro de uma ampla correspondência energética, determinarão quais os materiais a serem utilizados e também a forma ritualística.




sábado, 13 de fevereiro de 2016

Arcano 17: A estrela


Se encararmos o Tarot como o livro da vida, assim como também numa relação com à arvore da vida da Kabala, poderemos inferir que o presente arcano representa o momento da observação, do descanso e renovação das esperanças, portanto é um arcano com fortes ligações com a esperança e a renovação.

O arcano 17 é representado pela estrela, tendo em sua alegoria uma figura feminina desnuda despejando o conteúdo de 2 jarros na margem de um rio e acima dela encontramos a estrela flamejante.

Inicialmente, podemos iniciar nossa reflexão pela figura feminina nua, que de certa forma representa a esperança, algo que está para além da concretude, sendo aqui colocado de modo abstrato, aliás quando estamos despojados das coisas materiais, estamos em nosso estado de pureza, despojado de valores mundanos e objetos corruptores de nossas consciência, assim a nudez representada simboliza a expressão essencial do ser.

Ainda dentro da descrição da lâmina, vemos uma mulher com 2  jarros despejando um liquido na água e outro na terra. Nesse ponto, vemos a fluidez das coisas, lembrando-nos que nada está parado. Por outro lado, vemos a questão da fecundidade, evocando aqui os conceitos de Yang e Yin, pois considerando que terra e água são elementos ligados a Yin,  tendo muitas vezes sua ação de dentro para fora.

Alguns estudiosos apontam que os jarros seriam um de ouro e o outro de prata. Nesse sentido, teriamos  a combinação alquímica perfeita.

Segundo Samael Aun Weor, em seu livro “ O caminho iniciático nos arcanos do tarôt e cabala”, temos se seguinte colocação:



O hieróglifo do arcano nº. 17 é a Estrela Radiante e a Juventude Eterna. Neste arcano aparece uma mulher desnuda que esparge sobre a terra a seiva de vida universal que sai dos dois jarrões, um de ouro e outro de prata.  Se estudarmos cuidadosamente o conteúdo esotérico deste arcano descobrimos a alquimia perfeita. Precisamos de trabalhar com o ouro e com a prata, com o Sol e com a Lua para encarnar a Estrela-de-Oito-Pontas, o Luzeiro da Manhã. Realmente a Estrela-de-Oito-Pontas é Vénus. Aquele que alcança a Iniciação Venusta tem a dita de encarnar o Dragão de Sabedoria (o Cristo Interno). É preciso trabalhar com o fogo e com a água para se receber a Iniciação Venusta. A Estrela crucificada na cruz é o Cristo dos Abraxas, o Filho do Homem, o Verbo encarnado. No Apocalipse de São João encontramos, relacionado com Vénus, o Luzeiro da Manhã: «…e àquele que vencer dar-lhe-ei a Estrela da Manhã» (apocalipse 2: 26-28). «…Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos dar testemunho destas coisas nas Igrejas. Eu sou a raiz e a geração de David e a resplandecente Estrela da Manhã»

SAMAEL AUN WEO





Na parte superior da carta, temos a estrela de 8 pontas, a Estrela-de-Oito-Pontas deste Arcano representa Vênus, a Estrela da Manhã. Neste arcano encontramos representado o trabalho com o Ouro e com a Prata; com o Sol e com a Lua. A estrela de oito pontas também pode ser interpretada como o símbolo de plenitude e regeneração, está ligado aos diversos sistemas de oito pontas que podem ser encontrados no roda pagã anual, nos  trigramas do I Ching, entre outras escolas ou filosofias.Assim, nessa perspectiva, retomamos a ideia inicial evocada no presente texto da mulher desnuda e da questão do despojamento das coisas mundanas, para buscar um ela de ligação com  a estrela de oito pontas, pois ela terá uma íntima ligação com a ideia do equilíbrio, da combinação das coisas para atingir a evolução. Portanto, no arcano 17, estamos num momento meditativo para optar por melhores caminhos.

Na visão da kabala, o presente arcano se situaria no 27º caminho da arvore da vida, ligando o centro do poder criador em Nezah ao centro do pensamento concreto em Hod. Assim, chegaríamos a conclusão que o referido arcano, em sua alegoria, esclarece a necessidade da transmutação e combinações para que se possa evoluir.