O consumo da essência divida
é um aspecto muito importante na tradição dos mistérios, representando o
mistério das transformações.
Popularmente, tal rito é conhecido como a famosa transubstanciação, que se
origina da união de duas palavras latinas: trans
(além) e substantia (substância), que tem por significação a transformação
da substância em algo além do estado físico, entrando em aspectos metafísicos/astrais.
Segundo Ravi Grimassi (2000), em seu livro “ Mistérios Wiccanos”, na
Tradição Misteriosa, o vinho e o pão representam o sangue e o corpo das
deidades. Nas primeiras associações matrifocias da era do caçador-coletor, o vinho simbolizava o sangue
mestrual da Deusa e o pão representava o corpo do deus. Os aspectos esotéricos
do pão e do vinho empregam os mistérios da Fermentação, e em sua essência estão
associados à semente como símbolo masculino, que se torna uma semente
portadora.
Tais elementos representam também
a representação dos estados da matéria física para a subsistência humana.Obviamente,
que o pão e o vinho são elementos físicos, denominados alimentos, mas que na
simbologia litúrgica nos faz lembrar que assim como o corpo físico necessitada
de alimentação, no corpo espiritual ou nossa vida espiritual também necessita
de ser nutrida para se fortificar e evoluir.
Por outro lado, podemos inferir que o pão nos
demonstra o simbolismo do grão de trigo, que morre para renascer, depois ter
passado pela prova da terra. O pão está relacionado com o conhecimento dos
pequenos mistérios. Já o vinho, representa o conhecimento dos grandes
mistérios, pois revive o mito da transformação pela perspectiva da vida, onde a
uva passa pela fermentação. Em outra possível analogia, encontraremos o pão
simbolizando o físico, e o vinho sendo o símbolo da alma. Assim, ao se consumir
tais alimentos, estamos ingerindo a essência divina e seus mistérios,
fomentando o equilíbrio físico e espiritual.