sexta-feira, 30 de outubro de 2015

REFLEXÕES SOBRE O NÚMERO 7








“Sete dias da semana, sete notas musicais,
Sete cores do arco-íris nas regiões divinais,
E se pintar tanto sete, eu já não aguento mais.” ( Raul Seixas)





O número 7 está presente em tantos momentos de nossa vida, cerca-nos em tantas questões, que hoje resolvi realizar uma especulação simbólica, filosófica, esotérica, entre outros aspectos para compreender um pouco melhor.



Na realidade, refletir e meditar sobre o número 7, é o mesmo que estudarmos o mundo onde vivemos, uma vez que ele implica para sua compreensão o entendimento do microcosmo e do macrocosmo.



Mas como este não é um ensaio sobre Numerologia, vamos, apenas, apresentar o que mais nos interessa, e realizar alguma divagações abertas as críticas e novas perspectivas.



Curiosamente, em observação, percebemos que temos:

7 Dias da Semana: Segunda,  Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado e Domingo.
7 Anjos Superiores dos Planetas: Gabriel, Rafael, Hanel, Michael, Samael, Zadkiel, Zafkiel.
7 Espíritos dos Planetas: Phul, Ophiel, Haegt, Och, Phaleg, Relor, Aratrom.
7 Espíritos /interiores dos Planetas: Gabriel, Rafael, Anae!, Michael, Samael, Tachel, Cassiel.
7 Virtudes: Esperança, Temperança, Amor, Fé, Fortaleza, Justiça, Prudência.
7 Metais: Prata, Mercúrio, Cobre, Ouro, Ferro, Estanho, Chumbo.
7 Vícios: Avareza, Inveja, Luxúria, Vaidade, Violência, Gula, Egoísmo.
7 Cores: Verde, Amarela, Violeta, Laranja, Vermelha, Azul, indigo (anil).
7 Notas Musicais: Fá, Mi, Lá, Ré, Do, Sol, Si.



Assim poderemos continuar enumerando muitos outros setenários, porém bastam estes. Agora, voltando nosso olhar, especificamente, para dentro da Umbanda, veremos que o número sete é utilizado em diversos pontos, em oferendas e também está presente no nome de várias entidades que militam nessa corrente.



Basicamente, encontramos que o sete é uma combinação do três com o quatro. Eliphas Levi, expressa em seu livro “ Dogma e Ritual de Alta Magia, que o setenário é um número sagrado, pois está composto da tríade e o tetra. O número sete representa poder mágico em toda sua abundância; é a mente reforçada por todas as potências elementares; é a alma servida por natureza; é o SANCTA REGNA pela leitura dentro das Chaves de Salomão



Na Grécia antiga, entre os pitagóricos, o 3 era considerado o número perfeito por ter princípio, meio e fim. Por essa razão, o 3 era considerado o símbolo do divino. Para quem não sabe, o sete é uma combinação do três com o quatro. Aqui, o Três, representado por um triângulo, é o Espírito e o quatro, representado por um quadrado, é a Matéria.


          Sobre o número três diversos exemplos na Literatura especializada. Vejamos o significado do número quatro, ou seja, o quartenário.
O quatro sempre foi estimado como o número do mundo físico. O quatro está relacionado aos quatro pontos cardeais. Ainda podemos buscar outras exemplificações, tais como: 4 elementos, 4 estações do ano, 4 fases da Lua, etc.



Ainda dentro do prisma de que o número 7 é constituído de 4+3, podemos encontrar algumas reflexões importantes no estudo do sétimo arcano, conhecido como o Triunfo. Dentro da escola gnóstica, apoiando aqui nossas reflexões em Samael Aun Weor, mais especificamente em sua obra “O caminho iniciático nos arcanos do tarôt e da cabala”, encontraremos a descrição da lâmina contendo:



 “nas águas da vida, duas esfinges, a Branca e a Negra, que puxam o seu carro, simbolizando as forças masculinas e femininas.  Um guerreiro que representa o Íntimo está de pé no seu carro de guerra, na pedra cúbica (o sexo) e entre os 4 pilares que constituem a Ciência, a Arte, a Filosofia e a Religião, nas quais se desenvolve. Os 4 pilares também representam os 4 elementos, indicando que aquele os domina. Na sua mão direita está a espada flamejante e na sua mão esquerda, o báculo do poder. A couraça é a ciência divina que nos torna poderosos. O guerreiro deve aprender a utilizar o Báculo e a Espada, desse modo conseguirá a grande vitória. Na sua cabeça, um gorro de 3 pontas, representa as 3 forças primárias. Na parte superior aparece RA, o Cristo Cósmico (as asas). ” ( Samael Aun Weor).



Nesta perspectiva, o número 7 representa a vida na terra, constituindo-se na primeira manifestação do homem para o entendimento do mundo divino. Nesse momento, cabe-nos destacar que a segmentação numérica, onde teremos como seu numeral posterior o número 8, que de forma geral está ligado às coisas infinitas e divinas. Assim, o número 7 é a fronteira da passagem do conhecido para o desconhecido. Assim, avançando nas nossas reflexões, vemos no número em questão a ligação do espiritual com o material.



É possível detectar essa analogia também dentro do cristianismo, na oração do Pai Nosso, podendo encontrar nela 7 postulados principais, sendo eles:



1) Santificado seja o vosso nome;



2) Venha a nós o vosso reino;



3) Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu;



4) O pão nosso de cada dia nos daí hoje;



5) Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido;



6) Não nos deixeis cair em tentação;



7) Livrai-nos do mal.



Para além dos 7 postulados, podemos também inferir que o sete representado na oração advém da ideia de 4+3, pois temos três postulados dirigidos a Deus e quatro para o homem, representando o mundo material.





Nesse ponto, cabe-nos apontar a Escada de Jacob (Jacó), referenciada na bíblia em Gênesis 28,11-19, que emerge no presente contexto quando Jacob teve essa visão durante o sono, de uma escada, cujos pés repousavam sobre a terra, e cujo topo chegava aos céus. Anjos continuamente subiam e desciam através dela. O número de degraus mais aceito para a interpretação dessa passagem bíblica é de um total de 7. Dentro dos conceitos Rosacruz, numa perspectiva simbólica ampla, cada degrau da escada  estaria  ligado as montanhas dos setes episódios relacionado com o povo judeu,  sendo o sétimo a representação  de Jesus no Monte da Oliveiras. Assim, seria esse o momento de entrega total a espiritualidade.Aqui também destacamos que para a Maçonaria, a escada de Jacó simboliza a ligação do plano físico com o espiritual, corroborando com o pensamento expresso no parágrafo anterior, onde fora apontado que o 7 é  a fronteira da passagem do conhecido para o desconhecido. Ainda, conforme aponta João Anatalino, podemos acrescentar que no Hinduísmo já se creditava a existência da Escada de Brahma, na qual os iniciados nos mistérios daquela religião deviam subir. Ainda de acordo com João Anatalino, “os hindus acreditavam que o mundo era composto por sete estratos, cada um atingível por um escada, ou nível de sabedoria iniciática. O primeiro estrato era a terra, e a consciência humana, o mais ínfimo deles. O segundo era o mundo dos espíritos, ou da reencarnação. O terceiro era o céu. O quarto era um estado intermediário onde as almas ficavam, assim que desencarnassem. O quinto era o mundo da regeneração, onde as almas eram preparadas para reencarnar novamente. O sexto era o Palácio do Grande Rei, onde habitava Brahma, o Grande Princípio Criador dos céus e da terra. O sétimo era o mundo de Brahma, onde habitava Brahman, a Essência, o Incriado, a Verdade em Si Mesma, o En Shoph dos cabalistas, o próprio Deus em sua essência, o Pai da Luz”.



Na Umbanda, o número 7 está associado ao orixá Ogum, que tem como astro regente Marte e signo zodiacal áries e escorpião. Dentro da simbologia de algumas escolas ocultistas, encontraremos o planeta marte associado ao elemento fogo, onde por meio de analogias, e estudos mitológicos – os quais não aprofundaremos no presente ensaio- chegaremos a representação de Ogum. Interessante observarmos que Marte, na mitologia Grega, era o Deus da Guerra. Ainda cabe-nos salientar que o Ogum é o primeiro orixá a descer do Orun para o Aiye, mostrando aí também uma possível ligação dele com o número 7 e a ideia da ligação espiritual e material avocada por tal número. Por outra perspectiva, considerando a concepção de 4+3, encontraremos também o referido orixá na sua figura de guerreiro e dominador.

Ainda dentro da Umbanda, embora sejamos conhecedores das transformações sofridas pelo vocábulo que nomeia a religião, é importante notarmos que o mesmo tem sete letras, e que sua tradução é o conjunto das lei de Deus, que em suma mostra a ligação com a ideia inicial exposta no texto do 7 como resultado de 4+3, pois as leis de Deus regem o princípio espiritual e material.



            Segundo Alexandre Culmino, em seu livro Deus, Deuses, Divindades e Anjos”, “O filósofo grego Platão de egina (429 – 347 a.C.) no seu “Timeu”, ensinava que , “do número sete foi gerada a alma do mundo”. Santo Agostinho via nele o “símbolo da perfeição e da plenitude”. Santo Ambrósio dizia que era “o símbolo da virgindade”. Este simbolismo era assimilado pelos Pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o “sete era representado pele deusa Minerva (a virgem)” que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na antiguidade associava-se o sete: a VOZ, ao SOM, a CLIO, musa da história, ao deus egípcio OSIRIS, às deusas gregas: NÊMESIS e ARASTIA e ao deus romano MARTE”.



No livro “ O simbolismo dos números na maçonaria”, Boanerges Castro expõe que todas as células de nosso corpo  a cada SETE anos, se renovam inteiramente de modo tal que somos, na realidade, um individuo inteiramente novo em cada SETE anos de vida.



Assim, encerramos o presente texto com a convicção de que há muito ainda para se conhecer sobre o número aqui estudado, lembrando que os segredos são guardados a sete chaves.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Para reflexão: " O Todo é Mente; o Universo é mental"


Para refletir:

"O TODO é Mente; o Universo é Mental",

“Se o Universo é Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES DO UNIVERSO, nas divisões de Matéria, Força e Mente. Assim compreendereis que a Transmutação Mental é realmente a Magia de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas, e de que dão muito poucas instruções práticas” (O CAIBALION)