domingo, 23 de agosto de 2015

Mediunidade e Chakras: breve reflexão


Iniciamos nossas reflexões apontando que as assertivas e analogias aqui apresentadas não possuem a pretensão de serem verdades eternas e imutáveis, mas sim uma contribuição para o entendimento de algo maior e divino. Não nos esqueçamos, que enquanto umbandistas, somos universalistas, não no sentido de fazer uma grande mistura, mas no sentido de entender e compreender essa mistura, de forma consciente, visando vislumbrar a convergência das diferentes escolas e ensinamentos para a descoberta das verdades divinas.

Segundo Leadbeater, em seu livro “Os Chakras: os centros magnéticos vitais do ser humano”, “quando um homem começa a aguçar os sentidos, que então lhe permitem perceber algo mais do que os outros percebem, desdobra-se diante dele um mundo novo e fascinante. Os chakras são as primeiras coisas desse novo mundo que lhe chamam a atenção. As pessoas se lhe apresentam sob um novo aspecto, nelas descobrindo muita coisa que antes permanecia oculta à sua vista; e portanto, é capaz de compreender, apreciar e, nos casos necessários, auxiliar o próximo muito melhor do que lhe era possível antes”.

            Há mediunidade esteve presente ao longo do percurso da humanidade, ainda que sobre outras roupagens ou entendimentos. Segundo Edgard  Armond, em seu livro “ Mediunidade”, a  faculdade mediúnica, tanto a natural como a de prova, não é fenômeno de nossos dias, destes dias nos quais o Espiritismo encontrou seu clímax mas, sempre existiu, desde quando existe o homem.  Ainda de acordo com Armond,  foi muito por meio dela que os Espíritos diretores puderam interferir na evolução do mundo orientando-o, guiando-o, protegendo-o.

Encontraremos na literatura ocultista que na pura Raça Vermelha, os seres encarnados tinham os  7 sentidos naturais, de forma inerente aos seus corpos físicos. Isso quer dizer que  os sentidos de ordem astral eram intrínsecos ao psicossoma dos Seres Espirituais. Isso explica grandes indagações inquietantes de nossas mentes, do porque antigamente, em épocas remotas, ensinamentos ditos ocultos ou lei ocultas eram mais desveladas do que na atualidade. Entretanto, ainda em relação a essa época remota, esclarecemos que  entre o corpo físico e o corpo astral não havia nenhum delimitador vibratório ou dimensional, ou seja, os meios de comunicação com o plano astral eram naturais. Não eram necessárias pontes, ou seja, portas vibratórias que se abrem ou fecham. No entanto, com a evolução dos costumes e os períodos reencarnatórios, essa ligação direta foi-se deteriorando, sendo necessária a criação da tela atômica, a qual se constitui num limitador ou regulador da manifestação da vida astral no mundo físico denso. Assim, a mediunidade passa de um status natural para uma classificação de condição especial  ofertada  ao Ser Espiritual que encarna com o compromisso de ser o mediador entre as dimensões. Dessa forma, o corpo físico, o mental e o astral recebem um acréscimo em seus centros vitais, que os fazem vibrar e sentir as coisas diferentemente de outros Seres Espirituais não médiuns. Esse processo acontece pelo  comando central do corpo mental, que emite impulsos em formato de mensagens, veiculadas pelas Linhas de Força (condutores vibratórios) ao corpo astral e esse, por meio dos Núcleos Vibratórios principais, vibrava em consonância com os Núcleos Vibratórios de ordem etérica, que no corpo físico denso equivalem aos plexos nervosos (conjunto de nervos) ou glândulas endócrinas (que produzem ou armazenam hormônios, os quais são indispensáveis ao funcionamento de todo o organismo).

Nesse instante, começamos a descobrir então as ligações entre o corpo físico e o astral, onde nos cabe buscar uma possível definição para essas linhas de forças e os centros propulsores da energia. Assim, chegamos aos chakras, que por definição Hindu, seriam rodas de forças. Poderíamos também dizer que o chakra é a designação sânscrita abonada aos centros de força viventes nos corpos “espirituais”, sendo, além disso, titulados de lótus.

Segundo Michel Coquet explana em seu livro “ A anatomia vital do ser humano”, pode-se conceituar o chakra como o ponto onde os nadis se encontram como os raios no cubo de  uma roda de carruagem. Os centros são formados pelo encontro destas linhas de força (nadis), do mesmo modo que os plexos, no corpo físico, são formados pelo encontro de nervos. Existem centros maiores, aqueles que resultam do encontro de um número maior de nadis (vinte e uma vezes, segundo Coquet) e os centros menores em que a confluência dos nadis é menor. Entre estes últimos existem vinte e um formados pelo encontro de quatorze  nadis e outros bem menores constituídos pela intercepção de sete nadis.   São, os nadis, assim sendo, linhas de força que não devem ser confundidas com os nervos do corpo físico, embora estejam em relação a eles como os chakras com os plexos e órgãos do corpo físico. São condutores de energia.

Os chakras estão situados no duplo etérico e as forças que se difundem por meio dos chakras são essenciais à vida do duplo etérico. Por isso, todos os indivíduos possuem estes centros de força, embora o grau de seu desenvolvimento varie muito em cada indivíduo. Sem os chacras, o Espírito não poderia exercer o seu controle e sua atividade sobre o corpo físico, nem tomar conhecimento das sensações vividas pelo mesmo, pois eles transferem à região anatômica correspondente, cada decisão assumida pelo Espírito no seu mundo oculto. Nesse entrecho, de acordo com Leadbeater, cabe-nos destacar que nas conversações comuns e superficiais, o ser humano afeiçoa discorrer sobre sua alma como se o corpo, por mediação do qual ele fala, fosse o verdadeiro ser, e que a alma, uma propriedade ou feudo do corpo, algo semelhante a um globo cativo a flutuar sobre o corpo, a ele ligado de certo modo. Esta asseveração é inexata, ausente de embasamentos e errônea, pois a inversa é que é verdadeira. O indivíduo é uma alma que tem um corpo, ou em realidade vários corpos, outros corpos invisíveis à visão ordinária, com os quais se relaciona com os mundos emocional e mental.

Assim, no caminhar de nossas leituras, deparamos com as colocações de Nadya Prado, onde assertivamente postula: “ A mediunidade, como um sexto sentido, conecta-nos as dimensões sutis e essa interação entre o mundo físico e espiritual se faz através dos chacras. A autora ainda coloca que os chakras são pontos de conexão entre os diversos corpos do ser multidimensional. Eles captam, assimilam e emitem ondas de energia. Dessa forma, com as ligações multidimensionais do corpo efetivadas pelas linhas de força, as ondulações, emoções e energias são transmitidas do astral para o físico. Logo, podemos inferir que as emanações fluídicas dos planos sutis nos abiscoitam a percepção por meio desses centros energéticos, que se enlaçam aos feixes de nervos do corpo físico cognominados plexos e atuam sobre o sistema endócrino.

Assim, seguindo o raciocínio de Leadbeater, a abertura das portas para o mundo astral tem sua chave mestra no desenvolvimento dessa linhas e centros de forças. O autor coloca ainda que “conquanto a natureza tome esquisitas precauções para resguardar os chakras, não é seu propósito que permaneçam sempre rigidamente fechados. Há um processo normal de abri-los. Talvez fosse mais próprio dizer que a natureza não se propõe abrir os chakras mais do que o estão, senão que o homem deve aperfeiçoar-se de modo que lhes aumente até a plenitude a sua atividade. A consciência do homem comum não é ainda capaz de utilizar a matéria atômica do corpo físico nem a do astral, e portanto, em circunstâncias normais não pode estabelecer comunicação voluntária entre os dois planos. O único meio de consegui-lo é purificar ambos os veículos até que se lhes vitalize a matéria atômica, de modo que todas as comunicações entre um e outro sigam seu caminho obrigatório. Em tal caso, a tela etérica se mantém no maior grau de posição e atividade, e em conseqüência já não representa um obstáculo para a intercomunicação, e contudo impede o contato entre os subplanos inferiores, que daria passagem a todo o gênero de sinistras influências”

Podemos inferir, após algumas reflexões, que os chakras seriam os nossos sentidos astrais, assim como temos os físicos: tato, paladar, entre outros. Então, as rodas energéticas teriam essa função também, para além de outras que sustentam a existência do corpo físico e que não abordaremos no presente texto, pois extrapolaríamos os objetivos propostos. Nessa mesma linha pensamento, Leadbeater também se expressou dizendo que
“de certo modo e até certo ponto, os chakras astrais podem ser considerados como os sentidos do corpo astral. Mas convém definir este conceito para evitar erros, porque não se deve esquecer que, embora para melhor compreensão falemos da visão e audição astrais, estas expressões significam a faculdade de responder às vibrações transferíveis à consciência do ego, quando atua no corpo astral, da mesma forma pela qual transfere para sua consciência as percepções visuais e auditivas, recebidas pelos olhos e ouvidos do corpo físico. Mas na atuação astral não se necessita de órgãos especializados para conseguir tal resultado, pois em todo o corpo astral há matéria capaz de responder às vibrações procedentes do exterior”. Aqui ainda cumpre-nos elucidar que  a rigor não podemos ponderar os chakras astrais como órgãos sensórios, assim como temos  orelhas, olhos, pois não é por eles que o homem astral vê ou ouve, tal qual o homem físico, No entanto,  a percepção astral está sujeita ao despertar dos chakras astrais, porquanto cada um, ao despertar para a plena atividade, dá ao corpo astral a virtude de responder a uma nova ordem de vibrações.


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Buscando compreender os fundamentos das essências sagradas

Os perfumes ou voláteis odoríficos são essências que harmonizam as vibrações do ser humano.
         Antes de iniciarmos nossas curtas reflexões, faz-se importante esclarecer o situar o leitor que o perfume é algo muito antigo, tão antigo quanto a própria humanidade, acompanhando-a em sua evolução.
         De acordo com Rivas Netos, em seu livro “ A Proto-síntese Cósmica”, nada no Universo está parado e quando não se está parado se está em movimento, tendo oscilação, frequência, ou seja, "ondas". Nesse sentido, o autor coloca ainda que toda onda se alastra, e alastrando-se entra em sintonia com outras ondas. Dessa forma, chegamos ao fundamento da utilização das essências sagradas, valendo-se do princípio de sintonia e afinidades vibratórias. Se todo o Universo, o qual avocamos pelo nome de Macrocosmo, vibra, o homem também vibra, e deve vibrar em harmonia com o Macrocosmo, isto é, o Microcosmo, o homem, deve vibrar em sintonia vibratória com o Macrocosmo.
         Nesse ponto, cabe-nos buscar os ensinamentos herméticos, em Caibalion de Hermes, onde temos os princípios do hermetismo. Entretanto, aqui nos interessa a lei da vibração:

“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.”

Todas as coisas se movem e vibram numa sintonia. Todo movimento é vibratório no universo e tudo se manifesta por esse princípio. Nada está em repouso. Tal postulado elucida que as altercações entre as diferentes manifestações de Energia, Matéria, Espírito e Mente procedem das ordens variáveis de Vibração. Ainda acrescentamos, que a vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada.

         Assim, sabendo que somos seres vibratórios, obviamentes iremos concluir que distintos fatores implicam nessa sintonia. Entretanto, no mundo físico, dos encarnados, o mundo onde necessitamos das formas, os perfumes, tais como as essências queimadas, harmonizam e estabilizam as vibrações do indivíduo encarnado, predispondo-o a sintonia cada vez mais elevada, especialmente pela renovação do corpo mental, que principia a originar novo conjunto de pensamentos, isto é, mais puros e elevados, fazendo com que o Ser Espiritual se harmonize com os planos elevados afins no campo astral.

Por fim, cabe-nos esclarecer que tais perfumes atingem, certamente, quando inspirados, o rinencéfalo,  provocando a transformação de tensões e emoções.

         Você sabia que as diferenças de paladares muitas vezes está ligada ao olfato? Diante disso, podemos inferir que o fundamento da utilização da essências sagradas encontram explicações religiosas, assim como cientificas, pois é por meio do rinencéfalo que nosso cérebro tem a sua ação olfativa de decodificação.

         Pense naquele cheirinho bom de comida da vovó e quantas lembranças boa isso pode causar, mudando nosso humor. Assim, se processa a utilização das essências. No entanto, sobre esse tema há muito a ser explorado esotericamente.

sábado, 15 de agosto de 2015

Buscando compreender os fundamentos do uso do fumo nos rituais

A questão do uso do fumo nos rituais umbandistas e até mesmo em outros segmentos religiosos, sem dúvida, é um assunto que suscita diversas controvérsias no âmbito das religiões sobretudo na Umbanda, Nessa, o fato dos guias e entidades, que se manifestam por meio de seus médiuns,  utilizarem-se do fumo, abre margem para que alguns críticos da religião a classifiquem como “ baixo espiritismo”, e até mesmo chegarem ao absurdo de dizer que são espíritos inferiores, entre outras asneiras.A verdade é que opiniões como essas estão recheadas de preconceitos e falta de conhecimento de fundamentos dos ritos.
Em linhas gerais, podemos dizer que a utilização da fumaça do fumo serve para fins de manipulação com certa classe de elementais, para descargas ou desagregações fluídicas de larvas. Quando as entidades fumam, elas  estão manipulando, descarregando, procedendo a certas desagregações fluídicas no ambiente do terreiro ou mesmo sobre o consulente.
            Aprofundando um pouco mais nossos conhecimentos, perceberemos que o fumo é um vegetal, portanto um elemento da natureza, e além disso traz em si os elementos terra e água, em sua composição, acrescente-se a isso que quando acesos agregam ainda os elementos ar e fogo.
            Cabe-nos ainda dizer que desde os primórdios da humanidade, o ser humano já comungava com o Grande Espírito por meio do Cachimbo Sagrado, em todas as tribos e aldeias de todos os continentes.
No site saindo da matrix, usando como fonte o jornal Umbanda hoje, encontramos uma passagem interessante que vale citarmos nesse texto:

“Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados”.

De posse dessas informações, podemos afirmar, com toda certeza, que os nossos mentores espirituais ao fumarem e também o uso religioso da fumaça, e aqui mais especificamente em relação à utilização de charutos e cachimbos, contrariando a muitos profanos maldosos, servem para a manipulação energética, com finalidades bem definidas pelo astral.

Certamente, se rompermos os véus que nos limitam ver o que acontece no mundo astral nesses momentos, detectaríamos que na verdade os tais espíritos atrasados ou inferiores sofrem com essa fumaça, e que ela tem fins benéficos que vão para interpretações para além da nossa limitada compreensão.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Introdução ao sincretismo religioso

Inicialmente, faz-se imperioso definirmos o que é afinal sincretismo. Diante disso, buscamos nossa definição na Wikipédia, onde a mesma traz a seguinte informação:
“Sincretismo é a reunião de doutrinas diferentes, com a manutenção embora de traços perceptíveis das doutrinas originais. Possui, por vezes, um certo sentido pejorativo no sentido da artificialidade da reunião de doutrinas teoricamente incongruentes entre si.[1] Frequentemente, quando se fala em sincretismo, se pensa no sincretismo entre diferentes religiões, no chamado sincretismo religioso.”(WIKIPEDIA)
            Certamente, a questão do sincretismo tem provocado muita confusão entre alguns adeptos da religião e ainda mais nos profanos, que tentam buscar um significação nisso tudo.
            Assim, nesse contexto, precisamos entender que o  processo do sincretismo vem como facilitador da inclusão da cultura católica pela assimilação dos santos com as divindades do panteão africano e ameríndio. No entanto, nesse ponto, gostaríamos de frisar que embora haja algumas crpiticas ao sincretismo, podemos afirmar que se a verdadeira umbanda é um movimento de convergência, e se ainda considerarmos que todas as religiões possuem seus pontos de convergências, assim chegaríamos a conclusão que o sincretismo é parte essencial da convergência entre as religiões, embora o sincretismo com o catolicismo seja o mais popular, tambpem é possível buscarmos correlações com outros sistemas religiosos, que terão pontos em comum, confirmando o verdadeira conjunto das leis de Deus – Aumbhandhan.

            Basicamente, podemos ver abaixo os tipos mais comuns de associação:

Ogum - São Bartolomeu   
Ogum - Santo Antonio      
Ogum - São Jorge   R
Abaluaiê       - São Francisco      
Abaluaiê       - São Sebastião      
Omulu ou Omulum - São Lázaro
Omulu ou Omulum - São Bento 
Nana Buruquê        - Sant´Ana   
Oxum - Nossa Senhora das Candeias 
Oxum - Nossa Senhora da Conceição 
Iemanjá         -Virgem Maria        
Iemanjá         -Nossa Senhora da Conceição 
Iansã  - Santa Bárbara      
Oxalá - Nosso Senhor do Bonfim          
Oxalá - Jesus Cristo          
Oxossi-          São Sebastião       
Oxossi           - São Jorge  
Ibeji     - São Cosme e Damião     
Xangô            - São Jerônimo       


Nessa nossa incursão por tal temática, não podemos nos esquecer de que os escravos africanos por obrigação de seus patrões eram coagidos a cultuar a religião católica. Entretanto, nesse contexto, emergiam o uso das imagens católicas porém misturadas a elementos e fundamentos dos Orixás.

Por outro lado, encontraremos o sincretismo religioso em várias vertentes e o que definirá, muitas vezes sua correspondência serão as misturas utilizadas em tais rituais. Assim, encontraremos diferenças substanciais em Candomblé, Catimbó, Toré, Xambá, Babassuê, Toque de Mina, Canjerê, Quimbanda, etc.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O roteiro básico para se processar uma sessão de Umbanda

Em meu roteiro de estudos, hoje, resolvi dividir, de forma breve, um pouco do que compreendi sobre o roteiro para se processar um sessão de Umbanda corretamente.
Mestre Yapacany divide a sessão em três partes fundamentais: abertura, prosseguimento e encerramento.
A abertura é onde serenamos nossas mentes inquietas e começamos a afinar nossas energias para o trabalho de caridade que irá se iniciar. Assim, os médiuns entram no recinto em vibração cruzada distribuindo-se da seguinte forma: mulheres à esquerda e homens à direita. Essa disposição obedece a certos princípios que preferimos não revelar aqui, por enquanto.
Na sequência procede-se a defumação propiciatória. Em algumas linhagens, nesse momento realiza-se o ritual de ipade para dar rumo as larvas astrais desprendidas com a defumação.
Então, firma-se o ponto do guia chefe da tradição, passando por toda linhagem até chegarmos ao guia chefe da casa.
Cabe destacar, que após, a entrada dos médiuns, ainda em posição cruzada, o mestre realiza uma pequena palestra de cunho doutrinário, a qua deve ser breve, objetiva e numa linguagem de fácil entendimento para os consulentes.
Já a 2° parte dos trabalhos, denominada de prosseguimento, é o momento onde se processa os atendimentos aos consulentes.
Por fim, temos o encerramento, onde os médiuns já estão desincorporados, e que pode-se nesse momento realizar a corrente vibrada e proceder um rito de descarga, tendo também a limpeza dos médiuns e do ambiente.

Assim, encerra-se com uma prece de agradecimento a Oxalá e aos mentores da casa pela oportunidade de aprendizado e serventia e ajuda aos irmãos.

sábado, 8 de agosto de 2015

O que significa a palavra Saravá?

REFLEXÕES EM TORNO DO VOCÁBULO SARAVÁ

No livro a Proto Sìntese Cósmica, Rivas Neto, afirma que a Ciência Teúrgica constitui-se na arte de aplicação superior da Alta Magia. É nesse campo de atuação magística, que se aplicam os mantrans ou mantras, que são palavras especiais vocalizadas de forma especial, que estão relacionadas com a produção de certos fenômenos, sejam eles físicos, astrais ou espirituais. Nesse sentido, no presente trabalho, analisaremos o termo sagrado SARAVÁ, que perpetua até os nossos dias, sendo mantranizados, de acordo com o autor referido, desde a época da pura Raça Vermelha.
O termo SARAVÁ provém do Abanheenga, tendo como significado:

SA (15) — significando: FORÇA, SENHOR
RA (20) — significando: REINAR, MOVIMENTO
VA (06) — significando: NATUREZA, ENERGIA

Assim, o vocábulo místico sagrado sarava tem como um primeiro significado: força propulsora da natureza ou atributo externo operante das Potências Superiores ou Orixás. Segundo Rivas Neto, ao pronunciar-se esse termo, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois suporte vibratório aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Dessa forma, o saravá é um mantra fixador da Luz Astral em movimento, bem como, dependendo de como é pronunciado, pode ser dissipador da Luz Astral em repouso. Coagula e dissipa correntes segundo a necessidade, podendo fixar ou dissipar vibrações tanto na esfera mental, como na astral e na física.
Numa relação com a geometria sagrada, encontraremos que o referido mantra tem sua representatividade no pentagrama. Dentro dessa análise, ainda podemos realizar, para completar nossa análise, uma reflexão “numerológica”, pois, de acordo com os números atribuídos as sílabas do terma sarava, chegaremos ao número 5. Dessa forma, encontraremos que o pentagrama está associado ao número 5 (Yorimá), o qual está associado aos elementos dinâmicos, ou seja, aquilo tem movimento e força. Para Rivas Neto, o número 5 é um símbolo sintético, constituindo-se na síntese da movimentação mágica, edificando a concepção do homem dominando os elementos. Cabe-nos aqui ainda acrescentar que, de acordo com Eliphas Levi,o pentagrama representa exprime a dominação do espírito sobre os elementos, mostrando como o ser humano os ordena. Ainda, acrescentamos que algumas escolas iniciáticas, tem  no número cinco a representatividade do princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yang em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição dos dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. Simboliza, portanto, a totalidade do universo
Também encontramos a uma curiosa explicação do termo sarava, dada pelo médium escritor Roger Feraudy, em seu livro “ Umbanda –Essa desconhecida”-, onde ele afirma que na antiguidade, o termo Umbanda era pronunciado como “Aumpram”. Em tempos remotos, os primeiros sacerdotes do Aupram possuíam uma palavra sagrada de reconhecimento que era YAÔAVA, que seria uma maneira de guardar ou velar o mantra sagrado AUPRAM, que era profundamente secreto, pois só pronunciavam em certas épocas do ano, em cerimônias especiais. Portanto, Yaôava, era a saudação utilizada em substituição da palavra sagrada AUMPRAM. Diante disso, temos que YAÔ: simboliza o poder masculino atuante na Natureza e AVA simboliza o poder feminino na Natureza. Juntando-se YAÔ com AVA, teremos YAOAVA como manifestação de Deus na Natureza.
Originariamente, YAÔAVA era EVOÈ, que se pronuniciava EVUÉ. Esse vocábulo é composto de quatro letras sagradas, representativas do quaternário cósmico, assim pronunciadas: YUD_HÊI_VAV_HÊI. De tudo isso, devido as deturpações sofridas, chegamos ao sarava, que não é somente ou simplesmente um “salve irmão”, mas sim o cumprimento que significa o sentido altamente filosófico, metafísico e oculto dos fenômenos do Universo.
Pelo exposto acima, detectamos uma analogia com o que prega algumas escolas iniciáticas sobre o movimento do yin do yagn, mencionados acima. Por outro lado, o termo YAÔAVA, resguardadas as corruptelas linguísticas,  trazem intimas ligações com o significado obtido para o termo sarava a partir da Proto Síntese Cósmica, mostrando a atuação/movimento do poder “da e sobre” a Natureza.
Buscando uma possível analogia com a cabala, encontraremos uma íntima ligação do termo sarava com a sephirot  Geburah, qual carrega como significado, de modo geral, a força, a luta, a ação e o empenho. Em termos espirituais, Geburah se correlaciona com o aspecto cabalístico da força, tendo em si o aspecto de procedimento vital que se relaciona diretamente com a liberação da energia por meio da ação. Ainda na perspectiva de relação com a cabala, podemos encontrar nas palavras de Israel Regardie, em seu livro “ Um Jardim de Romãs”, a ideia da manifestação do equilíbrio. Segundo a referida obra, apesar de Geburah ser uma potência feminina, como são todas as sephiroth da coluna lateral esquerda da Árvore, praticamente todas as suas atribuições são masculinas e vigorosas (equilíbrio entre as forças masculinas e femininas). Há um aforismo alquímico que diz: “O Homem é paz, a Mulher é o poder”. Esta ideia é confirmada pelo sistema cabalístico. As três sephiroth masculinas da coluna lateral direita são denominadas de Pilar da Misericórdia; enquanto que as três sephiroth femininas da esquerda formam o Pilar da Severidade. A maioria das atribuições dadas a Chesed, a sephirah masculina, são femininas por sua qualidade. Não se trata de uma confusão de pensamento, senão da necessidade de um equilíbrio.
Quando Rivas Neto traz que ao se pronunciar SARAVÁ, está-se ativando e veiculando pelas Linhas de Força quanta energetici afins à movimentação desejada na evocatória, sendo pois SUPORTE VIBRATÓRIO aos seus objetivos, que surgem em sua esfera mental e concretizam-se em sua esfera física. Nessa linha de raciocínio, numa visão subliminar, encontraremos a sephirot GEBURAH situada no plano da criação, considerando aqui que a árvore da vida pode ser divida em 4 diferentes planos para seu estudo. Além disso, Geburah tem como emanação arquetípica a canalização da energia por meio de objetivos. Nesse ponto, buscando relações de arquétipos, num estudo mais aprofundado encontraremos correlações com o orixá Ogum. Assim, diante disso, se analisarmos profundamente, buscando as correlações com a cabala, chegaremos a afirmação de Rivas Neto que o termo litúrgico sarava se pronuncia segundo a modulação própria de uma das 7 variantes da Lei, ou seja, os 7 mantras sagrados, os quais denominam as 7 potências originais ou orixás, que em síntese são as linhas de força e as sutis energias movimentadas pelo presente mantra em estudo.